quinta-feira, 2 de maio de 2024

"ALI"

 

“ALI”

 


    Devido à hostilidade das condições climatéricas inseparáveis da minha já provecta idade, sei que não terei o dissabor de assistir à mutação global que ouso preconizar. Porém, isso não constitui bloqueio que por certo me impedirá de expressar a minha opinião sobre o futuro das sociedades existentes neste planeta, por enquanto azul, espalhadas pelos cinco continentes que nele flutuam à deriva, sobre as convulsivas águas oceânicas; estas, com “notória contrariedade”, os vão suportando, por em quanto, e até ver. Contudo, não é pela escassez de advertências naturais, que durante muitos e muitos anos, Naturalmente têm vindo a ser propagadas.

Quero com isto afirmar, que a determinação da Desordem Universal não o consente. Tudo usufrui de um princípio; esse começo, após vários estágios, estritamente obedece a uma “terminação”, com vista a um novo começo, - reinício -, provavelmente em forma diferente; isso já não sei!?

Perante a ilimitada e inocente quantidade de factores que contribuem para aceleração dessa ocorrência “catastrófica”, o Ser Humano “goza” do primeiro lugar na linha contagem para a redução desse ponto final entre o caos e o recomeço.

A Natureza está furiosa com ele; contudo, não se tem reprimido ao lançamento das suas advertências, que não têm sido tidas em conta; resultando que, todo o Mundo tem vindo a pagar por isso. A Natureza está mesmo zangada com o Ser Humano.

Isto porque o ôlho intelectual do Homem, consegue enceguecer os dois que ele possui embutidos na frente do seu cacifro craniano – eu catalogo esta enfermidade, como miopia mental epidémica. É de lastimar, mas não é mentira.

Factos “estranhos” têm vindo a suceder, que, apesar de inabituais, não deixam dúvida alguma quanto à realidade das consequências que deles decorrem. E, como é de prever, e eu tenho por prática asseverar, só os factos justificam a razão. E deles, a Natureza não tem sido somítica.

Se nos detivermos para observar, podemos constatar que os Humanos andam imersos numa robusta tensão nervosa, que lhes castra o discernimento e lhes fragmenta o sentido do seu próprio Ego.

Em tais circunstâncias, que considero “selvagens”, ele ambula pelas estepes da vida, a medrar, porém, desorientado, e vai acabar por “derreter” tudo o que a Natureza prodigamente lhe concedeu; a complementar o fim, com o termo da sua própria existência, rumo à absoluta extinção.

Porque cada um julga-se uma unidade única; olha para si como se fosse o próprio Universo. É óbvio que dele faz parte; contudo, não é o Universo em si; é tão só, um nano-grão de areia que por ele vai redemoinhando sem orientação, - que se saiba definida.

Desconhece integralmente a sua procedência e ignora o seu destino; porém, não desconhece que tem um fim, que, apesar de lhe parecer aparente, por certo não termina ali – “ALI”, é só um dos estágios. Os que certamente se seguirão, pertencem ao complexo e inacessível mistério Universal. Isto é, estão do segredo dos deuses. Fora do alcance dos mortais.

Agora, julgo pertinente questionar:

Porquê a existência de tanta fome e tantas guerras?

Estas duas facetas germinam das deploráveis governações a que o Mundo tem vindo a ser submetido, onde está entronizada uma ganância cruel e sem escrúpulos; dela resulta uma maliciosa distribuição dos rendimentos, consequente da uma péssima partilha, da dilapidação e desaproveitamento do excedente, que é deliberadamente lançado na imundície.

Por outro lado, os humanos estão estigmatizados pela avidez; cada um pensa em si, esquecendo-se de que mais seres semelhantes existem, e também têm necessidades que podem ser colmatadas ou minoradas com os excessos dos outros. Aqui há uma desvirtude na canzoada humana, responsável por esta imoralidade, que é… a cobiça sem controlo. É querer ter tudo, mais o supérfluo, para no fim não ter nada.

O ter tudo, significa ter a noção de que, por muito que façamos, por mais que tenhamos, a nossa existência é efémera. Se o Homem tivesse esta noção, que não é fácil, seria injustificável empurrar pelas goelas dentro uma “garfada” maior do que aquela que a sua capacidade comporta.

É assim que encaro o Mundo Vivente.

 É provável que eu tenha uma mente alienada, mas é esta a minha forma de ver e de sentir, da qual não abdico; mas, defender-me-ei perante as objecções que “choverem”.

Ultimei. Agora que raciocinem os lentes.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 02/05/2024

 

https://antoniofsilva.blogspot.com

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Nota: Não uso o AO90   

  

 

 

 

  

 

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