domingo, 30 de junho de 2019

CRIAÇÃO DE UM "ALQUIMISTA" "JACUZZI PARA ESTERILIZAR" DINHEIRO


A inteligência e a esperteza são absolutamente
 incompatíveis, pois a primeira sabe que tem
 muito por saber, enquanto segunda está sempre
 certa de que tudo sabe.
(Suely Almeida)

A desarmonia entre ambas é
que dá chance à investigação.
(A. Figueiredo)


A CRIAÇÃO DE UM “ALQUIMISTA”
(“JACUZZI” PARA “ESTERILIZAR” DINHEIRO)

Este, certamente que, para além de entusiasta, estou crente de que é mesmo um praticante da alquimia numismática; só que em vez de caldear umas mistelas com ácido clorídrico, mercúrio, lixívia, sabão-macaco, potassa pura, mijo de lobisomem ou suco de tarântula, optou pelas características do “jacuzzi”, para a lavagem de “proventos” monetários, que naturalmente sabia estarem um bocado escuros pela “oxidação” decorrente da sua duvidosa obtenção e encardidos pela falta de lisura na proveniência dos mesmos. Ou então, utilizava as barritas de ouro e o patacão, para derramar no ambiente uma energia positiva, através dos vapores escaldantes de H2 O, donde resultaria – penso eu – uma calma e um bem-estar que o transportaria ao deslumbramento e a encarar a vida presente e futura, com toda a grandeza e descontracção.
Isto sim! Isto é arte!                                                                                                   
Ainda fico a pensar como os meus botões, o que lhe teria passado pela cabeça, para fazer um defumadoiro sem incenso, ao dinheiro e barras de ouro ao mesmo tempo?! Querem lá a ver que o “rapaz” se passou da cornêta?!    Hum! Aqui, de certeza que há truque de malabarismo sujo, ou seja, prestidigitação económica malfeita, que permitiu levantar o alçapão da dúvida às autoridades competentes; se assim não fosse, o que é que a PJ (Polícia Judiciária) andou a “cheirar” sobre este distinto cidadão de tendências “alquimistas”?
Não me custa a crer, que o laboratório não estivesse devidamente licenciado para a lavagem a vapor, que culminava na transformação de “guita” em barras de ouro; mas custa-me um pouco a creditar que este Sr. seja daqueles que acredita na Pedra Filosofal.
Ainda sobrevive em outra hipótese na minha opinião: existem grandes probabilidades do Sr. António Calvete (que não conheço), ser pessoa bem formada (e de que maneira!?), possa ter andado a aforrar esse bocadinho, -  que comparado com as fatias avantajadas de Salgado ou Berardo, é ridícula uma amostra – com a intenção de o distribuir pelos pobres.
Argumento deste modo, porque apenas tenho conhecimento dos factos, - veiculados pela comunicação social - e não das intenções “altruístas” ou “caritativas” que guiaram o Sr. Calvete para a trama da PJ, só por ter transportado o dinheiro e as barritas de ouro para o “jacuzzi”, se a sua intenção era, hipoteticamente, a de proceder à sua distribuição para os mais necessitados, e não querendo fazê-lo com o pecúlio conspurcado, por uma questão de higiene pessoal e para não contaminar o ambiente.
Devem ter sido estas intenções - “creio” eu!?

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 30/062019