quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

TRABALHO INGLÊS…

…É para trabalhadores Ingleses!...
Este Gordon Brown!?... É puro pedigree Inglês. Trabalhei com alguns e conheço como aplicam a sua sorridente mordidela.
Talvez por ser muito medíocre em narração, ainda não percebi porque é que D. João I foi casar com D. Philipa de Lencastre. Certamente que naquele tempo não havia mulheres belas em Portugal, hoje facto de irrefutável dúvida; assim saibamos apreciar e valorizar as beldades que borboleteiam à frente das meninas dos nossos olhos, depois, obviamente, de arredarmos alguns montes de sucata acéfalos, que muitas vezes se escondem por detrás de uma triste e fingida cobertura ensopada em peróxido de hidrogénio.
Bem, neste facto histórico, afigura-se-me que o interesse superou o gosto, que com alguma submissão viemos a pagar com os devidos juros de mora; desde a estadia do general Beresford, que fez trinta por uma linha, passando pelo Mapa-cor-de-Rosa que deu origem ao Ultimatum vindo de Sua Majestade britânica dirigido ao Rei D. Carlos de Bragança, até ao último favor que foi o brutal empurrão para forçar a entrega das colónias Ultramarinas.
Estes Ingleses!?
Naturalmente que o Sr. Gordon Castanho, mais cinzento do que castanho, talvez devido a uma má noite de bowlling ou dor de calos, não deve ter ponderado muito bem naquilo que disse, “trabalho inglês é para os ingleses”.
Em vez de ser diplomata, encarar a crise que está lá instalada e ajudar a debelá-la, procura acicatar os ânimos e conduzi-los á revolta. Inteligente, já não digo, mas é esperto.
Se calhar ele, no costumeiro tee time das five, nunca usou cabo da colher de mexer o chá para coçar o cérebro através do ouvido e por tal facto nunca lhe passou pela cabeça que se todos os imigrantes dessem corda às sapatilhas a Inglaterra entrava em vertiginosa derrocada.
Então aquele pobre insular, não compreende que a Inglaterra por si só não consegue sobreviver?!
Quer isto dizer que o trabalho existente em cada país é para os cidadãos desse país.
Eu muito gostava de presenciar, que se todos os países onde trabalham british citizens tomassem a decisão de lhes cortar o trabalho e os enviassem de retorno à Inglaterra, se aquela ilha tinha espaço geográfico para os acolher, sem que muitos batessem com os testículos na água salgada do mar que os rodeia.
Mas que tão infeliz frase, Sr. Gordon Brown.


António Figueiredo e Silva
Coimbra

domingo, 8 de fevereiro de 2009

RUMINAÇÃO

Pensava eu ser uma acção natural que concernia apenas aos animais de pança. Actualmente uma americanice que se estendeu a um grande número de animais “pensantes”, isto é, se o “bicho” em causa não usa dentadura postiça ou só tem dois ou três irrisórios dentes a abanar numa reles e descalcificada estrutura mandibular. Isto porque no primeiro caso a pasta cola-se entre os postiços artefactos e arranca-lhe a cremalheira; no segundo já não possui trinca palha para remoer o que lhe pode acarretar sérios problemas gengivais.
Deslocamo-nos a uma repartição pública, a um escritório ou gabinete qualquer há sempre um alguém que nos atende a ruminar “ilusões”, e não raramente o gesto lhe imprime uma cara de imbecil. Somos perseguidos na rua, nos autocarros, nos comboios, nos aviões, nos barcos, nas filas e até nos mortórios, por esse nham, nham, sórdido e melancólico, a roubar a César o que é de César, com grande revolta e indignação para os animais de pança, trejeito somente sua pertença ingénita.
Alguns, animados de indecorosa veia artística, até conseguem fazer um repugnante balãozinho e rebentá-lo com um pum!.., como se fosse um peido com casca que confundiu a saída e ficam todos contentes ao mostrarem um pluvioso sorriso embutido numa deslavada cara de cú. É engraçado não é?...
A chicola, chuinga, chicla, chicléte, na ilha Terceira (Açores) gamas ou para os mais eruditos shwingum, (tudo menos goma de mascar) tem servido para fortalecer os músculos maxilofaciais; com a desculpa de uns, de que ajuda a lavar (chafurdar) os dentes, enquanto é ruminada; escusa de outros, porque é um coadjuvante para a minorar o nervosismo enquanto ruminam; por outros tantos, e, os mais pessimistas, aludem a uma questão de precaução, pois será mais que evidente que o mundo vai acabar à dentada, e ganha quem mais força tiver, pelo menos nos caninos, que são os dentes que mais se adaptam à crise dos nossos dias, porque a carne já outros andam a comê-la há muito tempo.
A “proeza” de ruminar sem ter direito a isso, não tem nada a ver com a índole de quem o faz. O indivíduo pode ser bom ou mau, de alta ou baixa classe, futrica ou doutor, camelo ou inteligente, que os camelos me desculpem, mas inteligente não é com certeza; se o fosse não ruminaria. E não o faria porquê?... Porque, sem ser necessário meditar muito, chegaria à conclusão de que o ruminar chiclas ou lá o que lhe queira chamar, activa-lhe uma digestão simulada, que congrega todos os componentes do ácido gástrico ou estomacal, podendo deste modo contemplá-lo com umas ulcerazinhas que até podem degenerar e virem a dar maus resultados.
Por outro lado, se esta moda se normaliza completamente até se tornar impositiva por lei, - já vi coisas mais aberrantes - adeus ò médicos!... Vamos é carecer de muitos veterinários, apesar de já não haverem poucos!?... Ainda que uma catrefada deles com os diplomas trocados.
Abaixo a chícola!...


