terça-feira, 28 de dezembro de 2021

A ALMA DO 25 DE ABRIL

 

 O fracasso é simplesmente,

 a oportunidade de começar de novo,

mas desta vez, de forma mais inteligente.

(Henry Ford)

      

A ALMA DO 25 DE ABRIL

 


Sim, tem espírito, porque não?! O que lhe deu corpo, foram adobes de proveitos, assentes na ânsia fantasista de um povo, por uma liberdade que nunca foi concretizada, apesar de ter sido, congeminada para abrolhar a igualdade e a fraternidade entre todos. Todos quem? - pergunto.

As intenções que serviram de base e orientação para o 25 de Abril, ou pelo menos assim foi apregoado, de facto eram boas; era o que o povo português há muito ansiava. Entrar no céu aberto da democracia e não no inferno desconjuntado da anarquia. O que estava oculto no reverso da moeda daquela revolução, e nos propósitos de alguns dos “conjurados”, é que tem sido um carambolim.

Isto de nos ter sido concedida a liberdade para expormos o que desejamos, já é uma grande carta de alforria, porém de duvidosa veracidade. Conferiu-nos uma emancipação (aparente), divulgação de credos religiosos, que entendo ser certo (ainda que com algumas reticências), ideologias políticas (condicionadas) e promovida uma igualdade de direitos e deveres (nas intenções), só para fogo-de-vistas, porque na prática, assim não tem funcionado.

Quase nada dessa semeadura vingou. Uma tempestade de interesses escondidos, tem vindo a vassourar a plantação, impedindo-a de abrolhar e florescer na paz e na concórdia, criando em vez disso, um domínio invulgar em que só se safa quem pode. Os interesses mafiosos são muitos e os juízos são abissalmente divergentes. Isto está transformado num ninho de ratos sedentos e esfomeados, onde só meia dúzia deles são donos absolutos do queijo.

O que daquela revolução mais destacou, foi uma diáspora do povo das da “ex-colónias” para todo o mundo, com maior incidência para o seu país de origem - Portugal - criando um apertado congestionamento populacional nesta “santa terrinha”, e um agudizado confronto mental entre aqueles que chegaram, vindos da zona equatorial, (com a mente mais aberta e horizontes mais dilatados), e os outros, que sempre fizeram a sua vida neste pequeno horto encostado ao Atlântico), aconchegados por um marasmo insípido e concepções limitadas.

Foram evidências incontestáveis, que as divergências nos conceitos e as práticas deles resultantes, assim o demonstraram.

Salgueiro Maia - que Deus o guarde - deve estar bem amargurado por sentir, (se isso lhe fosse consentido), que a sua valentia e os eus ideais, foram vandalizados, adulterados e corrompidos, por uma cáfila de incapacitados e desleais, ao espírito da revolução do 25 de Abril.

A título póstumo, quero enaltecê-lo pela sua determinação e valentia e não duvido que o que fez, foi graças à sua boa-fé, por acreditar no nascer de um futuro melhor para todos os portugueses – que afinal… saiu esburacado.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 28/12/2021

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

              

              

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