domingo, 7 de janeiro de 2024

OS "CABEÇUDOS" (II)

 

OS “CABEÇUDOS” (II)

 

 Há muitas luas que os seguidores das minhas “baboseiras” se devem ter vindo a sentir apreensivos, com base em alguns interregnos marcados pela minha abstinência em relação à escrituração.

Não, quando isto acontece, não é porque pense renunciar à contenda ou porque haja “morrido”. Ainda estou vivinho da silva e sempre com a cabeça a fervilhar e ansioso por dar mais umas traulitadas.

O que acontece, é que de vez em quando a disposição para isso depaupera, porque a merdice é tanta, que muitas vezes nem sei qual o lado dos miolos que devo utilizar, para rechaçar toda a porcaria que pela frente se me depara.

Por via dessa imundice, perco-me nos caminhos confusos que estabelecem a ligação entre a verdade e a mentira. Fico cismático e desnorteado com a vergonhosa desordem que alastra na lisura da informação de factos, sejam eles de ordem política, religiosa ou pandémica; até nas coisas que acontecem no dia-a-dia, existe um condimento de mordacidade.

É vasta a conspurcação e barafunda de alto a baixo, que podem colocar em causa o meu raciocínio, tornando-se necessário, dar um pouco de repouso de à mioleira.  Porque, como da mentira se pode fazer uma verdade, da exactidão também se pode construir uma mentira paralela, tida com alguma fiabilidade. Isto é enganar descaradamente. Mas é. “Atão num” é?!

Nesta “Aldeia” Lusitana, integrada na já bastante poluída superfície global, que os mantos da melancolia e “fumarada” cobrem, o ambiente está a tornar-se caótico, intragável e insuportável, devido à síndrome da doutorice que remove a massa encefálica e atafulha determinadas cabeças com palha, resultando daí o que eu chamo, com a indispensável cerimónia, de,,, OS “CABEÇUDOS” – mas matreiros,

Não encontrei no meu miserável léxico, outra designação que não esta, para muitas figuras cujo suporte cabeçal, apenas serve para suportar estruturas de queratina. “CA-BE-ÇU-DOS”! Este polissílabo bem adornado, que, ao fim e ao cabo, não serve para nada, é apenas um apadrinhamento meu, como merecido galanteio à proliferação destas rêses, que, se não nos pusermos a pau, até nos comem vivos.

Eles é que têm vindo a propagar a instabilidade nas comunidades, com recurso a farsas, esgrimidas com acesas retóricas, a que os filósofos de baeta, por proveitos implícitos, ou por falta de extensão “visual”, (já não quero dizer, por genuína burrice), dizem ser populismo. Mas qual populismo, qual carapuça?! O que buscam esses CABEÇUDOS é um meio que lhes faculte uma alcândora onde possam cantar de galo com uma imunidade absoluta a proteger-lhes a crista, que lhes adorna um espaço ôco com a sapiência falida, mas onde não é escassa a esperteza aguçada.

Foram e são esses CABEÇUDOS que têm vindo a dar cabo disto, e continuam a propagar o derretimento da estabilidade social por todo o nosso território.

São presidentes, ministros, deputados, assessores, chefes de gabinete, juízes, advogados, regedores, “régulos”, “sobas” e quejandos; até chegar a vez do ZÉ, que mesmo com a assolapada tacanhice de um verdadeiro “CABEÇUDO”, também não deixa passar o seu papel existencial em branco sem se fazer a um poleireco, que, pelo menos lhe dê uma enganadora condição social, na maliciosa comunidade onde vegeta.

Os CABEÇUDOS, começam por desconhecidos e vão-se metamorfoseado em exímios vendedores de ilusões - aos lôrpas - para passarem à notoriedade. A partir daí, auto-adquirem poder, (aquele poder que todos conhecemos de ginjeira,) para fazerem as merdas que lhes apetece, sem que ninguém os possa agarrar pelos colarinhos e espetar-lhes dois ou três “murros” nas trombas e metê-los na linha.

Naqueles alfobres alcandorados à custa de sofístico paleio, encontram-se “asilados” e tratados com deferência, alguns órgãos de comunicação e seguidores partidários das mais diversas crenças e convicções.  

Perante isto, para que eu possa expor com liberdade e absoluta lisura o que fumega na ideia, terei de ser plenamente livre; “milagre” que não tem acontecido, nem vislumbro o advento dessa realidade. Por isso, se abrir muito a “matraca” para difundir as minhas perturbações, serei imediatamente “condenado” pel’OS CABEÇUDOS”, e/ou seus “fiéis” acólitos, vacinados, não contra o COVID-19, mas contra a congruência da razão. Para eles, sob a uma sensatez sem voz, limitada por duras palas laterais feitas em couro, cerume acumulado nas manilhas auditivas, que apenas lhes permitem comtemplar a debilidade interna lhes vai alimentando o fôlego e a ganância.

 Repare-se só, na actual corrida ao poder.

Os malabarismos de verborreia que têm sido exibidos nas entrevistas, quer pelos entrevistadores, (quase todos à sombra de uma côr), quer pelos entrevistados, que não defendem como é notório, os interesses de um povo, porém, os cromatismos ideológicos a que estão aglutinados, e, infalivelmente, os seus interesses pessoais.

Estou empanzinado d’OS ”CABEÇUDOS”.

 Nesses palermas, as principais virtudes abortaram à nascença, quando deviam ter sido eles/as a serem abortados/as - são todos a mesma jorda. Parece que foram feitos a granel.

            A eles, falta-lhes a diplomacia, o conhecimento da vida, a ponderação, o poder catalisador, o respeito pelo semelhante, o saber unir. Tudo isto, despretensiosamente.

É pela falta destas condicionantes, e ainda outros atributos que constituem a decência, que nós estamos a assistir a uma temerária anarquia que está a condicionar o que devia ser uma democracia, tida como um estado de direito. O que tem ocupado esse lugar é a FALÁCIA.

Malditos CABEÇUDOS! Só olham p´ra eles! A sua excrescência umbilical é o seu reino. Enquanto extasiados a observam, a noção dos valores desarvora. É por isso que isto tem andado na balbúrdia” que nos é dado observar.

Estou farto deles! OS “CA-BE-ÇU-DOS”.

Bem… é preferível eu meter a viola no alforje, e zarpar para outra “regedoria”.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 07/01/2024

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Obs:

Faço por não usar o AO90