António Figueiredo e Silva
Coimbra

O CORNO (LIÇÃO DE AUDIOLOGIA)

Estamos em crise.
Todos sabemos que o Governo se tem arredado a aumentar das comparticipações, dos medicamentos, das taxas moderadoras, das estadias hospitalares, dos elementos protésicos para os mais necessitados etc., que no final de contas são todos os portugueses, exceptuando alguns, grandes “investidores”, que depois de falências fraudulentas, o Estado ajuda com seringadelas de capital, em substituição da pena capital ou, em substituição desta, o completo congelamento dos seus bens, colocando os “negociantes”, comparsas de Ali Baba, que são muito acima dos quarenta, completamente na merda.
Assim de relance, é imperativo e pertinente questionar, o que tem a ver o corno com a crise, com as comparticipações ou com as falências fraudulentas?...
As falências fraudulentas ajudaram à crise; esta por sua vez afectou as comparticipações no sector da saúde e, para não falar em todos, vou pegar apenas no sector da audição pois é precisamente neste sistema que por uma questão de medidas de austeridade compulsiva, o dito corno pode fornecer uma prestimosa ajuda.
Provavelmente nem todos os que me lêem e sofrem de perda auditiva, irão andar com um corno dependurado ao ombro ou disfarçado num atabalhoado embrulho de papel pardo, prensado sob a cova do braço à espera que a emergência surja para o seu uso efectivo.
Já sei que nem todos sabem, mas com o avanço da tecnologia e o abuso de ganhar muito em pouco tempo, um minúsculo aparelho para rectificar os níveis de audição, quando é necessário, não está ao alcance da bolsa de todos os moucos portugueses, ou concorrentes a essa endemia, que apesar de aflitiva, nos premeia com murmúrios imperceptíveis ou com o silêncio absoluto, dando-nos um certo refrigério por não ouvir-mos as baboseiras insípidas ou escabrosas saídas de bocas ou matracas que nunca se deviam abrir, (talvez como a minha, não sei!?...) com grande incidência na parte política.
Ora bem, então vamos ao corno todavia, antes de mais, gostaria de engendrar um pequeno prólogo sobre a audição.
Os aparelhos auditivos são construídos para a captação do som normal, aumentar o seu nível de frequência e canalizá-lo o mais próximo possível do tímpano, para que este possa vibrar, transmitindo essa vibração a uma cadeia “mecanizada” de ossinhos (martelo, bigorna, osso lenticular e estribo) que por sua vez a dirigem ao nervo auditivo, cuja função consiste em transforma-la em impulsos neuronais (“eléctricos”) sendo encaminhados para o cérebro de onde nos é dada a percepção do som. A grosso modo é isto que se passa.
Então e o que tem o corno a ver com isso?... Com pertinência perguntarão.
O corno, depois de corriqueiras modificações pode, em muitos casos, substituir perfeitamente esses aparelhos electrónicos que custam os olhos da cara. Os mais aconselhados para o efeito são os cornos de boi, que pela sua configuração pouco retorcida e afunilada permitem uma condição melhorada do efeito de Dopller ao conjunto auditivo debilitado.
O corno de boi tem um formato cónico; depois de se lhe cortar a ponta até aparecer um buraquinho, limpá-lo por dentro e acertar-lhe a base ao gosto de cada um, é só encostar ao ouvido a ponta e orientar a base para a frente e… Aí está o milagre da audição melhorada. Não duvidem, porque isto é verdade!
Os mais sofisticados aparelhos auditivos são programáveis. O corno também o é; começa-se com um corno curto, e à medida que a audição vai diminuindo arranja-se um novo corno, porém com mais um bocadinho de comprimento e assim sucessivamente. Quando um corno inteiro já não der, é muito provável que a surdez absoluta esteja instalada e aí acaba o meu conselho tecnológico.
Claro está, que basta ouvir somente de um ouvido, para ouvirmos muitas vezes aquilo que não gostamos; por isso, os que por ventura queiram tirar proveito dos preceitos desta minha opinião, aconselho-os a não se alambazarem e quererem logo usar um em cada orelha. Isto porque tornar-se caricato, o seu transporte incómodo, cansa os pulsos por se ter que estar a agarrar dois cornos simultaneamente, para além de poder deflagrar alguma confusão de cariz pouco abonatório e também provocar alguma algazarra à concorrência que os tem virtualmente e sem qualquer benefício para melhorar a audição.
E para aqueles que tão mal nos governam e que me leva a crer sofrerem de cofose generalizada, aconselhava-os a usarem um artefacto destes, que para além de serem praticamente de borla, davam um bom exemplo de austeridade, porque o exemplo deve vir de cima, e ouviriam melhor os gritos de dor e de raiva que os portugueses vomitam acometidos de biliar descontentamento, decorrente da crise que grassa neste país, mas que o nosso Primeiro-ministro, naturalmente pela falta de audição, com acentuada teimosia e arrogância desvaloriza.
Ah!… Só um à parte: a peça em evidência, o corno, pode ser personalizado ao gosto do seu utilizador, com uns baixos-relevos, rendilhados na base, consoante a paciência e o dom artístico de cada um, envernizados, ou simplesmente polidos, que também devem ficar com boa aparência.


