Os loucos por vezes curam-se,
os imbecis nunca.
(Óscar Wilde)
A PESTE GRISALHA
(Carta aberta a deputado do PSD)
Exmo. sr.
António Carlos Sousa Gomes da Silva Peixoto
Por tardio não
peca.
Eu sou um trazedor
da peste grisalha cuja endemia o seu
partido se tem empenhado em expurgar, através do Ministério da Saúde e outros
“valorosos” meios ao seu alcance, todavia algo tenho para lhe dizer.
A dimensão do
nome que o titula como cidadão deve ser inversamente proporcional à
inteligência – se ela existe – que o faz blaterar descarada e ostensivamente,
composições sonoras que irritam os tímpanos do mais recatado português.
Face às clavas
da revolta que me flagelam, era motivo para isso, no entanto, vou fazer o
possível para não atingir o cume da parvoíce que foi suplantado por si, como
deputado do PSD e afecto à governação, sr. Carlos Peixoto, quando ao defecar
que “a nossa pátria foi contaminada com
a já conhecida peste grisalha”, se esqueceu do papel higiénico para limpar o
estoma e de dois dedos de testa para aferir a sua inteligência.
A figura
triste que fez, cuja imbecilidade latente o forçou à encenação de uma triste
figura, certamente que para além de pouca educação e civismo que demonstrou,
deve ter ciliciado bem as partes mais sensíveis de muitos portugueses,
inclusivamente aqueles que deram origem à sua existência – se é que os conhece.
Já me apraz pensar, caro sr., que também haja granjeado, porém à custa da peste grisalha, um oco canudo, segundo
os cânones do método bolonhês. Só pode ter sido isso.
Ainda estou
para saber como é que um homolitus de
tão refinado calibre conseguiu entrar no círculo governativo. Os “intelectuais”
que o escolheram deviam andar atrapalhados no meio do deserto onde o sol torra,
a sede aperta a miragem engana e até um dromedário parece gente.
É por isso que
este país anda em crónica claudicação e por este andar, não tarda muito, ficará
entrevado.
Sabe sr.
Carlos Peixoto, quando uma pessoa que se preze está em posição cimeira, deve pensar,
medir e pesar muito bem a massa específica das “sentenças”, ou dos grunhidos, -
segundo a capacidade genética e intelectual de cada um - que vai bolçar cá para
fora. É que, milhares pessoas de apurados sentidos não apreciam o cheiro
pestilento do vomitado, como o sr. também sente um asco sem sentido e doentio,
à peste grisalha. Pode estar errado,
mas está no seu direito… ainda que torto.
Pela parte que
me toca, essa maleita não o deve molestar muito, porque já sou portador de uma
tonsura bastante avantajada, no entanto, para que o sr. não venha a sofrer dessa
moléstia, é meu desejo que não chegue a ser contaminado pelo vírus da peste grisalha e vá andando antes de
atingir esse limite e ficar sujeito a ouvir bacoradas iguais ou de carácter
mais acintoso do que aquelas que preteritamente narrou como um “grande”, porém
falhado “artista”.
E mais devo
dizer-lhe: quando num cesto de maçãs uma está podre, essa deve ser banida,
quando não, infecta as restantes; se isso não suceder, creio que o partido de
que faz parte, o PSD, irá por certo
sofrer graves consequências decorrentes da peste
grisalha na época da colheita eleitoral. Pode contar comigo para a poda.
Atentamente.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
28/04/2013
www.antoniofigueiredo.pt.vu
Obs:Esta carta vai ser enviada sob A.R.
para
a Assembleia da República.