quarta-feira, 30 de março de 2022

MIAU! (quer dizer, certo!)

 

“Quem o seu não vê, o Diabo o leva”.

(Adágio popular)

 

 

MIAU! (quer dizer, certo!)

 

 

    Eu bem vinha dando conta de que as “sardinhas” me iam desaparecendo, enquanto o meu estômago, irrequieto, roncava por elas; mas, seriamente, nunca me ocorreu a existência de felinos, com ousadia suficiente para, nas minhas “barbas” surripiarem o desvigoroso quinhão, do sustento que me pertencia. As sardinhas!

Só hoje fui alertado para o facto, porque deparei com o alerta proveniente desta ilustre figura, Henrique Neto, esteve intrinsecamente ligada à “felinocultura” e foi, não duvido, exímio conhecedor da esperteza e das manhas dos “gatos especialistas na ladroeira de “sardinhas”. Caramba! Eu a pensar que sabia tudo, e afinal, com alguma “tristeza” toldada de repugnância e revolta, acabo por constatar que “tarde abri a pestana” (ou fiz que não vi).

Para ser franco, há muitíssimo tempo que eu já vinha a suspeitar de uns “gatões” de pele macia, sem calos e bem nutridos, pêlo fulgurante cosmeticamente bem tratado, disfarçando, porventura, algumas cascas de seborreia que eventualmente por lá cirandavam - também havia alguns descabelados, mas luzidios, que mais aparentavam ter o cu assente em riba do pescoço.

Apesar das suas características diversificadas, eu vinha a observar uma particularidade, que a todos era comum; eram peritos em “MIAR” e coesos em defender o seu território e o seu bando, e, ilicitamente, roubar ou defraudar o que não era sua pertença. Miavam assombrosamente bem! Sabiam fazê-lo de maneira dolente e despretensiosa (disfarçada), com a clara intenção de adormentar os donos das “sardinhas”, que, embalados pelo estado doutrinal "sonambolesco" e meio hipnótico, iam consentindo que as “sardinhas”, paulatinamente fossem “desaparecendo” para alimentar o insaciável apetite e ambição dos despudorados “gatões”.

Mas que de “gataria”!

Também notei isto: apesar de ser darem como a unha e a carne, de vez em quando surgiam uns arrufos entre elementos do bando, que me irritavam, e até metiam nojo; era um chinfrim tão rude e apeixeirado, que mais se assemelhava ao miar das gatas no mês de Janeiro, quando o cio aperta. MIIAAUUUUU, fffff!

Com que então eram estes os “ladrões das sardinhas”?!

Foram mais ou menos estas palavras, que, segundo consta, Henrique Neto proferiu, num dos seus assomos de agnição e sensatez.

Como o povo tem sido estúpido! E eu também sinto que não estou fora da “plebe”.

Como já me encontro no limiar da “juventude envelhecida”, resta-me a esperança de que um dia, no “Dia de “S. Nunca, à tarde”, a legislação possa vir a ser alterada, e em lugar de facultar a caça aos coelhitos a com caganeira, perdizes criadas em cativeiro, pardais dos telhados ou outra passarada qualquer, que não não apreciadores de “sardinhas”, o povo venha a poder dedicar-se à caça “felínica”, para defender a sua sobrevivência e a dos vindouros, com a "radical eliminação" (só sonhos), dos abusivos e descarados roubos de “sardinhas”.

\Repito: temos de arranjar maneira de encetar a caça aos “GATOS” e “GATÕES”, para mantermos em segurança as nossas reservas de “SARDINHAS”.

Fffffffff…se!?

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 30/03/2022

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Obs:

Henrique José de Sousa Neto.

Um andarilho sabido e experiente

da política portuguesa. 

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

  

 

 

  

 

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