domingo, 27 de março de 2022

ADOLESCÊNCIA

 


ADOLESCÊNCIA

 

É o tempo em que, devido ao clima ameno da Primavera da vida, as canholas nunca pensam que um dia virão a ser tão idiotas como os “cientistas” que assim cogitam.

Crescidos que assim raciocinam,

independentemente da sua faixa etária, certamente que ainda não chegaram sequer, ao patamar da adolescência; porém, estão na sua fase embrionária; crua.

No entanto, até nem me desagradam tais concepções!? Que bom! Nesse caso, quem me dera que o tempo voltasse p’ra trás, p’ra eu poder repetir as minhas parvoíces e manifestar a utopia das minhas convicções!

Se os “cientistas” assim continuam a “cientificar” e eu existir por mais meia dúzia de luares de Agosto, creio que ainda irei a tempo de ser protegido pelos princípios protectores, próprios da adolescência, caso venham a ser aceites e legitimados.

Contrairei o matrimónio, (actualmente em decadência), mas não deixarei no entanto de constituir família, ainda na minha adolescência; não serei explorado pelos tubarões do trabalho (que faz calos, nas mãos da juventude ou no cérebro), porque voltarei a ser adolescente; não serei obrigado a ingressar nas forças armadas, policiais ou similares, pelo mesmo motivo; a responsabilidade pelos meus actos nocivos (se os houver), será nula ou atenuada, e haverá uma série de outras benesses, que não lembram ao mais desmiolado “cientista” que assim pensa.

Ai! Seria tão bom!

Apesar de parecer um paradoxo, não coloco de parte a ideia de que, com mais uns tratados inovadores emergentes do raquitismo epidémico de alguns cabeçudos da “ciência”, que eu ainda possa vir a “alcançar”, nesta sociedade decomposta de critérios, um lugar de pai, avô, e com alguma sorte bisavô, com todos os direitos inerentes a um adolescente.

Pocha, seria mesmo bom!

Venha lá esse milagre de loucos, para eu poder concluir a minha “falta de juízo”, que de certo, até hoje não me foi possível, por ter tido o destino de haver nascido prematuramente; isto é, antes do tempo, em esta sociedade doente e enfezada no raciocínio, que realmente “pensa” como se encontrasse nos primórdios da “juventude”.

Se este “milagre” vier a consumar-se, apesar da minha debilidade física e quiçá, intelectiva, “farei das tripas coração” para, “heroicamente”, contribuir para o aumento do índice demográfico neste Mundo, pejado de incapacitante loucura.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 26/03/2022 

  http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

      

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