segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

PORQUÊ?!

O último esforço da razão é reconhecer que existe
 uma infinidade de coisas que a ultrapassam.
(Blaise Pascal)

É precisamente essa força que escasseia em muitas
mentes; por isso, em vez de falarem, “gritam”.
(Digo eu)

PORQUÊ?!

A esta hora, decursiva do andamento do meu fiel relógio biológico que tem regulado a minha existência num incessante e exaustivo trabalho, sem parar durante setenta e rês anos, ainda não consegui compreender uma série de resistências do ser humano, sobre as quais me venho há muito questionando; uma delas, que tem tanto de (des)interessante como de interrogativo, é a que agora vou expor:
Porque é que existem seres que se enfadam, zangam, altercam, partem para a agressão e até para o genocídio, sendo, a meu ver, quaisquer destas situações desnecessárias e injustificáveis?
Uma vez que não contemplo outra alternativa, penso que estas pulsões são resultantes de mentes carenciadas da razão, cuja míngua é erradamente validada como um positivismo timbrado nos seus cérebros apodridos, que reagem das formas mais escabrosas, insensatas e imorais contra os seus semelhantes, só porque estes não comungam das suas convicções.
 A verdade é que isso sempre aconteceu e continua, apesar dos grandes apelos à condescendência e á liberdade de individual, na forma de pensamento e acção.
Sou lavado a concluir que os apelos que se fazem ouvir, só podem ser desborcados de intenções falaciosas. Isto porque raramente ninguém perdoa algo a alguém e este estado de coisas continua. Há, por assim dizer, uma nítida falta de consciencialização que gera desprezo entre os homens, que tem vindo a avolumar-se com tendência a nunca mais parar. Este estranho autoconvencimento do EU e só EU, é uma apoquentação que corrói as mentes conquistadas pelo facciosismo e em consequência disso, congelam com efeitos gravíssimos para a sua parte neurológica, cujos nano-filamentos que as integram e orientam a sua parte racional pura e simplesmente deixam de reflectir. Criogenam ou volatilizam a capacidade do pensamento dedutivo, fonte primeira onde borbulha a essência da razão.
Não obstante, ainda se importunam com a condescendência avassaladora daqueles que dão liberdade á razão dos pensamentos diversificados, perante um entendimento aferido na sua maneira de ser, onde a inteligência flutua, não à deriva, porém guiada por um interior rico em propriedades de indulgente “quilatagem” na marcação e moldagem do seu soberbo carácter, que aos “cegos” causa profunda cobiça. É bem possível que seja essa disparidade.
Que nós, ao pensarmos que estamos certos, tentemos catequizar os outros para o nosso lado, é normal, porque é uma tendência nata do ser humano; o que não é normal é ficarmos aborrecidos quando os catequizantes não se deixam embalar pelo doutrinamento, e é precisamente neste ponto que está edificada aquela que por certo será a minha eterna interrogação.
PORQUÊ?!

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 25/12/2017
www.antoniofsilva.blogspot.com


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