sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

RECADO UM "MAMADÚ" QUALQUER

 

“O racismo começa quando uma pessoa

sente envergonha da sua cor,

 em vez de se orgulhar dela.”

(Autor desconhecido)

 

RECADO A UM “MAMADÚ” QUALQUER

 

Caro *Você (sr.)

 


Perante o ódio destilado por você, não encontro outra forma de manifestar o meu repúdio pela sua presença em Portugal. Está a tentar desmembrar a estabilidade social, pelo modo insolente, desrespeitoso, acintoso e acicatador, com se tem comportado, para com os portugueses. Por isso, sou obrigado a recorrer ao mais puro cinismo, para expressar a minha furiosa revolta contra a sua maneira ser, para com o país que em maldita hora lhe deu guarida e o “aperfilhou” como português, que na realidade não é. 

Não tenho curiosidade em saber qual é o seu país de origem, pois não é isso que me incomoda. Não me interessa se você é branco, prêto, côr de café com leite, côr de ébano, negro retinto, amarelo ou azul às riscas. O que está em causa – pela negativa – não é a sua cor; é que você é mesmo um racista crónico; um doente, cujas pulsões no seu âmago enraizadas, o levam a assumir uma posição instigadora à desarticulação da estabilidade social, com acentuado desrespeito pelas normas instituídas no país que lhe deu albergue, e pelas autoridades designadas para velarem pelo cumprimento das mesmas.

É sabido que você não actua sozinho. É apoiado por meia dúzia de tristes e insatisfeitos lambúzios (Miguéis de Vasconcelos), que nunca “fizeram a ponta de um corno” na puta da vida, a não ser desorganizar a estabilidade nacional, para compensar os aleijões psicológicos que desde nascença os têm perseguido.

Você sozinho não seria nada. Mesmo assim, como indivíduo, para a maioria dos portugueses, nada continua a ser.

Se você se sente inconfortável dentro do casaco dérmico que amortalha o seu cavername, arranje forma de o substituir; a culpa não é minha (dos portugueses), brancos ou de qualquer outra côr. Se não gosta do meu país, da minha pátria, remigre a sua pátria de origem. Eles lá, tratar-lhe-ão da falta de saúde que essa doença “militante” lhe tem provocado. Lá é que é o seu lugar e o de outros da sua laia. Mas devo adverti-lo: na sua pátria, seja ela qual for, certamente que não é como em Portugal; a lei não comtempla desordeiros e a polícia não dá bombocas, quando tem de intervir. No mínimo, é traulitada e a doer.

Vá! Os seus “irmãos” precisam de você. Lá, sim, entre a mesma raça, o “racismo” é inegável e a escravatura é um facto. Vá lá refrear os abusos que são cometidos contra as crianças “talibés”, contra a mutilação genital feminina, contra o trabalho forçado nas lundas, contra o Leblouh, etc.; vá… vá, e depois diga alguma coisa, se ainda lhe restarem as cordas vocais para o fazer ou não lhe houverem cortado a gorja, como a muitos desgraçados têm feito e m Cabo delgado (Moçambique). É em lugares como esses que a sua cobarde “coragem” é necessária.

Não consigo entender como é que o Governo português (não as autoridades), permite manter a cidadania um indivíduo tão rasca, imprestável e desordeiro, como você, que se arroga dizer mal de tudo quanto é português e dos portugueses. Está fora da minha compreensão e da minha condescendência.

Porra! Você mais não tem feito do que transpirar e exibir a ingratidão, como compensação da sua prostração racista congénita. Está-lhe no sangue. Você é odioso, velhaco, desestabilizador, detestável e tem-se comportado como um indesejável e perigoso zaragateiro. Um instigador ao rancor, à violência e à intolerância.

Nestes pressupostos, cheguei à conclusão de que a agressividade social que você alimenta, está na razão inversa da sua aptidão para emendar os seus próprios erros.

Não consigo tolerar que, depois de haver facultado a hospitalidade da “minha casa” a um fulano, contribuir para a sua formação cívica e intelectual (que pelos vistos não aprendeu nada), proporcionar-lhe uma magnífica permanência, ele se arrogue a criar conflitos no seio do meu “clã”.  Isto na minha cabeça não entra.

Suma-se!

