domingo, 19 de julho de 2020

O "BICICLITEIRO"


“A vida é muito importante para ser levada a sério”.

O “BICICLITEIRO”

É muito raro eu tomar uma postura destas, mas, desta vez, vou fazê-lo com muito gosto. Vou dar as minhas congratulações a duas pessoas ao mesmo tempo, por saber que uma merece e outra vai por arrasto.
Parabéns à/ao, paparazzi, que conseguiu captar, ou conceber a “foto-montadura” do nosso Primeiro-ministro, todo xonguila assentado numa engenhoca que, como disse Guerra Junqueiro, *“é o único veículo em que a besta puxa sentada”, e parabéns a ele, António Costa, pela humildade e alegria estampadas na rosto, que conferem à demonstração o verdadeiro sentido de um dos princípios básicos para uma economia que pode vir a ser florescente, neste país de estructura poliédrica, sendo que, a cada face, corresponde uma “genealogia” pouco abonadora, onde todos vivem a tentar lixar o parceiro; aldrabões, mercadores, vigaristas, trapaceiros, insubordinados, pobretanas e ralé. Os párias, não vale a pena chamar para a festa, pela “reduzida“ importância que representam para a comunidade.
Que me desculpem os leitores, mas eu sinto prazer em brincar com a verdade; mesmo que pareça mentira, tenho acertado muitas vezes. Naturalmente que, devido à idade, há ocasiões em que já não me apetece muito fazê-lo; porém, quando essas ocasiões surgem, eu sinto um inquietante formigueiro dentro de mim e as campanas da consciência, sem refrigério, começam a tocar a rebate e a gritar, “ou continuas ou estás velho, pá”! Aí, congregando todas as frouxas forças que ainda bolem, num ímpeto de reumática coragem, renuncio à canseira e prefiro continuar. Sinal de que a vida ainda mexe – e a ironia também.
É por estas razões e mais algumas, e “porque acredito em tudo o que vejo”, (o que penso é outra coisa), que me atrevo a tecer enaltecimentos ao nosso Primeiro-ministro, essa galante figura da nossa aristocracia “purulenta” (menos pura do que lenta), que, de mãos coladas ao “guiador”, vem “pedalando” com “hercúleo” esforço, - topa-se - na tentativa de manter o equilíbrio rectilíneo proveniente do movimento circular dos rodízios, que o efeito giroscópico teima em fazer abortar.
É preciso muita coragem, força de vontade e resiliência, ou…
E se algum dia houver um novo aeroporto, (certamente que já não farei parte deste mundo), e dado que em Portugal se trocam os nomes com facilidade à feição dos “ventos que sopram na altura”, será minha vontade que seja cognominado, AEROPORTO INTERNACIONAL ANTÓNIO COSTA – mesmo que seja um reles aeródromo.
E, para terminar:
AS MINHAS CONGRATULAÇÕES, Sr. Primeiro-ministro.
E que a Divina Providência lhe equilibre bem a “bicicleta”.

António Figueiredo e Silva
 Coimbra, 19/07/2020


*Para que não subsistam confusões nas mioleiras mais “perversas”,
quero aqui clarificar, que o sentido da frase não é com a intenção
 de titular de besta, o nosso Primeiro-ministro, mas pela minha
admiração por Abílio Manuel Guerra Junqueiro.