quinta-feira, 25 de abril de 2024

É DO BARIL, ATÃO NUM É?!

 

É DO BARIL, ATÃO NUM É?!

 


Desconheço quem foi o autor deste cenário, que em pouco espaço e sem lirismos, porém com abonada fidelidade, tão bem retrata a “penúria” e a “fartura” antes e depois do 25 de Abril.

Antes de prosseguir com o meu palavreado, aos nobres miolos de onde brotou esta concepção, faço questão de apresentar-lhe os meus parabéns por isso. Em nome da “liberdade”, ainda que um pouco condicionada, - a meu ver -, entendo que são bem justos.

É verdade que depois desse dia, (25), “ninguém mais” amarrou tafulhos na boca dos portugueses, apesar de algumas tentativas frustradas.  A exemplo inicial, a actuação “sublime e aveludada” do Comando Operacional do Continente (COPCON), orientada por Otelo Saraiva de Carvalho. Lembram-se?

É evidente que a mutação do estado político e económico, com vista a uma igualdade de direitos, garantias e liberdade de expressão, não passou dos pináculos da ilusão “etílica” para uma melhor qualidade de vida,

Não refuto, porém, que ao despontar da alvorada desse dia, talvez não me fosse concedida a permissão para eu estar p’ráqui, a dizer estas ou outras distintas baboseiras. Mas também não duvido que havia menos pobreza, geral e do juízo, como até agora tem vindo a acontecer.

Na noite anterior, nas estruturas hierárquicas, cada um era responsável pela missão que lhe fora confiada ou para qual se havia auto-proposto.

“Ao romper da aurora” do dia 25, toda uma corja de parasitas e oportunistas que estava encafuada nas masmorras do silêncio, assomou à luz “brilhante” do sol - que de brilhantina nada teve -,  para colocar em acção os seus bem amadurados e tendenciosos propósitos nefastos, cujos resultados, agora são bem visíveis; desordeiros, ladrões, malandros, incompetentes, corruptos, chulos, aldrabões, vigaristas e trapaceiros.

Não me interessa saber quem foi, ou quem é o quê. Certamente que cada cidadão tem a sua conjectura formada, - se não tiver a venda nos olhos e a barriga a dar horas, ou se está na iminência de que a penúria lhe venha entrar pela porta dentro, accionada por consecutivas governações deficientes, cujos resultados são bem contatáveis.

Encontramo-nos numa condição em que o “impossível” pode acontecer, porque o povo foi infectado por uma cegueira generalizada, pulverizada por dissertações proselitistas, actualmente tituladas de populistas; isto é, dizer ao Zé, aquilo que ele mais gosta de ouvir.   

Mais tarde, quando a “noite” cai, acaba por concluir que tudo não passou de um artístico embuste.

A força dos elementos policiais para a manutenção dessa ordem tem-se degradado; a moral tende a desaparecer e a ética tem-se transformado num fiasco, fomentando o desrespeito pelo próximo; a aplicação dos princípios legislativos não prima pela igualdade, porquanto, o dinheiro compra, não a lei, porém, a justiça; a pobreza, que francamente tem crescido nesta “abastada” nação, tem servido de cavalo-de-batalha para os espertos (não confundir com inteligentes) subirem os degraus do poder; a boa qualidade do ensino tem vindo a volatilizar-se porque houve um aumento de “palha” na manjedoura da instrução etc.

Não tenho necessidade de ir mais longe para afirmar: ao povo, foi-lhe retirada amordaça da boca, e, sem escrúpulos, serviram-se dela para lhe cobrir a visão – física e intelectual.

Muito mais haveria para dizer, mas fico-me por aqui.

Não vou finalizar, sem aqui demarcar umas velhas palavras, concernentes à moralidade, ética e justiça: os exemplos devem vir sempre de cima.

 Isso não tem acontecido.

Agora anda tudo cego, e é mau!?

Apraz-me ainda acrescentar que, nos comentários que certamente irão seguir-se, espero não ter de questionar: “onde está a minha liberdade pensamento”?

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 25/04/2024

 

https://antoniofsilva.blogspot.com

 

Nota:

Não uso o AO90.

 

  

 

 

 

sábado, 20 de abril de 2024

POR DETRÁS DE UM SORRISO

 

É, por vezes, do sentimento acre de profunda tristeza,

que é libertada a “sublime doçura” de um sorriso.

