quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

ERA UM VEZ

 

Esta “talhadela” foi caligrafada em 25/07/2002.

Fui rebuscá-la, só para lembrar à população desse país, que as coisas não evoluíram. Antes pelo contrário.

Quero asseverar a todos, mesmo a todos os seus cidadãos, que a esperança não põe pão na mesa.

Ou regem, ou morrem na penúria.

(António Figueiredo e Silva)

                                                  ERA UMA VEZ

                                                 Carta ao meu amigo Zé (VI)

 

Raramente te dou notícias minhas, mas, como todo o amigo-de-Peniche, só quando estou deveras embaçado, flatulento, revoltado, quezilento, exasperado e a sentir outras realidades que não me atrevo a dizer porque seria forçado a consumir palavras do mais vernáculo e acintoso português, que felizmente ainda não constam no cabro do acordo ortográfico, é que te dou conta da minha existência.

Olha, amigo Zé, já estou a ficar irritadiço só com o atrupido da cavalgada, que com as ferraduras da incompetência me tenta esmagar a lógica do pensamento. Perante este fundamento e para não esbanjar toda a raiva que me lavra a razão e me pode coagir a sair dos carris, escolhi contar-te uma história para ajudar a dissipar o meu nervosismo, e, quem sabe, arrancar-te do marasmo em que deves ter vivido.

Como todas as histórias, esta também irá começar por: “era uma vez…”

 

Era uma vez…

 

    Um território que apesar de ter suportado várias fatalidades esporeadas durante muitos anos por cobiças externas, péssimas políticas, insurreições, assassinatos com regicídios pelo meio e mudanças do estilo de governação, alcançou certo dia, alguma estabilidade económica, financeira e acima de tudo, disciplinada. O seu povo podia respirar à vontade a brisa límpida assoprada pelas qualidades doutrinais da ética, da justiça e naturalmente pela quietude social. Era uma nação que impunha respeito e colhia o apreço de todos os que dela tinham conhecimento.

O seu povo vivia numa concórdia “antiquada” com a qual talvez na época não simpatizasse, porém com uma segurança a todos os níveis e uma governação exigente e cumpridora das suas convenções, onde a ordem lascava a direito, assente em regras compulsivas e punitivas decorrentes dos princípios nelas instituídas.

É certo, amigo ZÉ, que ladrões sempre existiram, mas, quando apanhados, era-lhes aplicado um forte “arganel”, que anos mais tarde, no país inspirador desta história, foi substituído por uma pulseira electrónica, talvez até em ouro ou prata, consoante o gosto e as posses do gatuno protegido.

Aquela terra não era de avantajada grandeza, mas usufruía de um razoável património satélite que lhe dava força, vida e solidez. Subitamente foi assolada por mais um rude golpe, urdido por meia dúzia de mentecaptos com as cabeças entaladas entre grandes patilhas e encumeadas por sebosas cabeleiras, que resolveu fazer uma tomada do poder, submetendo aquele país e as suas gentes, a outro estilo da governação; diziam eles que era uma governação socialista marxista, onde todos seriam iguais e aferidos pelo mesmo sarrafo. Era esta substância bolorenta, o miolo dos repertórios bocejados ao som de harmoniosas composições revolucionárias, onde eram arengados o sumiço da pobreza, o equilíbrio entre ricos e pobres, a criação de subsídios para os jogadores de sueca e entornadores de copos, etc.

Olha pá, sobre essa filosofia, pá, eu não enxergo nada pá. Entendes, pá?

O certo é que o povo desse triste país foi levado na lamacenta e traiçoeira torrente política e caiu na esparrela. Com lábia soporífera, os ladrões continuaram a existir, mas em maior número e com requintadas qualidades; mais polidos, mais descarados, mais fortificados, mais manhosos, mais traiçoeiros e, acima de tudo, mais ladrões. Apesar destas características deprimentes, por entre ziguezagues e renhidas altercações, conseguiram por fim atingir a esfera do domínio, a partir da qual criaram uma ampla cúpula que a todos pudesse proteger contra quaisquer chafurdices negligentes ou crimes propositados, que apelidaram de IMUNIDADE, S. A. I. L. (Sociedade Anónima de Irresponsabilidade Lda.).

