domingo, 16 de dezembro de 2018

LAMENTO


A vida é como uma estrada desconhecida
em que nós viajamos sem destino certo,
 sujeito a acidentes, sem sabermos como
e quando essa viagem termina.
(Irineu Oliveira)

LAMENTO

Considero que a morte, quando natural, não é uma fatalidade, mas um fim ao qual todos os seres vivos estão predestinados. É evidente que é sempre de lamentar quando essa porta se escancara e nos abre o caminho que nos transporta ao desaparecimento para todo o sempre.

Mas, quando esse acontecimento ceifeiro é decorrente de um infortúnio, a deploração é maior, mais atroz, mais gravativa, e, na maior parte das vezes, difícil de aceitar. Porém, estas coisas acontecem quando menos se espera.
Foi o que aconteceu com o desastre da máquina voadora do Instituto de Emergência Médica, que vitimou quatro prestáveis criaturas. Eu, que costumo ser pessoa de casca rija, fiquei bastante chocado com a nefasta ocorrência e, sem derramar prantos de água salinizada, por dentro o meu espírito inconformadamente lacrimeja. Eram pessoas cuja ocupação consistia em salvar vidas em risco e acabaram elas próprias por serem vítimas da impiedosa fatalidade.
Tenho uma grande estima por todos os elementos que laboram no INEM. São elementos competentes para o cargo que se propuseram desempenhar; parece que foram escolhidos a dedo. São comunicativos, complacentes e dotados de uma paciência digna de merecidos elogios.
Quero por este meio, apresentar as minhas mais sinceras condolências às suas famílias pelo catastrófico incidente que sobre elas se abateu.
Lamento também que o INEM tenha ficado mais pobre, porque, pessoas com qualidades para trabalhar nesta instituição, não são fáceis de encontrar.
Escrevo estas palavras com a alma e não pelo simples facto de escrever para preencher espaço literário.
Reitero como tal, o meu sentido pesar.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 15/12/2018


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