Incompreensível, mas verdade.

(A. Figueiredo)

 

POR DETRÁS DE UM SORRISO

 


É comum dizer-se que mostrar um sorriso, não custa nada e alegra o Mundo. É verdade, - para nós, quando não sentimos os “calos” a doer. De resto, pode ser uma ilusão agradável para os outros, que não compreendem o nosso estado de espírito no momento desse tão precioso trejeito.

Todos percebemos que o sorriso tanto alegra o mundo como pode irritá-lo. Isto, porque, sorrir não é necessariamente, arreganhar a fateixa; é muito mais para além disso. 

Para quem entende, o sorriso reflete sempre o estado de espírito de quem sorri. Tanto pode demonstrar a nobreza, a graça, a humildade, a compreensão, daquele que ri, como pode ser o embaixador da sua torpeza, mesquinhez, degradação emocional ou mesmo física, onde o prazer, a dor ou o ódio, estão latentes. É bastante complexo, não é?

Naturalmente que é complicado saber interpretar o corcel sentimental que uma manifestação jovial cavalga, contudo, não é de todo impossível. É uma questão de perspicácia e apurado espírito de observação.   

Sempre que contemplo um sorriso, tempero-o com a toda a expressão facial que o embeleza ou desfigura, o que me possibilita uma apreciação mais correcta da sua razão de ser. É evidente que não diz tudo, porém, o suficiente.

Com ou sem sorriso, a fisionomia é, infalivelmente, o espelho, não só do espírito, mas também da condição do físico. Ambos vivem entrosados. O estado de um, reflete-se no outro e a cara, na sua expressão, retrata o mais fiel estado de ambos.

Por isso é que existem sorrisos de várias configurações; hipócritas, ridículos, gozo, rancorosos e raivosos; também os há sublimes, de satisfação, complacentes, humildes, carinhosos, de pranto etc.

Naturalmente que é indispensável muita vivência, (calosidade), e “alguma” apreciação de tratados relacionados com a psicologia, para apurarmos a sensibilidade que nos permite identificar o se esconde nas atrás de cada “arreganho”.

No que concerne à investigação desta matéria, apesar da sua enorme complexidade, não faltam eruditos, que, através de narrativas sustentadas por episódios, têm chegado a brilhantes e indubitáveis conclusões, cujas realidades, adidas à nossa conjuntura genésica, nos vão possibilitar a remoção da máscara da farsa e fazer emergir realidade - assim nós, antes do nascimento, tenhamos sido “brindados” com essa condição, que naturalmente, não está ao alcance de todos.

Como tal, vezes sem conta, deparamos que atrás da alegria de um sorriso, pode existir um profundo poço de tristeza, uma agressividade contida, um ciúme latente, uma ambição desmedida ou realmente a verdadeira, despretensiosa e natural pureza do sorriso franco e aberto, que na realidade vem alegrar o Mundo!

Concluindo: como nem tudo o que brilha é ouro, nem tudo o que se esconde atrás de um sorriso é alegria.

   

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 20/04/2024

 

     https://antoniofsilva.blogspot.com/

 

 

 

segunda-feira, 1 de abril de 2024

A IMPORTÂNCIA DA DOR АЖНОСТЬ БОЛИВ THE IMPORTANCE OF PAIN DIE BEDEUTUNG DES SCHMERZES ВАЖЛИВІСТЬ БОЛЮ


A IMPORTÂNCIA DA DOR

АЖНОСТЬ БОЛИВ

THE IMPORTANCE OF PAIN

DIE BEDEUTUNG DES SCHMERZES

ВАЖЛИВІСТЬ БОЛЮ


    Física ou emocional, a dor é sempre um bem precioso. Não sei se por equívoco da existência ou por erro da Natureza, a sua distribuição, que toca a todos os seres viventes, obedece a uma rectidão determinada e a uma imparcialidade tal, que a todos toca o seu quinhão, cuja dimensão resulta numa maior ou menor dimensão da fatia, - dependente do fadário de cada um.

Das consequências resultantes dessa talhada, apesar de todo o mundo “compreender” e até sugerir mezinhas e fármacos tidos como lenitivos para o seu abrandamento, a realidade do sofrimento, só sabe quem o sente – não descorando, contudo, que “toda a gente é capaz de a suportar”. Esta é que é a verdade.