Sob a tutela de regras por eles caboucadas com artesanal habilidade, não dispensando a prestimosa ajuda dos comparsas para a sua urdidura, começaram aqueles filhos de rameiras e pais incógnitos, a dar cabo de tudo o que de bom que aquele povo possuía. Lentamente iniciaram uma cultura de instabilidade e insegurança que levou a população a deixar de dormir descansada com medo do dia seguinte.

Pagaram muito bem pago para o oferecimento de todo o império que aquele país possuía, donde resultaram consequências trágicas; encetaram uma delapidação do património financeiro, esbanjando-o perdulariamente sem qualquer senso de ponderação; assassinaram o ensino e abalroaram a justiça, que só passou a existir para a arraia-miúda; estrangularam o sistema de saúde com imposições agrestes que estão fora do alcance de uma grande maioria – velhos, doentes crónicos etc. impuseram dízimos sobre rendimentos não rentáveis,
que aquele pobre povo não pode suportar; liquidaram com a segurança do reino pelo achincalhamento e limitação da autoridade às forças policiais; criaram rendimentos para os parasitas alérgicos ao trabalho ou viciados na bebedeira e na droga; deceparam mesmo, muitos benefícios sociais, por lei inalienáveis impenhoráveis; possibilitaram a gatunos da pandilha o roubo descarado e abusivo de dinheiros públicos e sua posterior lavagem; ajudaram ou facilitaram a fuga de “ilustres” vigaristas para outros territórios; apoiaram e protegeram fortunas ilícitas a elementos da pandilha ou com ligações a ela etc.

Não saciados, aqueles filhos de pais desconhecidos pertencentes à governação daquele torrão, que permitiram ou se outorgaram fazer aquelas cavaladas, foram sempre postos à margem das punições por leis criadas had hoc que os colocou numa posição de intocáveis; por falta de provas (decisões forjadas) sobejamente conhecidas, ou por deliberações com peso político, ou por recursos permitidos pela sabotagem das regras de meia-tijela, ou por expiração propositada decorrente de adiamentos dos casos encanados para julgamento e consequente punição, as coisas deram sempre em águas-de-bacalhau.

Não, amigo ZÉ, esta não acaba como todas como todas as outras histórias, com um fim glorioso, em que tudo fica bem e reina a felicidade e o bem-estar.

Não, nesta narrativa sobre aquele país imaginário fruto da minha inspiração, o pobre povo ficou atascado na calamidade até ao gasganête. Uma parte meio escondida, outra a céu aberto e ainda com um calote às costas para pagar, resultado da cáfila e récua de incompetentes e ladrões, que desgovernaram e saquearam impunemente aquele país que, apesar da desafortunada delapidação de seu império, ainda tinha recursos para andar da cara levantada, em vez de ser coagido a ficar roncando e a chafurdar no lamaçal, gemendo, chorando e a dar serviço às agências funerárias, para diminuição das despesas costumeiras, investidas na detecção, assistência e ulteriores tratamentos das mais diversas maleitas. Isto porque os piratas que por sublevação tomaram conta da governação daquela terra, assaltaram o seu património e arruinaram o sistema governativo antes instituído.

O governo, disposto em meia távola redonda, instaurou com frieza de verdugo um genocídio encapotado, que o povo tem de aguentar até que o fôlego se abscinda.

         É muito infeliz esta história, não é Zé?! Até a mim me extirpa a vontade de repousar. Pobre povo!

Com um grande abraço, até à próxima.

 

         António Figueiredo e Silva

Coimbra, 25/07/2002

www.antoniofigueiredo .pt.vu

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

A ALMA DO 25 DE ABRIL

 

 O fracasso é simplesmente,

 a oportunidade de começar de novo,

mas desta vez, de forma mais inteligente.

(Henry Ford)

      

A ALMA DO 25 DE ABRIL

 


Sim, tem espírito, porque não?! O que lhe deu corpo, foram adobes de proveitos, assentes na ânsia fantasista de um povo, por uma liberdade que nunca foi concretizada, apesar de ter sido, congeminada para abrolhar a igualdade e a fraternidade entre todos. Todos quem? - pergunto.

As intenções que serviram de base e orientação para o 25 de Abril, ou pelo menos assim foi apregoado, de facto eram boas; era o que o povo português há muito ansiava. Entrar no céu aberto da democracia e não no inferno desconjuntado da anarquia. O que estava oculto no reverso da moeda daquela revolução, e nos propósitos de alguns dos “conjurados”, é que tem sido um carambolim.

