terça-feira, 29 de março de 2022

“ALTA (in)TENSÃO” (Reflexões)

 

“ALTA (in)TENSÃO

(Reflexões)

 


    Conquanto que, não sendo de origem eléctrica, o “fenómeno” não se absteve de provocar um “arco voltaico” de grande intensidade “kilowatica”, que fez tremer o ego de alguns, bulindo com o seu franzino carácter, e emergir a inusitada surpresa de outros, que presumivelmente se encontravam em efervescente espectativa. É natural.

 Mas, como diz o velho ditado, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Se para o melhor ou para o pior, o tempo encarregar-se-á de o dizer.

Não deixa de não ser certo, que o poder por duração demasiada, nas mãos de carácteres recalcados, é quase sempre toxicómano; faz despontar, nessas pessoas um auto-convencimento doentio, agravado por desmesurada empáfia e enceguecida convicção de invencibilidade, que alimentam como uma “deificação”, que lhes inculca o credo na insubstituibilidade.

Advém que, na maior parte das ocorrências minadas por estes predicados, essa convicção, que é ilusória, acaba por descambar. Isso acontece, quase sempre, devido à criação de conspirações “palacianas”, que no silêncio abafado do secretismo são rumorejadas, e acabam por destronizar qualquer “soberania”, por muito competente que ela possa ter sido. Isto ocorre, quando a deplorável “humildade” nos actos, se sobrepõe à importância da proficiência. Cabeças que raciocinem dentro normalidade, sabem que ninguém é insubstituível; que tudo pode acontecer na vida.

Embora eu reconheça, que de vez em quando, uma mutação deva ser necessária, para se obter uma nova oxigenação na estrutura organizativa, colocando à prova novos talentos em planeamento e orientação, com vista a uma melhoriaaltruísta” (que não existiu no elenco anterior), no abastecimento energético, (neste caso eléctrico), à comunidade, cognominada de Loureirense.

Mesmo tendo a certeza de que a partir de determinada altura, a filantropia foi chão que há muito deixou de dar uvas, (direcção cessante pode confirmá-lo), não me esquivo a chamar à colação essa nobre virtude, que actualmente só subsiste no íntimo dos homens-bons - particularidade esta, hoje em franco declínio. Ninguém trabalha por amor à camisola.

Sim, é sobre as passadas eleições realizadas no dia 26 de Março de 2022, para a preferência dos corpos directivos da CEL (Cooperativa Eléctrica de Loureiro).

Independentemente de quaisquer berbicachos, tais como, quezílias, jactância alienada ou outros comportamentos menos próprios, que configuram a prepotência, a agressividade, e a altivez fracassada, que são susceptíveis de mover-se contrariamente aos valores da decência concernentes a uma comunidade, os louros devem ser atribuídos a quem os merece. P’ra mim, seria uma injustiça se o não fizesse, porque reúno vastos conhecimentos de quase tudo o que foi realizado. Como “sócio” que sou, interessei-me por isso.

O povo, bem ou mal, decidiu o que decidiu; assim o tem. Não tenho nada a contrapor - nem a essa labuta me daria; está tudo certo.

Não vou, contudo, deixar de salientar umas verdades, que faço questão de que fiquem bem sublinhadas para a História da Cooperativa Eléctrica Loureirense, no que diz respeito aos membros directivos, que por sufrágio popular, vão dar as suas funções por terminadas. “Rei morto, rei posto, e os electrões vão continuar a fluir.

Mas… como os louros só devem ser atribuídos a quem os merece, devo dizer que, graças ao empenho e coesão dos elementos da equipa derrotada, foram desfeitos os “principados” que vinham sobrepondo os seus interesses pessoais na área financeira, em detrimento dos lucros da Cooperativa. Nessa altura, a CEL só era soberana de dívidas; não obstaculizando, contudo, que milhares de críticas depreciativas pululassem nas cabeças dos associados, que as iam vomitando em casuais cavaqueiras, como quem não que a coisa; todavia, o paradigma da subtracção cavalgava com o freio solto e parece que não havia ninguém com meios, obstinação e coragem, para estancar a sua desenfreada equitação.

Até que um dia… há sempre um dia que marca uma época!

Então vamos lá.  

É inquestionável que pela gerência cessante, foi formulada um planeamento muito bem estructurado ao serviço da comunidade, que acabou com a soberania “salóia” - mas esperta -, dos paraísos que, como hematófagos, agarrados a ela parasitavam; solveu todas as dívidas, fazendo esta instituição emergir do charco em que se encontrava sepultada, de cabeça erguida, preservada pela sombra da dignidade e da confiança;  concebeu um sistema milimétrico de controlo, que começava no mais ínfimo interruptor e “trepava” até ao mais alto poste de transformação; deixou como saldo, um razoável suporte financeiro físico e monetário, que dantes não existia - muito mais haveria p´ra falar, mas entendo que está lavrado o suficiente.

Espero, contudo, que os elementos da nova direcção saibam seguir os passos dos corpos constituintes da equipa cessante, e saibam dar continuidade à sucessão diligente do poder organizativo por ela construído – a todos os níveis, a casa ficou arrumada e muito bem organizada.

Quase para finalizar, resta-me apresentar as minhas condolências aos vencidos e os meus parabéns aos vitoriosos – o resto se verá.

Para findar… mesmo para findar, só quero aqui “plastificar” um pensamento que neste instante se me assomou à mente, e é dirigido a alguns dos meus concidadãos, que do seus fundamentos carecem:

  “Independentemente da tua posição social, é teu dever seguires os preceitos da civilidade, em função dos valores da comunidade onde estás inserido; se, por incúria, exibicionismo balofo ou maluqueira excessiva, meteres as patas na bosta, quando menos esperas, vais pagar por tudo isso”.

 O “pobo num” absolve; só o Sr. Abade - e nem sempre!?

 

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 29/03/2022

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

 

 

 

.

Sem comentários:

Enviar um comentário