 Conquanto que, sendo a dor incomodativa e por vezes angustiante, ela é indubitavelmente indispensável à vivência, quando esta corre menos bem; é o único modo de que o nosso conjunto físico-anímico dispõe para manifestar o seu desagrado sobre algo que está imperfeito na sua edificação corporal ou imaterial. Sim, porque quando há uma dor no corpo, esta, invariavelmente provoca uma dor na alma; embora diferentes, quando uma doi, a outra não fica imune. Uma afecta a outra com intensa reciprocidade porque a infalibilidade genética as fez germinar enlaçadas para toda a vida.

Por isso, a meu ver, o sofrimento deve ser tido como um “bem” e deve ser sustido até à fronteira do suportável – que depende de ser para ser e da intensidade sentida, que também é variável.

Como tal, o recurso a remédios para diminuir qualquer dorzeca, ou mesmo encapotá-la, quando esta ainda é suportável, é manter de pé a fortaleza e a progressão da doença que a originou. Neste caso, é natural, ou mesmo certo, que a enfermidade pode progredir porque os avisos do corpo ou da alma, foram silenciados por remédios que não curaram, mas apenas remediaram, silenciando os “gritos aflitivos” com pedidos de ajuda do nosso corpo, consequentes de sua (nossa) luta titânica, para manter a sua sobrevivência. Isto deve-se, por vezes, à flacidez da nossa força de vontade.

É este o meu parecer. Durante a minha vida, nunca abdiquei dele.

Ainda que custe, a dor deve ser suportada até ao limite de cada um. Porém, se a causa que a deflagrou, após tentativas científicas não for conseguido o seu restabelecimento, nesse caso já é justo o recurso a todos os meios clínicos e farmacológicos, para conceder uma boa qualidade de vida ao enfermo, enquanto ele existe.

Graças à dor, quer seja do corpo ou da alma, a existência Humana é um facto incontestável neste Mundo, apesar de ser um mundo-cão; na hipotética ausência da dor, não sobraria nenhum Ser Humano vivo neste planêta tão lindo! Por enquanto, azul - até ver.

Restaria apenas o calcário ressequido de montanhas de esqueletos. Como tal, não temos escolha. A dor, sempre difícil de suportar, ou nos arruína, ou, quando perde a batalha, – muitas vezes acontece -, acrescenta a robustez da nossa força interior para vencer a próxima peleja.

Dá p´ra pensar, não dá?!

Então raciocinem.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 01/04/2024

     

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 23 de março de 2024

PEDRITO (Uma história real e comovente)

 


Escrita e publicada há quase vinte anos!

Movido pela sua realidade e sentido comovedor, republicá-la.

O Pedrito, já deve ser um homem, com os seus vinte e cinco, vinte e seis anos; o seu “pai”, Paulo, - este nome é real -, já se encontra há largos anos, na outra banda deste mundo.

Foi uma das belíssimas pessoas que fez parte das minhas amizades.

Paz etérea à sua alma!

(A. Figueiredo                                    PEDRITO

(Uma história real e comovente)

 

    No fim da brincadeira, ele surpreendeu-me e comoveu-me pela meiguice e pelo desejo manifestado nas suas “inocentes” palavras. Um menino de tenra idade, mas com a vida já bastante causticada e certamente a personalidade deformada, pela presumida indiferença dos seus “criadores”. A convicção simples e a ternura com que as pronunciou nunca mais sairão da minha memória e são um testemunho de grande peso, além de muitos outros, que atestam a podridão em que se encontra a nossa sociedade, estigmatizando muitas crianças que nunca virão a encarar com bons olhos o futuro que lhes vai pertencer e a sociedade que as não soube proteger da irresponsabilidade de quem os “cria”.

Cada vez que vou à baixa Conimbricense, disponho sempre um bocadinho do meu tempo para umas brincadeiras com o puto, que por sinal, é bastante castiço e conversador. Nota-se a vivacidade no seu olhar, mas quando abstraído nos seus folguêdos, existe um toque de tristeza no semblante da sua face angelical.

Acabei por saber que Isabel, sua mãe, é bastante fria e ostracizadora para com ele. Na sua rude e abandalhada maneira de ser, não lhe dá o “pão” que ele mais necessita para uma vivência sã: o carinho. Ela “trabalha” como polidora de esquinas, subsidiada pelo rendimento mínimo garantido, incentivo do Governo para quem quer poupar o trabalho, e mais alguns proventos de pouca lisura que provavelmente se situam fora das linhas estabelecidas pelos usos e costumes considerados normais, da sociedade em que vivemos.

