quinta-feira, 25 de abril de 2024

É DO BARIL, ATÃO NUM É?!

 

É DO BARIL, ATÃO NUM É?!

 


Desconheço quem foi o autor deste cenário, que em pouco espaço e sem lirismos, porém com abonada fidelidade, tão bem retrata a “penúria” e a “fartura” antes e depois do 25 de Abril.

Antes de prosseguir com o meu palavreado, aos nobres miolos de onde brotou esta concepção, faço questão de apresentar-lhe os meus parabéns por isso. Em nome da “liberdade”, ainda que um pouco condicionada, - a meu ver -, entendo que são bem justos.

É verdade que depois desse dia, (25), “ninguém mais” amarrou tafulhos na boca dos portugueses, apesar de algumas tentativas frustradas.  A exemplo inicial, a actuação “sublime e aveludada” do Comando Operacional do Continente (COPCON), orientada por Otelo Saraiva de Carvalho. Lembram-se?

É evidente que a mutação do estado político e económico, com vista a uma igualdade de direitos, garantias e liberdade de expressão, não passou dos pináculos da ilusão “etílica” para uma melhor qualidade de vida,

Não refuto, porém, que ao despontar da alvorada desse dia, talvez não me fosse concedida a permissão para eu estar p’ráqui, a dizer estas ou outras distintas baboseiras. Mas também não duvido que havia menos pobreza, geral e do juízo, como até agora tem vindo a acontecer.

Na noite anterior, nas estruturas hierárquicas, cada um era responsável pela missão que lhe fora confiada ou para qual se havia auto-proposto.

“Ao romper da aurora” do dia 25, toda uma corja de parasitas e oportunistas que estava encafuada nas masmorras do silêncio, assomou à luz “brilhante” do sol - que de brilhantina nada teve -,  para colocar em acção os seus bem amadurados e tendenciosos propósitos nefastos, cujos resultados, agora são bem visíveis; desordeiros, ladrões, malandros, incompetentes, corruptos, chulos, aldrabões, vigaristas e trapaceiros.

Não me interessa saber quem foi, ou quem é o quê. Certamente que cada cidadão tem a sua conjectura formada, - se não tiver a venda nos olhos e a barriga a dar horas, ou se está na iminência de que a penúria lhe venha entrar pela porta dentro, accionada por consecutivas governações deficientes, cujos resultados são bem contatáveis.

Encontramo-nos numa condição em que o “impossível” pode acontecer, porque o povo foi infectado por uma cegueira generalizada, pulverizada por dissertações proselitistas, actualmente tituladas de populistas; isto é, dizer ao Zé, aquilo que ele mais gosta de ouvir.   

Mais tarde, quando a “noite” cai, acaba por concluir que tudo não passou de um artístico embuste.

A força dos elementos policiais para a manutenção dessa ordem tem-se degradado; a moral tende a desaparecer e a ética tem-se transformado num fiasco, fomentando o desrespeito pelo próximo; a aplicação dos princípios legislativos não prima pela igualdade, porquanto, o dinheiro compra, não a lei, porém, a justiça; a pobreza, que francamente tem crescido nesta “abastada” nação, tem servido de cavalo-de-batalha para os espertos (não confundir com inteligentes) subirem os degraus do poder; a boa qualidade do ensino tem vindo a volatilizar-se porque houve um aumento de “palha” na manjedoura da instrução etc.

Não tenho necessidade de ir mais longe para afirmar: ao povo, foi-lhe retirada amordaça da boca, e, sem escrúpulos, serviram-se dela para lhe cobrir a visão – física e intelectual.

Muito mais haveria para dizer, mas fico-me por aqui.

Não vou finalizar, sem aqui demarcar umas velhas palavras, concernentes à moralidade, ética e justiça: os exemplos devem vir sempre de cima.

 Isso não tem acontecido.

Agora anda tudo cego, e é mau!?

Apraz-me ainda acrescentar que, nos comentários que certamente irão seguir-se, espero não ter de questionar: “onde está a minha liberdade pensamento”?

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 25/04/2024

 

https://antoniofsilva.blogspot.com

 

Nota:

Não uso o AO90.

 

  

 

 

 

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