Isto de nos ter sido concedida a liberdade para expormos o que desejamos, já é uma grande carta de alforria, porém de duvidosa veracidade. Conferiu-nos uma emancipação (aparente), divulgação de credos religiosos, que entendo ser certo (ainda que com algumas reticências), ideologias políticas (condicionadas) e promovida uma igualdade de direitos e deveres (nas intenções), só para fogo-de-vistas, porque na prática, assim não tem funcionado.

Quase nada dessa semeadura vingou. Uma tempestade de interesses escondidos, tem vindo a vassourar a plantação, impedindo-a de abrolhar e florescer na paz e na concórdia, criando em vez disso, um domínio invulgar em que só se safa quem pode. Os interesses mafiosos são muitos e os juízos são abissalmente divergentes. Isto está transformado num ninho de ratos sedentos e esfomeados, onde só meia dúzia deles são donos absolutos do queijo.

O que daquela revolução mais destacou, foi uma diáspora do povo das da “ex-colónias” para todo o mundo, com maior incidência para o seu país de origem - Portugal - criando um apertado congestionamento populacional nesta “santa terrinha”, e um agudizado confronto mental entre aqueles que chegaram, vindos da zona equatorial, (com a mente mais aberta e horizontes mais dilatados), e os outros, que sempre fizeram a sua vida neste pequeno horto encostado ao Atlântico), aconchegados por um marasmo insípido e concepções limitadas.

Foram evidências incontestáveis, que as divergências nos conceitos e as práticas deles resultantes, assim o demonstraram.

Salgueiro Maia - que Deus o guarde - deve estar bem amargurado por sentir, (se isso lhe fosse consentido), que a sua valentia e os eus ideais, foram vandalizados, adulterados e corrompidos, por uma cáfila de incapacitados e desleais, ao espírito da revolução do 25 de Abril.

A título póstumo, quero enaltecê-lo pela sua determinação e valentia e não duvido que o que fez, foi graças à sua boa-fé, por acreditar no nascer de um futuro melhor para todos os portugueses – que afinal… saiu esburacado.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 28/12/2021

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

              

              

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

A MINHA AMBIÇÃO NATALÍCIA


  

“Que as fantasias nos alimentem os anseios

 que a realidade não nos consente idealizar”.

(A. Figueiredo)

 

A MINHA AMBIÇÃO NATALÍCIA

 


    Estava eu aqui, a voejar no firmamento infinito da minha introspecção e a reflectir com os meus botões.

A todo o Ser Humano, devia ser dada a possibilidade ter um Natal repleto de felicidade e exuberante alegria, no seio do afecto, da fraternidade e da concórdia.

Sei, porém, que essa eventualidade não passa de uma falácia para muitos. Os desgraçados. Lamentável, mas verdade!

A ganância desmedida, a corrida ao enriquecimento fácil e acelerado, para isso têm contribuído.

Para cada “papo-cheio”, existem centenas, senão milhares de barrigas vazias, onde as ossadas teimam em furar a epiderme encarquilhada e desidratada pela míngua de tudo.

Lembro-me muitas vezes desses desafortunados, (que na verdade não conheço), não somente nesta quadra festiva, mas em muitos dias e noites dos anos que marcaram o percurso da minha existência.

Esta estação festiva, para mim, significa um período não só de alegria, mas também, de descarga de sentimental; de desempanturramento daquilo que me enfartou o espírito durante vários lapsos do ano e me fez ebulir a fracção da moralidade, que, socialmente se encontra em frenética decadência, donde tem brotado a seiva nociva da desigualdade.

É por isso que sei que o Natal, tristemente não está ao alcance todos; não me coibindo, contudo, de o desejar a quem quer que seja.

Para os meus Amigos e suas famílias, aspiro que tenham um Feliz Natal e um Novo Ano, em que todos os sonhos da esperança possam ser materializados, segundo as aspirações de cada um.

PARA TODO O MUNDO…

UM FELIZ NATAL!

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 24/12/2021

Obs:

Faço por não “calçar” o AO90.