O Quim, seu pai, (?) que pega de empurrão, não dá ao Pedro qualquer ponta de atenção, até porque saiu de casa há uns tempos largos para abraçar uma nova vida híbrida, onde as massagens rectais são a normalidade do seu viver.

O “padrasto”, que é da mesma laia, mas de vícios diferentes, em relação à criança, nem aquece nem arrefece. Com uma indiferença bem marcante, é como se aquela alma pequenina não existisse.

- “Noutro dia bi o Quim na Televisão in Lisboa, com mais muitas pessoas” – confidenciou-me o Pedrito na sua esperta inocência! Disse à minha mãe, olha ali o Quim!... Ela disse que num era, mas eu sei que era!? - Criança sim, mas tolo, não!? 

Indaguei junto da vizinha, a Ti Gertrudes, dona de uma pequena mercearia e algumas moscas, tendo-me ela segredado que o pai do menino tinha ido a uma manifestação de panascas em Lisboa e que realmente apareceu no meio de uma cena reportada pela TV.

Coitada da criança!... -Disse ela em tom piedoso. Com um pai que é assim, um “padrasto” que não presta e uma mãe que vale outro tanto, o que há-de ser desta criança? Não têm juízo. Mandam-nos vir e depois é como se vê?!

Que dureza de carácter e perfeição formativa poderá vir a ter este menino e outros à sua semelhança, metidos em pútridos ambientes como este? Se o solo é ruim, dificilmente dará bons frutos.

Ele andava a brincar com uma bolita. Quando me viu, largou tudo e correu ao meu encontro.

 Acedendo ao seu convite, voltei a ser criança como ele e entrei no jogo, como o gato e o rato. Por ali andamos uns largos minutos, procurando minorar a falta de atenção que lhe era “negada”, até que os compromissos me bateram à porta e eu tive que me despedir daquela agradável criança.

De mansinho, chega-se a mim e diz-me com ternura:

-“Faz de conta que és meu pai”!?...

A surpresa e a comoção foram de tal ordem, que fiquei quedo, atónito e gago!...

“Faz de conta que és meu pai”!!!

Dá que pensar!...

 

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra 25/03/2005

https://antoniofsilva.blogspot.com/

 

 

*Este acontecimento passou-se há poucos dias,

 com um amigo meu chamado Paulo, único

 nome verdadeiro nesta história comovente.

 

 

 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

CEDE-SE A “FAIXA” (Sugestão)

 

A boa cama não é para quem a faz,

 mas sim para quem nela se deita.

 

CEDE-SE A “FAIXA”

(Sugestão)

 

    Pelo que tenho vindo a observar ao longo do seu percurso político, Sr. Pedro Nuno Santos, não me atrevo a impugnar nem a suster qualquer dúvida, sobre a demarcada habilidade e astúcia de que o Sr. se tem socorrido para o manuseamento dos rebanhos, que com interiorizada convicção se propõe a “pastorear”; bem assim, como tem manifestado com enraizado fundamentalismo, uma aptidão nata, conquanto que, nevoeirenta, de negociante, na a formalização de altas negociações. Uns, “sucateiros”, e outros mais polidos, contudo, todos eles repolhudos – como é uso dizer-se aí, na nossa terra.

Retenho como modelos negociais de alto gabarito, a aquisição de automotoras para a CP, mais o investimento na recuperação de velhos trastes, (comboios) e as reviravoltas com a mercantilização da TAP; conjecturo que tudo isto lhe haja granjeado numerosas e aterradoras “dores de cabeça”, que eu lamento, mas não foi culpa minha.

No domínio mercadejador, estou plenamente convicto da sua “mestria”, apesar de não o conhecer pessoalmente; tão só e apenas, com recurso aos meios de comunicação, que não passam uns “aldrabõezecos”, num é?!

Mas, consinta-me ofertar-lhe uma sugestão, mesmo sem me haver solicitado e apesar de eu me considerar um rústico nas matérias, quer política quer mercantil.

Se bem que o meu entendimento possa ser franzino, sustento que o meu perecer poderá vir a dar-lhe um jeitão - quando não, um “jeitinho”. Se entender o contrário, descarregue p´rá ‘strumeira, que eu não ficarei entediado.

