terça-feira, 4 de junho de 2013

"ANÓNIMO"



“ANÓNIMO”*

A ofensiva obscurantista é, de todas as formas de “ataque”, a mais ordinária e a que mais mediocridade encerra. É reflexo de um cérebro doente cujas consequências são: a extinção do carácter, a flacidez da coragem e o definhamento da força da razão.
Animal que encima uma cabeçona em que o encéfalo funciona com estas características, pode dizer-se que é verdadeiramente acéfalo, por isso de pessoalidade indefinida. No interior da sua caveira não poderá existir, certamente, mais do que meia dúzia de sementes de abóbora porqueira balançando no espaço fútil que a enche quando o vertebrado estremece a sua osteoestrutura, com cagaço pusilânime de dar uma opinião satisfatória e aberta, assumindo totalitária responsabilidade pelo que ronca. É muito semelhante ao caracol; é desprezível, arrasta-se sobre a baba asquerosa pela escuridão do anonimato e se sente que vai ser descoberto, enfia a armação dentro da frágil casca que enganadoramente o protege e deixa de piar.
Que valor poderá ter o “crítico” anónimo?... Esse piolho da púbis social, (para quem não saiba, chato) apesar de não contribuir em nada para o bem-estar dos concidadãos porque os seus argumentos serão desprezivelmente atirados para a nitreira da nulidade, não se preocupa minimamente em aprender com os outros na sua penumbra de fingido recato.
A frustração deve ser a luminária que, de pavio apagado, lhe “alumia” o pântano da obscuridade em que vive, povoado por alucinações maquiavélicas que lhe deformam mais, a já de si deformada personalidade que o circunda.
O boato e o falso testemunho são as armas de arremesso usadas por ele, decorrentes de um coito cerebral interrompido pela sobreposição da inveja, doença que invariavelmente infecta o anónimo e lhe confere a extrema cobardia que o caracteriza. Não presta!... Não vale um pataco furado. Como dizia o meu avô, “é dez reis de gente”.
O anónimo, devido à pequenez da sua “inteligência”, apenas ladra sobre coisas atestadas de grande futilidade mas com soez e paupérrima urdidura no palavreado, denotando que não pensa antes de falar, contudo, ladra sem discernir; daí que é de toda a conveniência para ele, conservar-se no obscuro com apreensão, e, acometido de forte sentimento gaulês, encolhendo-se com pavor de que o céu lhe caia em cima. É um burrical palerma!
A oportunidade de cada ser evoluir partindo do seu código genético foi atribuída a todos; no anónimo esta particularidade abortou pelo caminho, fazendo dele o ser mais irascível e ao mesmo tempo pateta, do planeta.
O anónimo não consegue descobrir qualquer centelha de segurança dentro dele próprio, sendo essa a razão pela qual não consegue obter também um critério de relação com a existência em que participa, ainda que transitoriamente, no espaço que medeia entre o surgir e o finar.
Mesmo correndo o risco de vos designarem de “filhos-da-mãe”, dêem sempre a cara, respeitem a vossa dignidade se a tiverdes, e assumi a vossa posição quando a razão vos assistir e da mesma maneira, reconhecei os vossos erros e retratai-vos. Não é humilhação e vale a pena!... Porque, errar é humano, mas não reconhecer o erro é de mentecapto.  
Antes “filho-da-mãe” reconhecido, do que anónimo palerma.

António Figueiredo e Silva
Coimbra
www.antoniofigueiredo.pt.vu
      

*A todos os Jorges Oliveira,
e a outros micróbios semelhantes,
que pululam no escuro do anonimato.