 

 

   

  

 

   

  

 

 

   

  

 

terça-feira, 21 de setembro de 2021

 

 
PARA CONHECIMENTO DOS MUNÍCIPES OLIVEIRENSES
(Carta de um cidadão, enviada ao Presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis)

 

Município de Oliveira de Azeméis

    Porque até à data não me foi dada qualquer explicação para a ocorrência em causa, apesar de requerida, optei por fazer emergir das funduras do sigilo, a carta abaixo lavrada, para que o público fique inteirado das razões que me moveram a fazê-lo.

Primeiro, para manifestar a indignação que me corrói, e por direito me assiste divulgar.

Segundo, por entender que os cidadãos (munícipes), devem ter conhecimento do modo de funcionamento da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, que não me parece ser o mais correcto.

 

António Figueiredo e Silva

Loureiro, 21/09/2021

 

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Coimbra, 21 de Julho de 2021

 

Sr. Joaquim Jorge Ferreira

(Presidente do Município de OAZ)

 

Não é nada agradável para mim, ver-me constrangido a alinhavar este palavreado que em particular lhe envio, e penso que, muito menos delicioso será para si, recebê-lo e destrinçar o que de implícito ele contém.

Mas sinto-me na necessidade de o fazer, porque ao longo da minha vida, sempre me esmerei por ser uma pessoa de princípios, valores e deveres – integridades actualmente bastante inquinadas.

Esta carta, não representa mais do que uma lamúria sobre o funcionamento estrutural do município que dirige, porquanto, após os departamentos competentes dessa Edilidade terem recebido um Requerimento de um cidadão (eu), tenham demorado “um ano” para dar uma réplica, (espaço de tempo que o Código do Processo Administrativo não contempla), cujo teor foi o arquivamento de um processo por prescrição.

Para mim, é inadmissível.

Apesar da pandemia, que tem servido de indulto para tudo, (não quero dizer que seja este o caso), entendo que foi um espaço temporal excessivo; não direi deliberadamente intencionado, todavia, ninguém me poderá impedir de o poder pensar.

Faço por isso, questão, de que o Sr. Joaquim Jorge Ferreira tenha conhecimento disto, em particular, (se é que ainda o não teve oficialmente), porque é ao Sr. que compete, neste momento, estabelecer a concórdia entre os cidadãos pertencentes ao Concelho Oliveirense, com a aplicação de estrita igualdade nos direitos e nos deveres, constantes nos princípios legais instituídos.

Para que tal se consume, aqui agrego (como cópia), o segundo Requerimento, que não é mais do que a transcrição do primeiro, que também acabei de enviar para os Serviços de Recepção do Município que preside, e do qual espero que me seja dada uma resposta, sem demorar um ano.

É que, sobre o a minha propriedade (legal), pendem ónus, de desvalorização florestal e urbanística, decorrentes de edificações ilegais, que são do integral conhecimento do Município que ora preside.

Com o respeito que ao Sr. é devido, agradeço que interceda nas decisões tidas como indissociáveis à reposição da legalidade, cujos princípios sempre foram tutelados por lei.

Sr. Joaquim Jorge, para finalizar, gostaria de dizer-lhe também, que, apesar da privacidade desta missiva, espero que não me veja compelido a transformá-la em carta aberta, para sua integral divulgação à comunidade.

Atentamente.

 

 

 

António Figueiredo e Silva 

(Cidadão munícipe de OAZ) 

 

 

Complemento:

Depois de passado um ano ter obtido uma resposta ao primeiro Requerimento, anunciando o ARQUIVAQMENTO DO PROCESSO, foi enviado esse Requerimento (anexo), em Maio de 2021 e só foi acusada a sua recepção após subsequente reclamação.

O referido email deu entrada, tem o número E/12350/2021, encaminhado para o Gabinete Jurídico.

Com os meus Cumprimentos

 

REQUERIMENTO

(Reiteração)

 

Exmo. Sr.

Presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis

 

António Figueiredo e Silva, NIF 131637576, portador do Cartão de cidadão nº 0714368, com residência na Rua António José de Almeida, 93, 3000 – 044 em Coimbra.

