terça-feira, 17 de agosto de 2021

AQUAE FLAVIAE (Portugal)

 

“Outros viram o que é e perguntaram por quê.

Eu vi o que poderia ser e perguntei: por que não?”.

Pablo Picasso

 

 

AQUAE FLAVIAE (Portugal)
(Águas Flávias)

 

Ainda hoje não sei porquê, mas sempre me senti cativado pelas terras transmontanas, com especial referência pelo concelho de Chaves e todos os povoados inerentes ao mesmo.

Não grelei, não medrei nem amadureci naquela “velha” cidade, mas, por ela sempre me senti encantado, desde que a conheci, em 1970.

Aliás, tenho muito apreço pelo o povo transmontano em geral. Pelos seus usos e costumes (muitos não conhecerei, certamente), pela riqueza da linguagem regional, cuja articulação e fonia são portadoras características próprias, invulgares, mas engraçadas, que me dão algum prazer em ouvir – não me perguntem porquê.

Ontem andei por ali, junto à Estação Termal da cidade (agora em obras de beneficiação), a dar uns passos para manter a tonicidade muscular que o confinamento me quer impingir, e deparei-me com uma “peça” concebida pela fertilidade de uma imaginação que desconheço; contudo, posso considerar uma pequena ode à toda beleza que a arte comporta; neste caso, pela sua singela, porém, harmoniosa simplicidade.

É que, a arte, não se resume unicamente a pináculos rendilhados ou a horrendas gárgulas pendentes dos beirais ou das fontes, nem de complicadas estruturas que desafiam a força da gravidade e os ventos ciclónicos. Arte é criação. É o talento nato de, com as mesmas substâncias, podermos conceber coisas diferentes; transformar o desalinho, a dissonância, e o caos, em consonância e harmonia; de tal modo, que, ao olhar-mos, incutem-nos uma sensação de bem-estar. É a consequência da sublimação da sensibilidade cognitiva apurada. É o dom falar calado, sem deixar de expressar ao Mundo os nossos sentimentos, em demarcados instantes de inspiração Natural, que por vezes se nos afloram à mente.

Foi tudo isso que senti, ao deparar com o estilo do Posto de Turismo, situado no jardim adjacente à estação Termal da cidade.

Ignoro quem foi o seu criador, mas não vou deixar de o congratular, pelos traços seus, que deram origem àquela construção. Não enorme no seu porte, porém, enorme na sua veia artística condizente com o panorama onde se encontra montada.

As minhas congratulações ao artista seu criador, pela nobreza da ideia, e à Autarquia da cidade que por ter permitido a sua realização.

 

 

António Figueiredo e Silva

Chaves, 17/08/2021

 http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

Faço por não usar o AO90.

 

     

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