Ei! não era esta a palavra que estava aninhada no meu pensamento, mas… sou mais educado do que as bestas - que estas me perdoem.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 23/02/2021

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 Nota:

Faço por não usar o AO90

 

            *É muito raro eu aplicar este vocábulo.

Só quando estou em efervescência.

 

 

 

 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

CONTADOR D'STÓRIAS

 

 

Não é tanto o que fazemos,

mas o motivo pelo qual fazemos,

que determina a bondade ou a malícia.

(Santo Agostinho)

 

CONTADOR D‘STÓRIAS

 


Então, “os participantes na guerra colonial, foram vilões e criminosos”.

Está visto, que a virtude de historiar, não está presente em qualquer manêgo, por muitos calhamaços que devore e muitas resmas de papel que escrevinhe.

 O verdadeiro historiador, deve assumir uma postura independente e manter um olhar imparcial para a narrativa do conteúdo que investigou e/ou constatou. Se assim não for, não passa de um contador de historietas, doutorado ou não, tanto faz, com as quais, pode mesmo chegar a embustear a própria História, porque existem leitores e crentes para tudo, mesmo que o gato esteja escondido com o rabo de fora.

 Estes sim, podem adulterar o miolo das mesmas a seu bel-prazer, ou colocar as suas indagações ao serviço de uma ideologia cega que lhes afogueia a alma e lhes alivia a tensão das pulsões emocionais, convertendo-as em manifestações de “verdades” adulteradas, que com apodrida altivez, apostam em divulgar – não sem antes adulterar o verdadeiro sentido à descrição.

Anda p’raí um Obelix idiota, com os “tubérculos” perecidos a baloiçar ao sabor da elasticidade de uns suspensórios, a fazer um grande furor e um grande ruído ´storial, sobre a guerra em África, que, no final, de verdade pouco exprimem, porque estão intoxicados por intenções maliciosas. E a História deve ser como a lei. Justa e clara. Não deve ser como tal, um chavasco trabalho de artesanato, elaborado por um ranhoso qualquer que se dedicou a decorar os argumentos e não a compreender a sua essência – mas isto acontece. É humano. Se não é, é de besta.

Sobre essa guerra (escusada), em África, consigo admitir pontos de vista diferentes; todavia, azedos arrotos intencionais, que danifiquem o sentido patriótico daqueles que por lá andaram (e muitos por lá ficaram), a calcorrear aquelas picadas e a sobrevoar aqueles céus, onde o perigo espreitava de todos os cantos, para defender aquilo que na altura nos pertencia, isso, já não posso permitir.

É por isso que estou aqui, como revoltado, como defensor da própria causa e como juiz da mesma. Andei lá, passei o que passei, vi o que vi, soube o que soube e senti o que senti - não vou entrar em minudências.

Não é agora que um contador de histórias de algibeira, saído da banda desenhada, de Albert Uderzo, vem argumentar que “os participantes na guerra colonial, foram vilões e criminosos”.

Pela parte que me toca, apesar de conhecer bem a figura em causa, não posso admitir que diga isso, uma vez que não passa de um pretensioso contador de ‘storiêtas, e pouco mais, que viveu muito aquém da realidade dos factos.

As suas “pinturas sonoras” são de tendenciosa e baixa qualidade, sendo que, com “cunhas” ou por imprestabilidade congénita, infelizmente não “historiou” no terreno; não viu, não sentiu, não chorou. Lamento!

Talvez a causticação do canastro lhe tivesse desimpedido a clausura dos horizontes cerebrais e o seu pensar fosse mais consensual e despretencioso.

Como escreveu Luís de Camões, “Quem quer passar além do Bojador/Tem que passar além da dor.”

Eu passei.

Porque eu fiz parte da história, e agora é Obelix é quem a conta (à sua conveniência, como é natural), à guisa de querer arvorar-se num exímio historiador como o ilustre José Hermano Saraiva; porém não passa de um triste arremêdo.

Só sabe e sente, quem viveu a guerra.

Eu fui um deles.

Penso que chega.