Em face do articulado lavrado na notificação, Referência, 4613/2021, de 30/03/2021, cuja rubrica constante é: ARQUIVAMENTO; que lhe foi expedida pela Unidade Municipal de Assuntos Jurídicos e de Contencioso dessa Autarquia, vem alegar o ora requerente que, além de encargos subjacentes, sente-se prejudicado na desvalorização urbanística e no rendimento florestal da sua propriedade, consequências estas, decorrentes das ditas edificações ilícitas, com a mesma (propriedade) confinantes.

Nesta conjuntura, condignamente solicita a V. Exa. que lhe seja concedida uma fotocópia do Ofício atual, que eventualmente possa ter sido enviado ao infrator, com vista à deducional legitimação da ilicitude cometida.

 

Pede deferimento

Coimbra, 27 de abril, de 2021

 

O requerente

 

António Figueiredo e Silva

 

 

Nota final:

Agora, Sr. Joaquim Jorge Ferreira, estou ciente de que o Sr. fica com conhecimento parcial dos factos, os quais, se assim o entender, pode mandar averiguar na devida integralidade, apurar a verdade e fazer  cumprir os princípios instituídos.

A lei, acima de tudo.

 

 

Obs:

Não faço uso do AO90

 

 

 

 

terça-feira, 14 de setembro de 2021

CONCLUSÕES

 

A dificuldade de uma selecção, não está no ouvir,

mas nas verdades ou mentiras que se

escondem por detrás dessa audição.

(António F. Silva)

 

 

CONCLUSÕES

 


Sobre o debate mortiço e quase apagado, todavia, repetitivo nos propósitos dos candidatos à presidência da Câmara Municipal de Coimbra, transmitido pela RTP, não há muito p´ra dizer, contudo, ainda se consegue esquadrinhar alguma coisa.

Todavia, e antes de principiar a derrama, devo dizer que não estou contaminado por qualquer género de fanatismo partidário. Isto faculta-me ver as coisas com mais clareza e à margem de quaisquer lavagens cerebrais, habitualmente exercitadas na política em tempo de “regadio”.

Então, vou começar:

 

CHEGA

 Não chega a lado algum, nesta tão bonita e nobre cidade. Quer dizer que não terá lugar à manjedoura do poder, tendo por isso de ir “pastar” para outro lado; sobrando para o efeito, o Parque do Urso, o Choupal ou as margens verdes do Mondego.

CDU

 Anuncia que existem 8.000 (oito mil) casas vazias em Coimbra. Certamente, quer com isto dizer (penso) que se abichar ao poleiro, provavelmente estará na mira proceder a uma reforma, não agrária, mas habitacional. Mas essas casas, velhas ou desleixadas, são espaços que devem ter dono; alguém suou para as construir e são tuteladas por lei – pelo menos até agora!?

Penso que os Conimbricenses não se vão deixar adormecer “à sombra de uma azinheira”.

PSD

Se fizer tanto como fez no pretérito mandato, não fará nada. Mas, não ponho em causa o saber do presente candidato, que, pela sua suposta sabedoria em medicina, pode de facto, vir a fazer um “diagnóstico” (como disse), à cidade, e limpar algumas mazelas e dar “uma visão transparente à urbe” – pelo menos asseverou.

Argumentou que foram as pessoas de Coimbra que pediram “o seu auxílio” – que me recorde, eu não pedi nada.

MPI e PDR

Não sei o que representam as siglas, nem me irei dar a esse trabalho, porquanto cheira-me a musicalidade muito complicada, e já não tenho cachola para tal.

A candidata, não obstante, a sua pobreza de palavrório, teve um lampejo genial ao utilizar a emissão televisiva, não para discutir sobre Coimbra, mas para irradiar aos portugueses (só aos palonços, claro), o requinte da sua vaidade pessoal, que me parece posicionar-se na razão inversa da sua erudição, ao declarar que era detentora de um “canudo” de jornalismo (não parece), e que andava a tirar uma formatura de jurista. Pode não ser, mas a mim, parece-me ridículo.

Que a sorte acompanhe a “futura jornalístico-causídica”, porque não auguro a sua apoteótica entrada no município a que se propõe – coisas de “bruxo”. 

PAN

Quer parecer-me que não atravessará por cima da ponte de Santa Clara para uma entrada glorificante na cidade.

Promete fazer “ecobairros”, que não imagino o que seja, e como aprecia muito os animais, às tantas, procederá à implementação de associações caninas, muares, asininas, bovinas, etc. para protecção da irmandade e das suas famílias. 

