sexta-feira, 27 de agosto de 2021

SANT'ANA PROREJA SANTANA

Quando o poder embriaga,

a ressaca do fracasso é inevitável.

(Juahrez Alves)

 

QUE SANT’ANA PRETEJA O SANTANA

 

Único. Ou ele, ou mais nenhum.
Ele irá necessitar desse santificado amparo para impingir a sua requintada cantata, por esta já se encontrar algo desgastada pela rotineira reiteração, e já ser sobejamente conhecida dos ouvidores que muitas vezes emprestaram os seus tímpanos a essa “imolação”, por deleite, convicção ou masoquismo.


Esta figura, de “atafulhada” cabeleira empastelada de brilhantina, sem embargo, é um alfacinha digno de honrosa referência. Nas pelejas campais que há batalhado, tem feito das tripas coração por duas razões, a saber: “pugnar pela a estabilidade dos portugueses” e defender a todo o custo os seus ambicionados tachos, - uma já razoável colecção. Apesar de algumas vezes lhe terem saído sem fundo ou saltar-lhes a tampa. Mas, “quem não arrisca, não petisca” – reza o provérbio – e ele é mestre em arriscar.

Advoga, com fina perfeição e certificada esperteza, os interesses que lhe vagueiam no espírito, através de polida argumentação de coisas e loisas, que vão ao encontro de um futuro fantástico, que o “Zé” tanto gosta de escutar, (alguns).  A essa retórica expressiva, fulgurante e bem direccionada, eu titulo de “vantagem do dom da palavra para o efeito desejado” – há quem lhe chame de populismo, mas entendo não ser esse o vocábulo adequado para uma pessoa tão liró e devotada ao “domjuanismo” e à arte da política.

“Se bem me lembro”, como dizia Vitorino Nemésio nas suas famosas e instrutivas intervenções, de entre os vários “tachos” com que se abotoou Pedro Miguel Santana Lopes, sobressai o de haver sido Primeiro-ministro do XVI Governo Constitucional de Portugal, no período 2004/2005; cujo tacho, por razões a mim alheias, (nem me interessa), deixou a caldeirada avinagrar e desconjuntou-se. Na altura, até senti alguma comiseração, maleita que, com o passar do tempo se foi diluindo – como tudo na vinda.

Agora, com base no adágio, “quando há gana, não há ruim pão”, ponho-me a pensar (faculdade que ninguém me pode extorquir), e não consigo refrear a minha apreensão por ele apostar em candidatar-se a um cargo de presidente de autarquia, que em nada se compara com o de Primeiro-ministro (já vejo que qualquer coisa serve).

Além disso, de uma autarquia que anteriormente presidiu, onde a dívida na altura da sua tomada de posse, era de pouco mais de € 9 milhões, e, quando Santana Lopes saiu, em fins de 2001, (para alinhar na corrida à Câmara Municipal de Lisboa), deixou a obrigação inchada em mais de € 41 milhões. Tumefacção tida em três anos de mandato (pelo menos é o que reza nos escritos sobre o seu trajecto através da política).

É obra, caraças!

Uhmmm! Cá p´ra mim, há mistério.

Será que vai lá das canetas?!

Sant’Ana o ajude, porque é um tipo porreiro, e que muito admiro pela sua obsessiva e descontraída intrepidez. 

É verdade que “Zé” também tem andado e zarolho e com a sanidade mental em falência técnica.

Acuda-lhe também Sant’Ana.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 27/08/2021

 

  http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90.

 


Sem comentários:

Enviar um comentário