 

 

António Figueiredo e Silva

 Coimbra, 22/02/2021

 

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Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

 

 

 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O INVERNO DA EXISTÊNCIA

Quando Deus criou o Homem, não passou certificado de garantia; mas soprou-o com termo de validade. (António Figueiredo e Silva) O INVERNO DA EXISTÊNCIA É comum nas pessoas da minha idade, quando pela manhã despertamos, a primeira ginástica que fazemos, depois de escancararmos a boca em sinal de preguiçoso bocejo, é soltarmos uns ais de protesto, mensageiros de que o esqueleto não se portou muito bem durante a noite. São as intransigentes reclamações das artroses, espondiloses, tensões arteriais, gota, reumatismo, “cãibras nas orelhas”, tendinites diversas e de outros bónus, com que a Natureza nos gratifica, graças a sua magnificente prodigalidade. É que não admite mesmo a santidade do nosso descanso. E enquanto forem só estas, podemos sentir-nos uns afortunados, porque existem os, chamados “outros”, que podem permanecer em situações muito piores. Mas, concordemos ou não, quando os sonhos começam a esvair-se e as lamúrias a ocupar-lhes a posição, podemos ter a certeza de que estamos, (em princípio), fisicamente, mesmo velhos. E não me venham com “narrativas”. Bacharelar, num assomo de debilitada coragem, porém, sob secreto, mas interiorizado desagrado, “não estou velho”, ou, “não me sinto velho” ou ainda, “sinto-me como se tivesse dezoito anos”, são balelas! São remições de um reconhecimento de facto. Digo isto, não porque não seja uma disposição etária que todos desejam e lutam para atingir; porém, quando lá chegam, poucos o querem reconhecer. É uma gaita! Uma grande gaita! Quando o querer lembrar, “está-me debaixo da língua”, o, “repita por favor que não percebi” (não dizemos não ouvi bem), ou chamar, “ó Jaquim, ó Zé” (quando ele se chamava Manel), são sintomas de uma juvenilidade há muitos anos deixada para trás, na canastra do “irrecuperável” (às vezes). Uma “juventude” em aparente falência cognitiva. Não quero com isto dizer, que a mioleira não se possa encontrar em razoável laboração. É normal suceder que demoramos mais tempo a localizar o que pretendemos, porque o “cartório” já é bastante longo, todavia, com alguma persistência, acabamos por o conseguir excluindo alguns (não serão tão poucos como isso), que infelizmente, não o conseguem mesmo. São os padecentes por imposição natural. Os malfadados. A sobrecarregar ainda mais essa “juventude agridoce” da velhice, ainda aparecem “alguéns”, que, ao escutarem as idades, setentas e tais, oitentas e tais, ou mesmo cento e tais (como os há), comentam com ar solene, mas pouco fiável, “está numa idade muito bonita!” Esta da “idade bonita”, consubstancia mais uma advertência, do que uma amabilidade fingida, se bem que, uma se encoste à outra em mútua e espontânea cooperação, porque é estético, soa bem. No fundo, querem com isto transmitir, o que o acanhamento os impede de declarar. O que pretendem na verdade, é “amavelmente” asseverar, que “já está como a fruta madura” (pronta para cair). É um género de humor negro, socialmente bem aceite, e do mesmo modo acolhido, mas pincelado com um esmaecido e resignado sorriso de falso agradecimento – é o princípio da reciprocidade nas atitudes, comum nos constituintes da nossa macacada. Mas estas coisas esfalfam! E fatigam, por sabermos que, apesar de todas as “enxaquecas”, mouquices, miopias (não cerebrais), e até dores nos dentes das próteses, são mero fogo de artifício de uma gentileza, condicionada ao agradável. Estas peças teatrais, também cansam! E estafam muito! Somente por sabermos que não são reais – a menos que estejamos avariados da corneta!?). Mas, felizes daqueles que se “despedem” de uma longa existência, pelo cansaço natural da velhice. É melhor fim que podemos desejar para liquidar a juventude anosa, por fim de validade preclusiva. Entendo que existem outras variantes, mas esta, suponho ser a mais credível e com menos aborrecimentos. Quaisquer das outras, sem nomear nenhumas (para bom entendedor meia palavra basta), podem contribuir com “graves riscos”, (para atingirmos o mesmo fim), que nos vão massacrar até à consumação “fatídica” do advento final. E porque envelhecer é inevitável, continuo a martelar na mesma bigorna: “morrer naturalmente cansado, por cortar a meta de validade”, é a melhor “opção” – se ela nos for concedida, é uma benesse Divina. Por mim… e falo só por mim, à faixa da idade que cheguei (setenta e seis solstícios), sinto uma exultação sem medida! Fui inevitável ter que aprender muito, para sobreviver às asneiras cometidas por uma cambada que nos tem vindo a desgovernar, e resistir aos assaltos descarados feitos por umas quadrilhas de ladrões, que sempre actuaram sob fraudulento proteccionismo, em detrimento do nosso bem-estar. Todo este emaranhado silogístico, permite-me afiançar que a mente é maior do que o Universo e a velocidade a que se propaga é mais rápida do que a da luz. Pode ver-se, por esta “meia dúzia” de linhas aqui escrituradas, as voltas que dei através amplidão dos acontecimentos, em tão reduzido espaço temporal. Num fulgurante lampejo, consegui percorrer pelo retrógrado, numa ânsia compulsiva de o apanhar, ressuscitar bons e maus momentos e sentir o privilégio de reviver com efusividade os momentos que mais me deliciaram na vida! Sem, contudo, esquecer aqueles fragmentos maus porque que passei, resultantes da incompetência e falta de limpidez de muitos canalhas, principalmente os agarrados “à erva” da política - não só em Portugal, mas em todo o Mundo. Agora só anseio que, quando o fim do INVERNO DA EXISTÊNCIA chegar, eu possa MORRER DE “CANSAÇO”! – Natural! António Figueiredo e Silva Coimbra, 19/02/2021 http://antoniofsilva.blogspot.com/ Nota: Faço por não usar o AO90

