sexta-feira, 25 de março de 2022

O “ASSASSINATO” DA LÍNGUA PORTUGUESA

 

Vasculhem na internet:

“Editoras portuguesas que não aplicam o AO90” … - “Tradutores contra o Acordo Ortográfico”.

 

O “ASSASSINATO” DA LÍNGUA PORTUGUESA

 

Este crasso “homicídio” linguístico, tem dado origem à deflagração de uma onda de protestos sem precedentes, nos quais estão integrados grandes crânios da nossa literatura e ninguém ousou, até ao presente, mudar uma “vírgula”, que fosse.

Que raio que de caturrice mais limitada!? “Arrium porrum, catanorum esd”!

Depois de setenta e sete anos a calcorrear por entre A, E, IS’OÚS, embutir na mona os símbolos de um abecedário e aprender a montar as letras para edificar palavras suaves ou abrasivas, dolentes ou de satisfação, cínicas ou diplomáticas etc., sem dar erros carentes de palmatória, vejo-me hoje, confrontado com um moderno “Certificado de Burrice”, titulado de AO90 - que me recuso a aceitar -, outorgado por meia dúzia de pseudo-iluminados ou incompetentes, que não souberam ou não quiseram, preservar a fragrância puritana da tradição linguística portuguesa.

Se não fosse por recear ser catalogado de mal-educado, chamar-lhes-ia… bestas! Patetas! Assim, para o não fazer, porque a minha civilidade não o dita, sou coagido a permanecer com esses predicados “lisonjeiros”, como espinhos de cacto (não confundir com o verbo catar como o “pretensiosamente” exigido pelo AO90), atravessados na “garganta”. Custa muito!

O que ainda não consegui alcançar foi qual o objectivo ou a “untadura”, que por detrás lhes “lubrificou” os carris, e os interesses silenciosos que empurraram os “verdugos”, para a anuência do dito Acordo (des)Ortográfico – do qual discordo – desfigurando acentuadamente o “envelhecido” traçado e maculando a pureza da alma do nosso idioma.

Agora, porque a minha juventude não permite, é certo não vou entrar de novo para a Escola Primária; por aqui me fico, inconformado, com a minha “burrice” estagnada, até que, do horizonte do saber, desponte alguém com intelecção e intrepidez para proceder à reposição da ancestralidade linguística, com o indispensável desmantelamento da anormalidade há uns anos constituída, e ratificada, pelo Sr. Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, sob o Decreto nº52/2008.

Imagino Camões, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa, António Nobre, Ary dos Santos, Alexandre Herculano, Antero de Quental, Miguel Torga, e outros grandes Mestres, da poesia e da prosa, que entre os vivos já não se encontram, a organizarem grandes manifestações celestiais de sublevação contra este assassinato linguístico, sem pés nem cabeça, ministrado por abéculas da nossa pobre e apodrecida “aristocracia” - vazia de nobreza e saber.

Lamento!

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 25/03/2022

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

 

 

 

 

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