quinta-feira, 19 de agosto de 2021

JUSTIÇA/INJUSTIÇA

 

“A justiça sem força, é impotente;

a força sem justiça é tirana.”

(Blaise Pascal)

 

JUSTIÇA/INJUSTIÇA

 

Perante tanta barbaridade que tenho observado na aplicação da justiça, não consigo calar, nem tão pouco refrear, o que circula no meu entendimento. A magistratura tem baloiçado nos princípios da incerteza, com um movimento pendular, cuja oscilação, por não ser certa, cria dúvidas no raciocínio, passíveis de adulterarem a certeza na aplicação dos preceitos que regem a pureza na diferença entre o sentimento e a razão – para não chamar à colação as influências materiais.

Falo desta forma, porque a minha determinação assim o decreta.

Impulsionado pela minha força interior, sempre me recusei a fazer parte da multidão doente que me cerca, amofina, e se arroga a restringir a minha liberdade de expressão, sem até hoje o ter conseguido. Porque essa liberdade, esse direito, essa autonomia, essa independência, faz parte de mim mesmo. São valores de que muito me orgulho e faço questão do os preservar.

Serei sempre o criador e o escriba da minha própria cronografia, abarrotada de “batalhas”, sem usar nunca, uma “arma”, que é característica dos fracos; são estes que, destituídos de conceitos, mas de “insígnias” na mão, querem subjugar o Mundo, transviando a razão com a injustiça; invertendo deste modo, o equilíbrio dos valores da moral, da ética e do civismo.

Todos sabemos isso. Não é a honrada justiça que funciona, mas sim, a lei do mais forte. Neste caso, é o mesmo que dizer que a justiça existe, porém, justiçar é quase uma miragem.

Mas, nos contextos da sua aplicação em que verificamos que a razão é pervertida, nunca devemos perder a força interior para protestar. Uma circunstância devemos ter sempre em mente; que a nossa consciência fique serena depois da nossa contestação.

É lógico e racional, que sem justiça não há ordem e sem ordem não há justiça. Complementam-se. Dessa união resulta o que chamo de Harmonia Social.

Esta ordem resulta não só de uma cedência de conceitos, mas também da apresentação de novas concepções, procedentes do inevitável desenvolvimento do ser humano, que muda ao ritmo do avanço científico.

Ora, para que essa Harmonia exista, não será necessário que todos concordemos com as leis que a estatuem; o fundamental é que esse traçado legal seja elaborado tendo em conta as tradições, as práticas e a moral. Esta baseia-se em duas frases de extrema simplicidade:

Primeira -” Não faças aos outros o que não gostas que façam a ti”.   

Segunda - “Com a medida que medires os outros, essa mesma medirá a ti”.

O grande problema de adulteração na aplicação da justiça, reside precisamente em algumas figuras da magistratura, se deixarem “vender por trinta dinheiros”.

De futricas destes, basta meia dúzia para inquinar toda a estrutura judicial e colocar em causa a ordem pública e o sossego dos cidadãos de qualquer país, por muito grande e rico que seja.

Assim sendo, justiça sem regras, não existe. Mas, se as regras não forem aplicadas com consciência e meditação, a justiça volatiliza-se e outorga o seu lugar à injustiça. Esta, quando ultrapassa o filamento da razoabilidade, resulta em desagrado, contestação e caos.

O resto, que é o pior, virá por arrasto.

Acho que não preciso dizer mais.

Mas reafirmo: lutemos pela lisura na aplicação da justiça.

“… a César o que é de César…”

 

António Figueiredo e Silva

Chaves,19/08/2021

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Obs:

Procuro não fazer uso do AO90.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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