quinta-feira, 12 de agosto de 2010

INCÊNDIOS E INCENDIÁRIOS

INCÊNDIOS E INCENDIÁRIOS 

    Estas queimadas de origem criminosa há muito tempo que poderiam ter baixado a sua assiduidade, se o governo assim o desejasse. Não quero com esta minha afirmação culpar este governo, porém, todos os que pelo nosso semicírculo parlamentar se têm comodamente refrescado com a brisa dos vórtices do ar condicionado, enquanto a nossa floresta se decora com dantescas labaredas, lançando aterradores fumos tóxicos e um gigantesco número de faúlhas, para poluição do planeta azul e deleite dos “sofredores” de piromania. Nenhum dos nossos legisladores, ou artesãos de leis, que é mais adequado, até hoje foi capaz de criar normas incisivas cuja coerção fosse estigmatizante o suficiente para esses terroristas, incendiários, criminosos, ou a fogueira que os consuma, (o raio que os parta) temerem as consequências quando fossem apanhados – e não têm sido tão poucos como isso. O que se tem legislado sobre esta matéria, tem sido no sentido de se ter cuidado com as beatas do cigarro, - não pretendo confundir com sectarismos ortodoxos; com o lume imanado por meia dúzia de brasas no chão ou num rústico fogareiro, onde lentamente a assar rechinam meia dúzia sardinhas; com bocados de garrafas de vidro atiradas para as matas que podem fazer convergir os raios solares num ponto quente, – ó égua!; com as centelhas lançadas pelas chaminés dos comboios a vapor, que por debilidade na inteligência dos nossos governantes já não existe nenhum, nem que fosse para activar o turismo na terra dos marretas, etc. Se há tantos anos existe governo, - não sei se terá sido bem assim - há tanto tempo que o número aterrador de fogos têm vindo a aumentar e com diversas frentes ao mesmo tempo, o que mais necessita a administração central, para chegar à conclusão de que a maioria deles é de origem criminosa? Esta aterradora situação mexe muito comigo! Aliás, com toda a gente de mente sã. Estou convencido de que deve haver uma seita ou uma irmandade de loucos a nível universal, cujas normas são “assadas” – cozinhadas - hermeticamente, e estão apostados em dar cabo da vida neste planeta, por prazer, por ganância ou por desinteresse pela vida. Digo a nível universal, porque esta situação não tem vindo a acontecer somente em Portugal. Mas seja qual for o propósito, se passa pela venêta das populações fazerem uns churrascos antropofágicos, certamente que mais de cinquenta por cento dos fogos deixam de existir. De qualquer maneira e não negando eu ser individualista, o que mais me diz respeito é o meu país, do qual sou cidadão genuíno e não emprestado, e pelo qual dei o coiro quando a isso fui chamado. Já sei que vão intitular-me de xenófobo, mas para esses, se vierem a existir, estou-me po-si-ti-va-men-te, cagando. Não seria necessário decretar prisão efectiva, preventiva, ou ainda impôr a “coscuvilhice” através de uma pulseira com “JPS” para ver se o “menino foi à tasca emborcar um copito, se as esquadras de polícia funcionassem também como instituições de atendimento personalizado onde poderia haver uma secção de alfaiataria em que os alfaiates estariam prontos para talhar os fatos à medida dos canastros dos criminosos, chegando-lhes a roupa ao pêlo com o cass-tete, seguido depois de uma consequente regeneração hospitalar a título de bonificação paga pelo contribuinte, com sublinhado prazer. Agora certamente que por aí vem algum mentecapto com a teoria dos direitos humanos. Se isto acontecer, eu antecipadamente ouso perguntar a essa ratazana: quem tem direito aos direitos humanos, os criminosos ou as pessoas de boa índole? Sinto que a maioria dos povos não está preparada para viver em democracia. Sim, porque isto não é democracia não é nada; é uma selvajaria e cada um que se safe como lhe aprouver. De uma coisa estou ciente; não havendo medo, não há respeito algum. E os nossos cozinheiros de leis que metam isto na cabeça e se não actuarem como deve ser, os netos deles também nunca terão paz. 

 António Figueiredo e Silva 
Coimbra 
 www.antoniofigueiredo.pt.vu