No entanto, quero frisar, que os elementos que professam esta doutrina, na sua grande maioria – para não dizer, todos – não são vegetarianos; gostam de um bom bifinho de vitela, uma lasquinha de leitão, não dispensam um cabritinho ou cordeirinho assados, etc. e rebéubéu pirolitos. Paleio. Só não devem apreciar cão estufado, por nunca terem habitado na China. E mais não digo.

INICIATIVA LIBERAL

Aqui já foi pronunciado algo, que tem justa razão de ser; promete proceder à desburocratização do sistema orgânico municipal - que não deixa de não ser uma putrefacta realidade. No entanto, observo só fantasias! Coisas de novatos. Porque quando um silvado está bem enraizado, dificilmente será extinto. E o candidato não vê.

PS

Já lobrigo qualquer coisa de “bom”. Não, não é o Aeroporto Internacional. É porque o candidato assume-se como um homem lutador, e, mesmo antes de terminar a pelejas, considera-as como “batalhas vencidas” – disse. O mesmo que, herói por antecipação.

Bem, só conheço os vitoriosos no fim das guerras. Mas, nunca se sabe!? Às vezes o Diabo troca as voltas.

Quanto aos transportes públicos, foi o autarca que melhor apetrechou a cidade nesse sector, com a implementação de trotinetes espalhadas por todos os cantos e esquinas, que podem transportar entre um a quatro cidadãos - já vi – pelo preço de um único “bilhete”. Além disso, podem aqueles empecilhos ficar “estacionados” transversalmente nos passeios, passadeiras e outros locais destinados a transeuntes; crianças, velhos, novos, cegos ou amblíopes, que, se tropeçarem naqueles trambolhos, a responsabilidade fica por conta dos aleijados.

É mau, é!?

CPC

O candidato, que bem conheço, tenho-o como um homem íntegro, sensato, ponderado e conhecedor dos meandros que compõem a organização autárquica desta cidade.

Porém, a Natureza impede-me a invasão ao seu pensamento, retirando-me assim, a possibilidade de autenticar a fidelidade das suas intenções.

 

Por todos estes argumentos, que venha o Diabo e escolha, porque sabe mais do que eu.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 14/09/2021

 http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

 

 

 

  

 

 

 

 

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

À GENTE DA MINHA TERRA

 

Deves acreditar em quem, para isso, te deu testemunhos,

e não te adiantares a crer em quem nunca deu nenhuns.

(A. Figueiredo e Silva)

 

À GENTE DA MINHA TERRRA

(“Bale” mais um “pássero” na mão, do que “dois’àboar”)

 


Sorrateiramente, o tempo eleitoral avizinha-se. Com ele, o sonho de novos horizontes começa a construir-se nas cabeças do eleitorado, como se de um dia para o outro houvesse uma inversão no que poderá estar mal, ou em falta.

É precisamente neste momento de certa interrogação e euforia, que começam a sobrevoar a freguesia as aves da rapina de garras afiadas e cabeça rombuda, chamadas oportunistas, e a abrolhar alguns gabirus e vendedores de banhada-da-cobra, aparelhados de sofisticada verborreia prometedora, todos mortinhos por abicharem à alcândora autárquica, e de lá, descaradamente, num acto de insana ingratidão e falta de carácter, estrumarem-vos a canhola com uma inesperada soltura de baboseiras parolas, como desculpas pela não observância do prometido – já aconteceu. 

Entendo que é meu dever, como Loureirense que sou (embora não conte para o sufrágio, por aí não residir), enviar-vos esta mensagem de aconselhamento.

Não conheço presencialmente os elementos que actualmente constituem a Autarquia local, que ora zela pela conservação da área geográfica e pelos destinos adjacentes da freguesia de S. João de Loureiro.

Como tal, não devo vassalagem ou obséquios a ninguém. Sou livre.

Mas, considerando isto insuficiente, quero ainda afirmar que sou desprendido de quaisquer colorações - sou daltónico; considerando-me deste modo, insuspeito de qualquer sectarismo partidário ou movido por quaisquer amizades menos límpidas. Não obstando, contudo, que quando ambulo por essas bandas nas minhas usuais andarilhanças, não me inteire sobre a forma de proceder perante a área que administram, e nos esforços que os actuais elementos têm se envidado, sem nunca haverem prometido mundos e fundos, como os anteriores fizeram, - que ficaram muito aquém dos compromissos outrora manifestados.