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

PARADOXO

 

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses”.

(Sócrates)

 

 

PARADOXO

(A imaginação é a “loucura” da realidade)

 

Ícaro a 9 bilhões de anos luz

Mais uma viagem desorientada nas minhas atribuladas cogitações acerca do infindável e misterioso Universo.

O que poderá representar a nossa presença em todo Espaço Sideral, e quais as surpresas que ele terá para nos “presentear”, face às “burricadas” que temos realizado, na ânsia louca de desvendar o supremo mistério que o circunda. Somos uns tristes! Ainda não percebemos qua à medida que aquilo que designamos por ciência, avança, a ignorância também prossegue paralelamente e com a mesma passada.  

Esta reflexão é de tamanha complexidade que não sei por onde principiar. Apesar da dificuldade ser enorme, obstino em prosseguir, e tantas voltas darei aos fios da meada que algo de surpreendente há-de surgir como Divina remuneração pela minha labuta mental – ainda que esta aparente andar nas franjas da “loucura”.

Confio em que a minha explanação seja compreendida, ao menos pelos tecelões urdidores das tramas científicas ou, em último caso, pelos mesmos, desprezivelmente atirada para a lixeira do sem-interesse, do está louco ou avariado da corneta.

Com qualquer das decisões ficarei contente, mas não desprezarei o que tiver fundamentado nessa minha “viagem intergaláctica”.

Sou daqueles que alimento um determinado cepticismo em relação à teoria Big Bang, mas mantenho inalterável a minha admiração por Stephen Hawking, distinto cosmólogo, e criador desta conjectura.

A minha viagem começa, ao interiorizar que a minha vida, comparada com a suposta idade do Universo, não será mais do que uns milionésimos de segundo em relação a esse incomensurável Todo, que se mantém em “perpétuo” e ordenado movimento, até certamente colapsar e emitir uma descomunal energia que irá naturalmente dar origem a outro Universo, quiçá composto por mundos diferentes.

É sabido que o Cosmos está em constante mutação. A matéria “dilui-se, junta-se, compacta-se ou expande-se”, para dar origem a outras formas de substância, porém, com uma energia equivalente à massa inicial antecedente. É neste contorno que reside o que eu chamo de “Respiração Universal”.

Porque o Universo e tudo o que o congrega está “vivo” e tem necessidade de respirar. À nossa escala, cada componente, visto até à mais ínfima partícula, é um Universo “gémeo” desse Todo Intergaláctico e Interestelar, só que, à escala reduzida.

