sábado, 15 de agosto de 2020

“TUBEIRA DE REACÇÃO” “REACTION TUBE” "REAKTIONSROHR" “REAKSIE TUBE”

 

“TUBEIRA DE REACÇÃO”

“REACTION TUBE”

"REAKTIONSROHR"

“REAKSIE TUBE”

 (DETA Linhas Aéreas de Moçambique)

(DETA Mozambique Airlines)

(DETA Airlines van Mosambiek)

 

Estou cansado da presumida exposição de farpelas “estéticas”, corpos talhados a cinzel de sublimada aparência, guarnecidos de sorrisos de deleite previamente montados para uma captação rigorosa a reservar para um futuro que com celeridade se aproximava e onde agora, toda essa beleza se desvaneceu. A osteo-oxidação da vetustez tomou conta de tudo isso, deixando apenas a saudade e a lembrança de tempos, que o próprio tempo há devorado.


Surgiram os grandes aeroportos, onde antes eram cerradas florestas capilares; algum do “arvoredo” que ainda possa existir, é ralo e alvo, como flocos de neve a caírem na manhã do inverno da vida; as rugas, impertinentes, sulcam a epiderme, apostadas em não deixarem as maquilhagens e os pozinhos de perlimpimpim, entrarem em greve; as cintas, apertadas como cilhas de burro, procuram esconder as panças dilatadas, outrora componentes de esculturais físicos, montados sobre um par de pernas aparentemente bem torneadas – algumas – e engrinaldados retesados bustos, que, só de olhar, a bomba hidráulica do sistema vascular andava muito perto de entrar em cavitação; as banhas assenhoraram-se da formusura e o andar já se acentua de ligeira claudicação – em algumas/uns.

E sinto-me fatigado, porquê? Porque não foi somente àqueles que envergaram essas fardetas agarrados aos “comandos dos pássaros-de-ferro”, a esses outrora corpos “esbeltos”, especialistas em equilibrar e manipular tabuleiros repletos de sandes ou recipientes com chá, café ou laranjada nem aos outros, “comandantes” de carga e recepcionistas de terra, que o nome de DETA Linhas Aéreas de Moçambique, se propagou por todo o território e além-fronteiras!?

Não. Por detrás de todo esse emaranhado de elementos “presunçosos”, bamboleavam as batas brancas, dos “médicos” e “veterinários” da aeronáutica, que asseguravam com cuidado e milimétrica precisão, o bom funcionamento das máquinas voadoras, para que tudo corresse bem. Eram eles que, formando coesas e organizadas equipas, perdiam muitas noites em investigação para a resolução de avarias, com o objectivo de que a toda a tripulação e passageiros, pudessem ser garantidos o máximo conforto e segurança nos voos internos ou internacionais.

Eram técnicos em aviónica, técnicos de manutenção com cursos de habilitação aos diversos aviões, especialistas em acessórios, hélices, casquinheiros, etc.

Foi também e principalmente, graças a esse pessoal, quase sempre remetido para o anonimato, que a DETA Linhas Aéreas de Moçambique, sulcou parte dos céus do nosso globo e creditou a sua confiança nas pessoas que as utilizaram para chegarem aos seus destinos em segurança.

Lamento, mas vou ter de abrir as outflow valves, porque a pressão de cabine, está a sair fora dos limites.

Desses não existe “faladura”. Devem cheirar a skydrol.

 

António Figueiredo e Silva

 

Técnico de Manutenção de Aviões da DETA

Lincença Aeronáutica nº 122

Especializado em:

- Fokker F-27 Fiendship

- Boeing 737

 

Com os Cursos complementares tirados na TAP, dos aviões:

- Boeing 707

- Boeing 747 (Jumbo)

 

Fui chefe de equipa em:

Fields Aviation

Rand Airport

Germiston – Zuid Africa

  

Coimbra, 15/08/2020

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Obs:

Faço por não usar o AO90

Sem comentários:

Enviar um comentário