Acaso um dia venha ser Primeiro-ministro – o Diabo seja cego, surdo e mudo - é apenas um pequeno parecer sobre o que fazer a esta “Faixa”, situada no estremo Oeste da Europa, colonizada por retalhos partidarizados, desconjuntados nas suas deliberações e ligações cognitivas; unificados apenas no que diz respeito a viver uma vida airada, à custa do ZÉ PAGODE, que, guinchando e rangendo os dentes, só se lamenta, mas não reage. Não escoicinha, não marra e não morde. Lastima-se e lacrimeja, mas aceita! (?)

Mas, deixemos isso p’ra trás!?  

Não vou sugerir-lhe uma transferência, porque a economia está tão rastejante, escorregadia e repleta de buracos, que ninguém vai pegar no engôdo. Haveria ainda a ponderar sobre uma entrega à exploração, mas não vale a pena falar sobre isso, porque tudo me leva a acreditar que esse sistema já se encontra nela muito bem instalado. E com gavinhas tão bem entrelaçadas, que não permitem à população resfolgar. Analisando friamente os factos, Sr. Pedro Nuno Santos, resta apenas, em meu conceito, a vendição do imóvel. Apesar da crise com enorme evidência ser esquelética e por quase todos reconhecida, sempre valerá alguns patacos; mesmo que seja ao desbarato, e se a Comissão Europeia autorizar.

Sugiro isto, porque nós já fomos realmente “independentes e orgulhosamente sós”! Naquele tempo! No outro tempo, sabe?!

É certo que não passou por lá, mas seguramente que não ignora a existência desse período obsoleto?! É sempre bom recordar! E até, em “plebeia conversa-fiada”, passar a ‘stória à rapaziada novata, como o Sr., que, apesar de “saber muito”, muito mais terá para conhecer. Porquanto, quem não se lembra ou sabe peva do passado, está sujeito a “voltar” ao ponto de partida. Até sou capaz de não estar muito enganado, pois não?!

Poderá, contudo, o Sr. questionar p’ra si mesmo:

- Porra!... Quem raio será este gajo? Caramba, aparenta ser um imbecil e um tapado. Até serei, quem sabe!?... Mas por cuidado, devo lembrar-lhe que pertenço ao seu concelho (OAZ).

Porém, se analisar com frieza e imparcialidade, o que está a suceder à vivência de uma enorme fatia de portugueses, acabará por legitimar que não sou tanto aquilo que possa ter pensado; se é que pensou mesmo. Mas, adiante cuandor; e, em caso de crise, (já instalada), que nos acudam ao menos, as Papas de S. Miguel, num é?

Ora vamos ao assunto.

No que respeita ao emperrado imóvel a mercantilizar, a “FAIXA” é bastante comprida e bem atapetada por uma abundância arenosa numa das suas bordas. No Estio, essa fímbria oceânica possibilita àqueles que não vão para “bebe-e-dorme” ou outro sítio qualquer, um descanso mal merecido por um trabalho pouco produtivo e se calhar malfeito. Estiraçados de papo para o ar e de olhos e mente cerrados, contemplando o azul do céu que não vêm, sideram o melhor órgão do seu canastro, com maior incidência nos seus sacos testiculares ou na sua tez mamária, amulatando-os em psicótica imodéstia, ruminando, numa calma aparente, o peso das dívidas ao merceeiro, ao leiteiro, ao stand e à loja de cremes e lingeries, que no fim das férias terão de solver, custe o que custar, - queira saber que agora, até já é uso hipotecarem-se os salários aos bancos, muito antes de serem recebidos; só falta que a Natureza lhes achate o nariz e lhes alargue as narinas de modo a conseguirem infiar nelas o dedo indicador, se não forem manetas, possibilitando-lhes mudar de conceitos manualmente, porque o “automatismo” intelectivo há muito tempo que deixou de funcionar convenientemente. Esvaiu-se.

A “FAIXA”, por azar do destino, é de largura reduzida e não tem por onde se estique; no seu interior e p’rás bordas de lá, é uma manta de retalhos mal remendada e escanzelada pelo desmazelo, onde há populações que, enquanto granjeiam rugas no juízo e na cara, “resignadamente” se vão desenrascando. Graças à resistência de coesão da boa vizinhança, que resulta num auxílio comunitário, pouco usual nas grandes metrópoles.