  É evidente que desconheço qual a sua verdadeira dimensão, por muito que através dele o meu cérebro “viaje”. Mas posso afirmar que se eu fosse uma bactéria, um bacilo ou um vírus ou outro “bicharoco” qualquer, a viver em qualquer canto do Universo físico de um ser vivente, também não saberia o que era, nem onde me encontrava; contudo, à dimensão do meu organismo, nada me poderia retirar a faculdade de “pensar e agir” em conformidade com o meio onde residia e adaptar-me à situações, ou deixar-me isolar, morrer ou diluir-me, como acontece com esses micro ou nano organismos, nocivos à robustez dos seres vivos.

Depois de todo o tempo que tenho “viajado” na consulta sobre esta complicada matéria, onde a conjectura e a certeza, vão fumegando sempre mais uma teoria nova; pelas quase “inacreditáveis” fotografias, conseguidas às mais absurdas distâncias, cujas medidas orçam os bilhões de Anos-luz; por muitos acontecimentos inexplicáveis, que pertencem à área da Fenomenologia, cujas explicações, sem esclarecimento algum, se resumem simplesmente a, “é um fenómeno” (e quando não o é, “é um milagre”.

Ao saber que, para a “Ciência” conseguir a fotografia de Ícaro, a estrela mais longínqua do Universo até agora conhecida e registada com recurso ao telescópio Hubble, e que a luz por ela emitida, viajou 9 bilhões de anos até chegar à Terra, só posso concluir que realmente somos mesmo pequeninos. Ou, visto por outro prisma… não somos “nada”.

Andamos por aqui, porque cá nos “plantaram”. Quem, como e com que fim? Foi uma rica semente, “sem dúvida”!?

Uma semente de cèguetas. Não verdade, não conhecemos a nossa identificação. Desconhecemos a nossa proveniência; não sabemos quem somos nem para onde vamos. E mais: ignoramos quem nos trouxe prá’qui e qual o nosso verdadeiro papel perante o Universo.

Há uma singularidade única que reconhecemos, sem deixar dúvida alguma; que somos suficientemente estúpidos para nos andarmos a importunar uns aos outros, transvertendo esta “Bola Azul”, que pedia ser um Éden, num verdadeiro Inferno.

Tudo isto, sem reflectirmos que existe um fim indesejado, para conceber um princípio Natural, ou, cosmicamente calendarizado.   

É complexo, não é? Mas depois da minha viagem, mais veloz do que um relâmpago, é nisto que acredito.

Aparenta ser um paradoxo, mas… decididamente, a imaginação é mesmo, a “loucura” da realidade!

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 13/02/2021

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Obs:

Procuro não fazer uso do AO90.

 

 

 

 

 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

A BAZÓFIA (II)

 

O egoísta é derrotado, na maioria das vezes,

 por si mesmo e pela sua própria vaidade.

(David Saleeby)

 

 

A BAZÓFIA (II)

(Seguimento)

 


Um dos meus cuidados é não saturar o leitor - para isso já lhe bastam as agruras da vida.

Observei, no entanto, que o tema em questão foi bastante “reverenciado”, talvez por ir ao encontro de uma das realidades dos nossos dias - apesar de muito ter ficado por dizer. Por tal causa, optei por mais uma “lambuzadela” articular, na dimensão do juízo que faço sobre a matéria. A VAIDADE.

 

Sempre considerei a vaidade um dos condimentos necessários para a formação personalidade humana. Não deixo de dizer, contudo, que assemelho esse tempero ao sal - deve ser usada com parcimónia. Se assim não for, acaba por “salgar” em demasia a espírito das pessoas que não se sabem servir dela, criando-lhes grave desordem emocional, da qual resultam complicações próprias, que, por sua vez, se alargam ao mundo colectivo. É nesse mundo comunitário, que as criaturas excessivamente presunçosas, são motivo de caçoada ou acidificados comentários, cujos esporos rebentam com pujança noticiosa no canteiro do ridículo, sem que elas, disso dêem conta.

A presunção cega, não lhes permite terem uma reflexão nítida de que os outros se apercebem dessa fraqueza. Por isso, fazem do fingimento uma montada de tal relevância, que acabam por acreditar na sua própria ficção como sendo uma realidade. Desta fantasia resulta a criação de um coliseu emocional, onde a contradição e a coerência se digladiam, e as fazem essas pessoas, mártires de si próprias.  