António Figueiredo e Silva
Coimbra

“EU CÁ, GOSTO É DE MALHAR NA DIREITA”!...

“Eloquentes” palavras do co-governante Augusto Santos Silva, Ministro dos Assuntos Paralamentres do Governo PS. Como é óbvio e se tem verificado, esta medida também se estica aos partidos de esquerda, a começar pelo PCP e a acabar no BE, que apesar de eu não comungar dos seus ideais, são aguerridos e frontais na divulgação das verdades que muitos não gostam de ouvir. Bem hajam por isso.
Eu cá gosto de malhar na esquerda, sobretudo no PS; asnáticos vocábulos de António Figueiredo e Silva. Eu!...
Fiquei deveras perplexo ao ouvir as palavras que titulam esta crónica, repletas de ironia, da boca de tão inlustre figura, professor universitário, deputado, cujo título honorífico de Professor Doutor não é merecedor da sua sapiência que, perante a afirmação acima referenciada, para mim, bota abaixo a sua “nobre” titularidade.
Segundo palavras vertidas pelo do mesmo autor, “Professor Doutor" Augusto Santos Silva, ao ouvirmos a frase, “A Democracia Portuguesa”, até ficamos com a impressão de que existe mais um modelo de Democracia de genuína criação portuguesa, que os versados na matéria, por incúria ou incapacidade se esqueceram de acrescentar ao nosso léxico.
É a isto que eu chamo um manancial de conhecimentos de alta-fidelidade! E vamos lá nós termos fiabilidade na lentidão neuronal integrada no encéfalo de alguns lentes a ele análogos. Pelo muito que tenho ouvido, e, adindo agora estes conjuntos vocabulares, devo realmente concluir que as universidades, lamentavelmente não são o sumo científico do universo.
Em minha opinião, este Sr., que deve sentir ainda que enganadoramente, uma autoconfiança superlativa, está a tornar-se, suponho que sem dar por isso, o pior adversário do partido que milita.
“Eu cá, gosto é de malhar na direita”!... Considero esta expressão consequente de uma obsessão doentia, asseverando uma determinação conflituosa que em Democracia se aparenta ridícula e não leva a lado algum. A menos que a intenção por ele inventada e pragmaticamente expressa, faça parte de uma nova democracia!?... “A Democracia Portuguesa”. Contudo, se assim o for, vai ter o Manel Monteiro à perna. Ai vai, vai!
Não excluo porém, a hipótese de que esta ideia pegue na moda e dê para exportação, compensando deste modo o equilíbrio da nossa balança de transacções que tem andado bastante desequilibrada negativamente para o nosso lado, consequência da óptima governação que o inlustre Ministro tão acerrimamente defende.
Quando se está numa posição de topo, é imprescindível ter-se cuidado com o que se diz quando transmitimos as nossas palavras para milhões de tímpanos. Não devemos confundir, Caro Sr. Ministro, uma emissão televisiva com uma tertúlia num típico café de Coimbra ou noutro sítio qualquer.
Temos que ter sempre em linha de conta, que o preço a pagar é o sentido inflacionado daquilo que dissemos, cuja inflação é directamente proporcional à posição que ocupamos na sociedade.
Eu cá, gosto é de malhar na esquerda!...
Já sabe qual.


António Figueiredo e Silva
Coimbra