Dentro da “FAIXA”, estão a passar-se uma sucessão de acontecimentos, que, pela sua gravidade e aceleração, colocam a maioria das populações numa situação de permanente insegurança, incredulidade e pobreza, que lhes infernizam o espírito e lhes castram a vontade de dormir relaxadas.

    A criminalidade aumenta, à medida que a autoridade policial diminui; o crescimento desmesurado de parasitas e malandros, são também uma chaga bem visível na época actual, porque para esses, há subvenções.

Encerram maternidades, urgências, postos de saúde e escolas; das grandes, médias e pequenas empresas, umas diluem-se por má gestão e consequente falência, - por vezes inautêntica; outras, levantam ferro desta “FAIXA”, desamarram, e vão pastejar para outra banda onde possam existir melhores condições de segurança económica e mão-de-obra mais barata; em consequência deste conjunto de situações, a desocupação é notoriamente crescente.

 Encolhem as comparticipações no sector da saúde; amplificam os tributos; estreita-se o arrocho através dos braços musculosos e “benevolentes” dos elementos do fisco, - facto que provavelmente não se aplica a todos os “súbditos” com integral equidade. Tudo isto, na miragem de um restabelecimento da economia, que cada vez está mais deficitária e o cume prometido e muito badalado, igualmente longínquo.

Por isso, uma grande maioria se interroga: o que será que o futuro reserva, já não digo para nós, mas para os mais novos, que actualmente esgravatam por salários ridículos?

É por toda esta “trovoada” de ocorrências que têm vindo a transtornar os ânimos de todos nós, que eu, Sr. Pedro Nuno Santos, venho sugerir-lhe, no mais gracioso, respeitável e requintado trato de que é merecedor, (?) que, se vier a ser indigitado o suprassumo do seu, - já um bocado putrefacto - baraço partidário, com o azimute a Primeiro-ministro – o Diabo seja cego, surdo e mudo, mais uma vez -, proponha aos “Paralamentares” a venda desta “FAIXA”, que, mesmo com todas as “fossas” que a esburacam e desfiguram, há sempre a possibilidade de aparecer um lorpa, ou um laparoto, fracos de espírito, que lhe pegue, e talvez nos governe melhor - não quero com isto dizer que, na parte que lhe coube, o Sr. tenha governado mal!? Longe de mim tal ideia! Conquanto que, evidenciando o sentido masoquista do nosso povo, ao que se me aparenta, ainda temos na cilha mais alguns furitos para adelgaçar!

Para tal efeito, penso ser condição fundamental mandar “plantar” nas estremas, que, apesar de não existirem, (o Acordo de Schengen, só serviu para nos schengar), ainda subsistem marcas geológicas que certificam a sua delimitação, umas dúzias de estacas, já bastante carbonizadas pelos fogos, a suportar uns tituleiros côr branca, com as palavras nitidamente pinceladas a preto - mesmo que em aparolado português não faz mal: “SEDE-SE A “FACHA” ou BENDE-SSE O AIDO“. E, por baixo, em estreitos caracteres, só para disfarçar: por motibo de débil robustez – sem declarar a causa da maleita, claro.

Com esta dica, que por mim lhe é ofertada de boa vontade e se o fadário lhe bater à porta, - creio bem que não -, até pode suceder que um dia, o Sr. se lembre de me chamar p’ra conselheiro; ou, pela sua “generosidade democrática”, me mimoseie com uma penitenciazinha de mau paladar.

Com a diversidade de acontecimentos que já me passaram pela frente, durante os meus setenta e nove invernos, sei lá?! Já vi de tudo… mas ainda não vi tudo. Disso usufruo da certeza.

Atentamente.

 

António Figueiredo e Silva

 

Coimbra 03/02/2024

 

 

 

 

sábado, 17 de fevereiro de 2024

NEM UM, NEM OUTRO (ADVERTÊNCIA)

 

O meu ideal político é a democracia,

para que todo o homem seja respeitado

 como indivíduo e nenhum venerado.

(Albert Einstein

 

NEM UM, NEM OUTRO

(Advertência)

 


Franqueza arriba de tudo. De resto, cada um come daquilo que mais almejar.

Não gosto do Sr. Pedro Nuno Santos, e se o fanatismo me houvesse contagiado - felizmente não aconteceu -, e tivesse de adorar, também não seria o Sr. André Ventura que iria venerar.