São tidas como “magníficas” actrizes e simultaneamente “orgulhosas” observadoras numa plateia imaginária, que batem palmas em sinal de bajulação ao espectáculo caricato da luta entre suas próprias contradições e a lógica. Mas são assim. O mesmo que dizer: “armam-se em cavalo, quando a albarda foi talhada para o burro”.

Pode ser entendido o orgulho, como sinónimo de vaidade. Eu não o entendo desse modo. Vejo como orgulho, uma criatura desejar encantar a si mesma. Sentir-se confortável com o seu íntimo; estar feliz consigo própria. Isso sim, acredito ser orgulho.

Mas, aquele desejo vazio e doentio de querer ser o centro das atenções, com recurso ao exibicionismo e à jactância, confirmam a vaidade. A bazófia. Característica própria da reproductiva esperteza salóia.

O gato, quando enfrenta o perigo, arca o seu corpo e levanta o rabo, por acreditar que fica maior, para amedrontar o seu adversário – mas, aaai! Pobre felino!

A vaidade humana assemelha-se, sem quaisquer reservas, à manigância do gato; é o ardente e incontrolável desejo de algumas pessoas se mostrarem mais do que na realidade são, na mira de granjearem aplausos, mesmo que sejam tramas de pura dissimulação, para lhes presentear essa vaidade insalubre com alguma satisfação momentânea, os quais, sabem perfeitamente que não passam de cintilante falácia.

O excesso de vaidade, não contribui para a afirmação das pessoas como líderes, mas como seres tirânicos e implacáveis carrascos. Não sentem necessidade de amigos, mas de bajuladores; não querem empregados ou colaboradores, mas escravos de submissão incondicional.

As pessoas vaidosas em excesso, não incentivam, escravizam; não toleram, subjugam; nunca assumem a delito dos seus erros, carregam os outros com eles. São doentes sociais, mas em estado grave e de difícil recuperação – ou mesmo irrecuperáveis.

O que desejam no fundo, é a jubilação (falsa) do seu ego, constantemente depauperado por um desprazer frustrado, que uma ambição ilimitada excita e inflama, cujas consequências (sempre perniciosas), podem dissolver a estabilidade familiar e social ao cindir a pureza afecto e quebrar as correntes de união entre as verdadeiras amizades.

Já é demasiado serôdio, quando certificam que a sua atitude presunçosa, não fez mais do que garimpar hipocrisia no seio da sociedade que as circunda. A sensatez, nessas pessoas não teve “acento parlamentar” e inexistência dessa singularidade, quando o momento surge, invariavelmente configura um franco convite a acções corruptivas - aí as temos em franco progresso.

É pelo impulso da ostentação que muitas criaturas constroem castelos de cartas que se derrubam à mais delicada “ventania”. Não têm base de sustentação e são estructuramente mal equilibradas.

Compreendo que essa exibição anormal configure o Éden da sua satisfação. Porém, esse Olimpo, é o terreno mais favorável à germinação do desconhecimento e da ingratidão.

Guiados pela mão da vaidade, com abundante frequência são levadas a tomar decisões erradas e a investirem o que têm e o que não têm, para viverem o sonho de uma “opulência” balofa, que por norma, acaba em derrocada e deducional fracasso.

Aí chegados, inicia-se o segundo e mais arrefecido cenário: começam a ver que a sua própria família inaugura o seu afastamento; os “amigos”, paulatinamente, começam a desertar e o seu crédito na respeitabilidade a deflacionar. É o catre que construíram.

Depois, resta-lhes um mundo cheio de gente, no qual elas permanecem como desprezíveis sombras de um passado oniricamente “flauteado”, e vão existindo como seres errantes, sem qualquer valor dignificante, e, remetidas para a “estrumeira” social, o último refúgio para a sua necessitada existência, não como ser vivente, porém, chafurdam como criatura vegetante, à espera do epitáfio. O seu último símbolo de ostentação.

Acabei. Daqui p’rá frente não há mais sobre este tema.

António Figueiredo e Silva

 

Coimbra, 08/02/2021

 

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Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

RESPEITAR OS ANIMAIS

 

Algumas pessoas cuidam melhor

de seus cães do que dos seus irmãos.

