A vida é como uma
estrada desconhecida
em
que nós viajamos sem destino certo,
sujeito a acidentes, sem sabermos como
e
quando essa viagem termina.
(Irineu
Oliveira)
LAMENTO
Considero
que a morte, quando natural, não é uma fatalidade, mas um fim ao qual todos os
seres vivos estão predestinados. É evidente que é sempre de lamentar quando
essa porta se escancara e nos abre o caminho que nos transporta ao
desaparecimento para todo o sempre.
Mas, quando esse acontecimento ceifeiro é
decorrente de um infortúnio, a deploração é maior, mais atroz, mais gravativa,
e, na maior parte das vezes, difícil de aceitar. Porém, estas coisas acontecem
quando menos se espera.
Foi o que aconteceu com o desastre da
máquina voadora do Instituto de Emergência Médica, que vitimou quatro
prestáveis criaturas. Eu, que costumo ser pessoa de casca rija, fiquei bastante
chocado com a nefasta ocorrência e, sem derramar prantos de água salinizada,
por dentro o meu espírito inconformadamente lacrimeja. Eram pessoas cuja
ocupação consistia em salvar vidas em risco e acabaram elas próprias por serem
vítimas da impiedosa fatalidade.
Tenho uma grande estima por todos os
elementos que laboram no INEM. São elementos competentes para o cargo que se
propuseram desempenhar; parece que foram escolhidos a dedo. São comunicativos,
complacentes e dotados de uma paciência digna de merecidos elogios.
Quero por este meio, apresentar as minhas
mais sinceras condolências às suas famílias pelo catastrófico incidente que
sobre elas se abateu.
Lamento também que o INEM tenha ficado
mais pobre, porque, pessoas com qualidades para trabalhar nesta instituição,
não são fáceis de encontrar.
Escrevo estas palavras com a alma e não
pelo simples facto de escrever para preencher espaço literário.
Reitero como tal, o meu sentido pesar.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 15/12/2018
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