Porque as minhas observações estão sujeitas a erro, como é óbvio, o seu valor é relativo; por isso, cada uma das figuras aqui referidas, vale o que vale. Cabe aos eleitores a sua apreciação e consequente sentença.

No entanto, não me vou coibir de dizer - ainda que possa ser eu o único a manifestá-lo: nenhum deles, aos portugueses, deve interessar.

Um, aparenta ser um sereno ardiloso, portador de “adorável” melodia.

Outro, faz-me lembrar um magnífico vendedor de banha-da-cobra.

 Um, pela sua itinerante carreira política, seu ganha-pão predileto, já evidenciou, - a meu ver -, o que de contraproducente tinha a provar.

Outro, senhor de um refinado mimetismo, tenta fazer parecer, o que meu ver não é.

Um tem profundo traquejo para o toque afinado e requintado de violino, à laia de sereia.

Outro, é exímio tocador cavaquinho – fala e estrebucha p´ra burro, e pouco diz.

Um, por aquilo que fez.

Outro, por aquilo que tenho receio que possa vir a fazer.   

Alternadamente, ambos devem professar os mesmos propósitos, cujos cânones repetem até à exaustão; certamente que devem orienta-se pela mesma ladainha – parlapié –, e contar as contas do mesmo rosário.

Lorpas não são de certeza. Sabem muito bem, que a faladura bem condimentada, é o único meio de transporte que os pode conduzir à alcândora do PODER - sua fundamental ambição.

Lá chegados, é só “governar”. Isto é, não sem o amparo fidedigno, do desafogado guarda-chuva, - bem aberto -, da Constituição da República Portuguesa, Artigo 157.º - (Imunidades).

E p´ra findar: por configurações dissemelhantes, não acredito nas intenções de nenhum deles.  

Os portugueses que se ponham a pau. Seria melhor limparem a ramela dos olhos, removerem o cerume das manilhas auditivas e consumirem algum nutriente que lhes possa aguçar o cérebro, - na parte que concerne ao raciocínio lógico -, e não se deixarem embalar por tretas bem musicalizadas, que podem servir de capote a intenções não tencionadas.

Eu avisei.

Ópois, num protestem nem lastimem.

 

António Figueiredo e Silva

Coim, 17/02/2024

 

Nota:

Faço por não usar o AO90.   

 

 

 

 

 

 

domingo, 7 de janeiro de 2024

OS "CABEÇUDOS" (II)

 

OS “CABEÇUDOS” (II)

 

 Há muitas luas que os seguidores das minhas “baboseiras” se devem ter vindo a sentir apreensivos, com base em alguns interregnos marcados pela minha abstinência em relação à escrituração.

Não, quando isto acontece, não é porque pense renunciar à contenda ou porque haja “morrido”. Ainda estou vivinho da silva e sempre com a cabeça a fervilhar e ansioso por dar mais umas traulitadas.

O que acontece, é que de vez em quando a disposição para isso depaupera, porque a merdice é tanta, que muitas vezes nem sei qual o lado dos miolos que devo utilizar, para rechaçar toda a porcaria que pela frente se me depara.

Por via dessa imundice, perco-me nos caminhos confusos que estabelecem a ligação entre a verdade e a mentira. Fico cismático e desnorteado com a vergonhosa desordem que alastra na lisura da informação de factos, sejam eles de ordem política, religiosa ou pandémica; até nas coisas que acontecem no dia-a-dia, existe um condimento de mordacidade.

É vasta a conspurcação e barafunda de alto a baixo, que podem colocar em causa o meu raciocínio, tornando-se necessário, dar um pouco de repouso de à mioleira.  Porque, como da mentira se pode fazer uma verdade, da exactidão também se pode construir uma mentira paralela, tida com alguma fiabilidade. Isto é enganar descaradamente. Mas é. “Atão num” é?!

Nesta “Aldeia” Lusitana, integrada na já bastante poluída superfície global, que os mantos da melancolia e “fumarada” cobrem, o ambiente está a tornar-se caótico, intragável e insuportável, devido à síndrome da doutorice que remove a massa encefálica e atafulha determinadas cabeças com palha, resultando daí o que eu chamo, com a indispensável cerimónia, de,,, OS “CABEÇUDOS” – mas matreiros,

Não encontrei no meu miserável léxico, outra designação que não esta, para muitas figuras cujo suporte cabeçal, apenas serve para suportar estruturas de queratina. “CA-BE-ÇU-DOS”! Este polissílabo bem adornado, que, ao fim e ao cabo, não serve para nada, é apenas um apadrinhamento meu, como merecido galanteio à proliferação destas rêses, que, se não nos pusermos a pau, até nos comem vivos.

