domingo, 16 de dezembro de 2018

O DIA “SANTO” DO FILHO-DA-MÃE


Duas coisas são infinitas: o Universo e
a estupidez humana. Mas em relação ao
Universo ainda não tenho a certeza absoluta.
(Albert Einstein)

O DIA “SANTO” DO FILHO-DA-MÃE

Porque não inventar um dia dedicado ao filho-da-mãe?
Pode ser até a uma segunda-feira; é o dia em que o maior número de filhos-da-mãe invade a quietude mal alcançada no fim-de-semana – a maioria - por aqueles que com excessiva dificuldade lutam pela sobrevivência, esmagados pela pressão psicológica despoticamente provinda de muitos filhos-da mãe.
 Só em pensar nesse dia, a docilidade adquirida vai converter-se em arrepios nervosos e suores frios sob o zurzir de palavras prepotentes e arrogantes, desses filhos de ninguém, que nem por isso deixam de ser considerados os verdadeiros filhos-da-mãe.
Só sob o chicote do palavreado baixo e agressivo e as grilhetas da ameaça aplicadas pelos filhos-da-mãe, é que se constroem as grandes fortunas que no fim alguém acaba por desbaratar. Isto é, se os filhos-da-mãe vingarem por muito tempo, sem que ninguém lhes conte os dias; às vezes sucede!?
É por causa do filho-da-mãe, que que toda a cinemática governativa está entrevada, a equidade da justiça posta em causa, a segurança sem segurança nenhuma, as instituições de saúde cada vez mais doentes, o sistema bancário com a fiabilidade duvidosa etc.   
A estirpe do filho-da-mãe goza de muito poder, que a própria sociedade minada pela ignorância lhe outorga, podendo por isso, sê-lo à vontade.
Se com muita atenção repararmos à nossa volta, sentimo-nos rodeados de filhos-da-mãe. Com a enormidade da surpresa em face da descoberta alcançada, ficamos tão admirados que até nos esquecemos de que existem grandes possibilidades da nossa inclusão fazer parte do meio hostil dominado pelo filho-da-mãe.
Daqui podemos depreender que, ou somos filhos-da-mãe semelhantes ou seremos os capachos da comunidade, o filho-da-mãe limpa a merda das botas que lhe apertam os calos do seu espírito recalcado e o faz cuspir trovoadas de palavras depreciativas e compressivas que nos podem levar à loucura.
Sei que esta doutrina não deve ser seguida, por não ser permitido fazer ajustiça pelas próprias mãos, contudo arrogo-me a dizer que a Justiça de Hamurabi é o método, senão único, o mais eficaz para castrar a proliferação do filho-da-mãe.
Coesamente acantonados numa esterqueira nojenta em franca levedação com forte odor acre, naquela cambada existem filhos-da-mãe que sabem tudo e outros que não sabem nada, ou fingem que não sabiam, timonando as opiniões ao sabor da sua conveniência ou da pertinência dos seus parceiros, mestres na tecelagem da filha-da-putice, a arma preferida do filho-da-mãe, com a qual nos inferniza a vida e nos rouba o sono, porque corrói os nossos míseros proventos, revertendo-nos a uma escravidão compulsiva para que um ideal bramânico possa subsistir e festejar e seu triunfo perante a miséria da maioria pária.
Os filhos-da-mãe são como a Fenix; se morre um, das cinzas nascem logo meia dúzia, e de bico afiado e apetite voraz para nos filarem e derreterem-nos a “vida”; sim, porque esta nunca poderá ser vivida como deveria ser vivida, “graças” às pulsões de idiotice do filho-da-mãe.
Aquele que diz não ser feliz, poderia realmente sê-lo com a felicidade do seu semelhante, se o filho-da-mãe não lhe retirasse esse último recurso.
Assim sendo, sou da opinião que deve ser concebido o DIA “SANTO” DO FILHO-DA-MÃE.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 16/12/2018








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