(Papa Francisco)

 

 

RESPEITAR OS ANIMAIS

 


É uma incumbência que “Homo Sapiens” deve ter para com os seres vivos que considera de casta inferior, por pensar que eles não raciocinam e não sofrem como qualquer outro ser.

Engana-se quem pensa assim.

Um chilrear acelerado, um blaterar ofegante, um grunhido aflitivo, um uivar angustiante ou um piar a ausentar-se lentamente (entre outras “vozes”), são o sinal manifesto de quão é grande o sofrimento quando a dor comprime, o perigo espreita ou a morte está próxima. Diferentes dos humanos “selvagens”, é certo, porém com sinais idênticos lançados pelas mesmas razões.

É evidente que a criatura humana tem necessidade de se alimentar, e é inevitável recorrer ao sacrifício de alguns desses seres viventes, para manter em circulação compassada o fluxo sanguíneo que lhe dá vida e o mantém em plena actividade no seu dia-a-dia, até que esta, natural ou acidentalmente se escoe. É a lei do ciclo da vida, que ninguém pode estancar.

É sabido que os animais têm a sua posição bem demarcada quando da sua Criação, e penso que é um “equívoco” (para não dizer um erro), obcecadamente considerá-los como humanos ao ponto de os confundir e agregar como membros de família.

Depois de haver criado todos os animas, peixes e aves do céu, …Deus criou o ser humano à Sua imagem e semelhança; criou-o como verdadeira imagem de Deus.

 Sei, pelo que está escriturado, no Génesis, que depois criou a mulher.

… E, feito isto, Deus abençoou-os: "Sejam férteis e cresçam; encham a terra e dominem-na; dominem sobre os peixes do mar e as aves do céu e sobre todos os animais que andam sobre a terra."

Nesta submissão de todos os animais da terra ao Homem, Deus não aconselhou maltratá-los, nem fazer deles seus parentes ou dormir com eles, não é verdade?!

É certo que com o caminhar dos tempos houve uma mutação mental que afectou alguns seres humanos e quer parecer-me que alguns se deixaram dominar pelos animais.

Se está correcto ou não, não vou opinar sobre isso, para não correr o risco de ficar a “ganir”, porque desconheço mais a compreensão humana do que o afecto dos animais.  

Mas, para arrematar, vou contar o excerto de uma conversa e que tive conversa com um amigo meu.

- Disse ele:

 - Em tempos, ouvi alguém ligado a uma instituição de proteção a animais.

A dado passo, o entrevistador questionou o entrevistado, quanto aos mimos a dar aos animais de companhia.

Este respondeu:

- Se você não dorme na cama do seu cão, não deixe que ele durma na sua! Acho que isto diz tudo.

A grande confusão reside em que, respeitar os animais, não é o mesmo que humanizá-los.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 10/02/2021

 

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Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O TECTO DA PARVOÍCE

 

O auto-respeito é a raiz da disciplina;

a noção de dignidade cresce com a

habilidade de dizer não a si mesmo.

(Abraham Lincoln)

 

O TECTO DA PARVOÍCE

 


Eu vi o vídeo e li a notícia.

Um exemplo de como os ignorantes confundem a liberdade com a falta de respeito.

Não se sabem comportar como seres civilizados, julgando que tudo é maninho. Este paspalho – o que penso é outra coisa – desconhece o quem é viver num mundo colectivo e que as normas são estabelecidas para regular essa vivência.

É pena, que os elementos das forças de segurança, como seres humanos, tivessem de “segurar” a si próprios, para conterem a vontade de lhe cascarem, por medida, umas arrochadas em riba do lombo, como lição prática para um “animal” transviado da euritmia civilizacional.

O que “racha” a cabeça e faz inchar o costado, costuma ser remédio, (não digo santo), para ajudar a abrir os olhos àqueles que por teimosia os querem manter semicerrados.

Estou de acordo que a liberdade de expressão seja um direito, mas nunca uma falta de despeito. Podemos discordar do que quer que seja, mas, acima de tudo, devemos respeitar.

Esta figura, que foi mais figurão do que figura, não primou por essa nobre particularidade, que é o respeito.

Admirei a contenção das autoridades face aos “desafios” deste rude “tamanco” onde a civilidade não tem estadia.

É por causa de comportamentos como este, que não há paz na “terra”.