Eles é que têm vindo a propagar a instabilidade nas comunidades, com recurso a farsas, esgrimidas com acesas retóricas, a que os filósofos de baeta, por proveitos implícitos, ou por falta de extensão “visual”, (já não quero dizer, por genuína burrice), dizem ser populismo. Mas qual populismo, qual carapuça?! O que buscam esses CABEÇUDOS é um meio que lhes faculte uma alcândora onde possam cantar de galo com uma imunidade absoluta a proteger-lhes a crista, que lhes adorna um espaço ôco com a sapiência falida, mas onde não é escassa a esperteza aguçada.

Foram e são esses CABEÇUDOS que têm vindo a dar cabo disto, e continuam a propagar o derretimento da estabilidade social por todo o nosso território.

São presidentes, ministros, deputados, assessores, chefes de gabinete, juízes, advogados, regedores, “régulos”, “sobas” e quejandos; até chegar a vez do ZÉ, que mesmo com a assolapada tacanhice de um verdadeiro “CABEÇUDO”, também não deixa passar o seu papel existencial em branco sem se fazer a um poleireco, que, pelo menos lhe dê uma enganadora condição social, na maliciosa comunidade onde vegeta.

Os CABEÇUDOS, começam por desconhecidos e vão-se metamorfoseado em exímios vendedores de ilusões - aos lôrpas - para passarem à notoriedade. A partir daí, auto-adquirem poder, (aquele poder que todos conhecemos de ginjeira,) para fazerem as merdas que lhes apetece, sem que ninguém os possa agarrar pelos colarinhos e espetar-lhes dois ou três “murros” nas trombas e metê-los na linha.

Naqueles alfobres alcandorados à custa de sofístico paleio, encontram-se “asilados” e tratados com deferência, alguns órgãos de comunicação e seguidores partidários das mais diversas crenças e convicções.  

Perante isto, para que eu possa expor com liberdade e absoluta lisura o que fumega na ideia, terei de ser plenamente livre; “milagre” que não tem acontecido, nem vislumbro o advento dessa realidade. Por isso, se abrir muito a “matraca” para difundir as minhas perturbações, serei imediatamente “condenado” pel’OS CABEÇUDOS”, e/ou seus “fiéis” acólitos, vacinados, não contra o COVID-19, mas contra a congruência da razão. Para eles, sob a uma sensatez sem voz, limitada por duras palas laterais feitas em couro, cerume acumulado nas manilhas auditivas, que apenas lhes permitem comtemplar a debilidade interna lhes vai alimentando o fôlego e a ganância.

 Repare-se só, na actual corrida ao poder.

Os malabarismos de verborreia que têm sido exibidos nas entrevistas, quer pelos entrevistadores, (quase todos à sombra de uma côr), quer pelos entrevistados, que não defendem como é notório, os interesses de um povo, porém, os cromatismos ideológicos a que estão aglutinados, e, infalivelmente, os seus interesses pessoais.

Estou empanzinado d’OS ”CABEÇUDOS”.

 Nesses palermas, as principais virtudes abortaram à nascença, quando deviam ter sido eles/as a serem abortados/as - são todos a mesma jorda. Parece que foram feitos a granel.

            A eles, falta-lhes a diplomacia, o conhecimento da vida, a ponderação, o poder catalisador, o respeito pelo semelhante, o saber unir. Tudo isto, despretensiosamente.

É pela falta destas condicionantes, e ainda outros atributos que constituem a decência, que nós estamos a assistir a uma temerária anarquia que está a condicionar o que devia ser uma democracia, tida como um estado de direito. O que tem ocupado esse lugar é a FALÁCIA.

Malditos CABEÇUDOS! Só olham p´ra eles! A sua excrescência umbilical é o seu reino. Enquanto extasiados a observam, a noção dos valores desarvora. É por isso que isto tem andado na balbúrdia” que nos é dado observar.

Estou farto deles! OS “CA-BE-ÇU-DOS”.

Bem… é preferível eu meter a viola no alforje, e zarpar para outra “regedoria”.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 07/01/2024

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Obs:

Faço por não usar o AO90