Por isso, posso falar à vontade! É bom, não é?! Pois é isso que vou fazer.

É de louvar, - se fosse de criticar também o faria -, o que esta Autarquia tem “contribuído” para a manutenção e higienização na nossa terra, mantendo as bermas e valetas (dantes, ornadas de cabeludas savanas destinadas ao desenvolvimento de micro-faunas, quiçá infecciosas), agora de guedelha rapada; os pequenos recantos ajardinados, sobriamente asseados com relactiva decência - um pequeno deleite para quem passa e para quem lá vive.

É certo que, como a “guita” é curta e os buracos no “queijo da herança” eram copiosos, justifica-se que não tenha sido possível “tamponar” a totalidade das necessidades, onde, além de outras, estão incluídos alguns arruamentos. Mas posso afiançar-vos que foram cobertos muitos buracos nelas existentes, e outros “buracos” que existiam, em outras e por outras “vias”, que não era suposto existirem.

Tomei a decisão de levar até vós esta meia dúzia de palavras, não para vos passar um pano encardido pelos olhos, porém, para despertar as massas encefálicas mais adormecidas (porque existem), para que não se deixem enrodilhar por prometimentos tendenciosamente mascarados, que depois não levam a lado algum.

A vossa coesão terá muito mais valor se vos unificardes por palavras e causas reais, e não fundamentadas na ilusão, onde a irrealização dos sonhos é a única realidade que prevalecerá.

Não digo que esta “montada” tenha sido como todos gostariam, mas, na sua perseverante calma e sem pretensiosas jactâncias, é natural que tenha feito o que está dentro dos limites ao seu alcance. Logo, onde a vontade existe, ocorre sempre uma futura vitória.

Do percurso de vida do actual líder, que eu saiba, ele nunca atingiu nenhum “doutoramento”, - como tantos idiotas presunçosos, apregoaram sobre si próprios, mas que, depois espremido, o seu sumo foi e é, insignificante. A firmeza de carácter é mais importante; e este têm-na.

Apenas jogou “basquete” (sem ser federado), atirando umas pedritas às paredes, quando não havia ninguém à espreita; é empresário, de relativo sucesso, sem ser vaidoso ou grosseiro; nunca treinou “talentos” ocos, nem conquistou honrarias, a não ser exercitar-se a si próprio, para a conquista de um único, porém, valioso título; ter uma vida desafogada - apesar de trabalhosa; não “entende nada” de arqueologia, é certo, e a encenação teatral não faz parte da sua personalidade modesta – gosta das coisas como elas são; nunca disse ser instruído para limpador de algas, poalhas, cagadelas ácidas de pomba, ou resíduos calcinados pelo tempo, em calhaus envelhecidos, que a idade por alguma razão (lógica), honestamente obstina em destruir; a doutrina que leccionou, está expressa na simplicidade sua maneira de ser e nas suas singelas atitudes - que todos vós certamente conheceis; também nunca teve vocação para sacristão, (vulgo, chupa-galhetas, não sei porquê), como tal, faz tilintar pouco o “badalo”; quando o faz, executa-o com precisa, porém cautelosa proficiência, acorrentando o conhecimento numérico de um escriturário, à erudição de um professor, e, com o cuidado (não confundir com manha), de um “arqueólogo” social e a elevação de um  artista nato onde a modéstia se faz notar. Ele é assim. O que está na montra, está no “armazém”.

É o . José da Silva Queirós. Ou melhor, o Zé Queirós (como carinhosamente é conhecido), Presidente da Junta dessa freguesia.

         É uma figura, que, pela sua honestidade e dedicação à causa que abraçou, os Loureirenses bem se podem regozijar.

Em meu entender e a constatar pelos factos, reconhecendo de antemão que há muito mais para fazer pela nossa freguesia (porque não deixa de ser também minha), julgo e devo sugerir abertamente, para o bem de todos: mantenham no lugar, quem já lá se encontra.       

Isto porque, sem a vossa valiosíssima colaboração, tudo o que foi feito, pode correr o risco de “descambar pela base”.

O abandalhamento do trabalho já realizado, será o primeiro passo para a não realização dos sonhos no futuro, que, sem a sua concretização, não passarão disso mesmo.