Se foram só duzentos euros, foi muito pouco. Devia levado mais uns “trocos” em cima do cangote e ter pago a quantia em causa.

Os “trocos”, pela lição prática de civismo; os duzentos, pela prevaricação, abuso da liberdade de expressão e provocação da Autoridade.

Independentemente da posição que ocupa, todo o citadino merece dignidade e apreço; porém, que essas particularidades sirvam para o bem-estar social de todos os cidadãos.

Isto não foi um bom exemplo. Foi apenas a aparvalhada encenação de um “realizador” idiota, que criou, filmou e expos o ridículo da sua própria imagem - certamente para ele considerada como uma atitude de valentia!? Ah,ah,ah!

 

As minhas congratulações à Autoridade, pela sua ”paciente” atitude.

Tenho dito.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 09/02/2021

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Nota:

Faço por não usar o AO90

domingo, 7 de fevereiro de 2021

A "ARCA DE NOÉ"

 

Todos os animais permanecem como Deus os fez;

somente os homens é que se tornaram piores.

(Autor desconhecido)

 

A “ARCA DE NOÉ”

(“Alucinações” do enclausuramento inevitável, devido ao COVID-19)


Arranhar a piolheira?! Dá que pensar, não dá? – Pelo menos, para aqueles a quem Deus concedeu o Divino dom de raciocinar.

E agora?!

Após uns anitos de desafortunada “contenda” economicista, desvigorosa e desataviada do escudo da razão, sempre esperei que a “recompensa” iria ser avultada; mas tão “rechonchuda” como esta, nunca passou pelos circuitos neuronais da massa cinzenta que preenche a minha canhola. É de bradar aos céus!

Em meu entender, seria preferível colocar esta “Arca de Noé” como saldo, à venda no OLX – isto é apenas uma conjectura minha. Com sorte, pode ser que surja algum interessado nisto, apostado na recuperação da sua “carcaça”, que por incúria, falta de senso e peçonha corruptiva, está toda desengonçada – e o “dilúvio” ainda não terminou.

Mas se tiver de ser, é colocá-la à venda já, porque ainda não entrou a pomba com a folha de oliveira no bico. Manifesto sinal de que as águas ainda não baixaram, arriscando a que as nocividades possam ser ainda de superior calibre, o que poderá reservar-nos um enorme berbicacho (prejuízo), e consequentemente num negócio mais ruinoso, como tantos outros anteriormente executados – até aqui, parece que não há dúvidas.

Noé já anda aflito, porque o sustento da animalada está em risco de carência e isso pode configurar um levantamento em massa com sérias consequências. Tenho arengado muitas vezes, que quando a fome aperta, consciência desaparece e a irresponsabilidade pelos actos, também – como todos sabemos, parcialmente, não é?! Creio que é uma boa ocasião para a venda do reumaticamente debilitado imóvel.

Tendo em conta que a China “compla” tudo e do “nada” faz “dinheilo”, é provável que seja o “compladol” ideal. “Bendêle pule bendêle”, é melhor a estes, que pagam logo à cabeça, e sempre devem ser uns milhares de milhões de euros para alimentar a sofreguidão das sanguessugas resguardadas pela impunidade, que superabundam neste lodoso pantanal de incompetência e falta de ponderação.

Se “mostlalem” alguma relutância na negociata, além da restante e “resignada” animalada, que já caiu na deprimência do desânimo, que lhes sejam oferecidos os burros, a título de bónus ou oferta (récuas não nos faltam, louvado seja Deus!), só para despachar e tapar um bocado a visão dos olhos amendoados – que há-de ser difícil.

É que foram eles (os burros), com a sua esperteza “burricalizada” e à revelia dos restantes residentes deste analógico “zoonáutico Bíblico”, que colocaram a Arca e Noé à deriva, sem azimute definido e de pantanas, num cotovelo do Oceano Atlântico a sudoeste da Europa. Até os remos ficaram quase todos sem conserto.

Agora já é tarde para arranhar a área cabeçal á procura de uma solução onde ela, de todo em todo, por baixo da “juba”, não existe - e afigura-se-me que nunca por lá residiu.

Estarei a pensar bem?! - O confinamento dá cabo de mim, caraças!

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 06/02/2021

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Obs:

Procuro não fazer uso do AO90.