Apelo à CONFIANÇA UNIFICADA, para a validação do prosseguimento do mesmo mandato, através do vosso consciente e valioso sufrágio.

E podereis tê-la.

Tem sido um dirigente dedicado a fazer o melhor que pode aos seus conterrâneos, em comedido “silêncio”, sem grande alarido, nem exacerbado exibicionismo.

Afirmo-vos que a realidade de uma carência, consiste em não deixarmos que a nossa sensatez “idealista” se deixe fascinar por fingidos compromissos que unicamente conduzem a horizontes da esperança sem fim, e nada mais. 

CAROS LOUREIRENSES, JUNTOS FAREIS MUITO!...

EU ACRETIDO.

Um abraço amigo.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 01/09/2021

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

Opto por não fazer prática do AO90.

  

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

SANT'ANA PROREJA SANTANA

Quando o poder embriaga,

a ressaca do fracasso é inevitável.

(Juahrez Alves)

 

QUE SANT’ANA PRETEJA O SANTANA

 

Único. Ou ele, ou mais nenhum.
Ele irá necessitar desse santificado amparo para impingir a sua requintada cantata, por esta já se encontrar algo desgastada pela rotineira reiteração, e já ser sobejamente conhecida dos ouvidores que muitas vezes emprestaram os seus tímpanos a essa “imolação”, por deleite, convicção ou masoquismo.


Esta figura, de “atafulhada” cabeleira empastelada de brilhantina, sem embargo, é um alfacinha digno de honrosa referência. Nas pelejas campais que há batalhado, tem feito das tripas coração por duas razões, a saber: “pugnar pela a estabilidade dos portugueses” e defender a todo o custo os seus ambicionados tachos, - uma já razoável colecção. Apesar de algumas vezes lhe terem saído sem fundo ou saltar-lhes a tampa. Mas, “quem não arrisca, não petisca” – reza o provérbio – e ele é mestre em arriscar.

Advoga, com fina perfeição e certificada esperteza, os interesses que lhe vagueiam no espírito, através de polida argumentação de coisas e loisas, que vão ao encontro de um futuro fantástico, que o “Zé” tanto gosta de escutar, (alguns).  A essa retórica expressiva, fulgurante e bem direccionada, eu titulo de “vantagem do dom da palavra para o efeito desejado” – há quem lhe chame de populismo, mas entendo não ser esse o vocábulo adequado para uma pessoa tão liró e devotada ao “domjuanismo” e à arte da política.

“Se bem me lembro”, como dizia Vitorino Nemésio nas suas famosas e instrutivas intervenções, de entre os vários “tachos” com que se abotoou Pedro Miguel Santana Lopes, sobressai o de haver sido Primeiro-ministro do XVI Governo Constitucional de Portugal, no período 2004/2005; cujo tacho, por razões a mim alheias, (nem me interessa), deixou a caldeirada avinagrar e desconjuntou-se. Na altura, até senti alguma comiseração, maleita que, com o passar do tempo se foi diluindo – como tudo na vinda.

Agora, com base no adágio, “quando há gana, não há ruim pão”, ponho-me a pensar (faculdade que ninguém me pode extorquir), e não consigo refrear a minha apreensão por ele apostar em candidatar-se a um cargo de presidente de autarquia, que em nada se compara com o de Primeiro-ministro (já vejo que qualquer coisa serve).

Além disso, de uma autarquia que anteriormente presidiu, onde a dívida na altura da sua tomada de posse, era de pouco mais de € 9 milhões, e, quando Santana Lopes saiu, em fins de 2001, (para alinhar na corrida à Câmara Municipal de Lisboa), deixou a obrigação inchada em mais de € 41 milhões. Tumefacção tida em três anos de mandato (pelo menos é o que reza nos escritos sobre o seu trajecto através da política).

É obra, caraças!

Uhmmm! Cá p´ra mim, há mistério.

Será que vai lá das canetas?!

Sant’Ana o ajude, porque é um tipo porreiro, e que muito admiro pela sua obsessiva e descontraída intrepidez. 

É verdade que “Zé” também tem andado e zarolho e com a sanidade mental em falência técnica.

Acuda-lhe também Sant’Ana.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 27/08/2021

 

  http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90.