terça-feira, 6 de julho de 2021

O "BARRACO" E AS "BARRACADAS" DO TIO JOE

 

A ambição desenfreada,

mais tarde ou mais cedo, leva ao abismo.

(A. Figueiredo e Silva)

 

 

O “BARRACO” E AS ”BARRACADAS” DO TIO JOE

 


Ó Sr. Dr. Juiz, isso não se faz! Então o Sr. vai aplicar uma pena de fiança tão gravativa a um aborígene que diz não ter “eira nem beira”?! Apenas um “barraco”?!  

A justiça em Portugal é levada da breca! Olhe que isto dá que pensar! Ponha-se a pau, porque Deus não dorme (só à noite), e o Sr. Juiz vai parar ao Inferno – que os crentes dizem existir no outro lado, mas que eu, com o meu cepticismo, penso que seja cá.

Onde irá este “pobre indigente” arranjar cinco milhões de euros para fiança, se só dispõe de um “barraco”, a que chama garagem?! E nem ponho de parte, que não possa ser a sua habitação permanente. Tadinho!

Não conheço o “barraco”, mas idealizo que deve ser uma “garagem” semelhante ao “barracão” dos Grandes Armazéns do Chiado (e parte de algumas “garagens” subjacentes), situadas na cidade olissipense. Caramba, é obra!

Por tudo o que tem vindo a lume, sou levado a pensar desta maneira, não é!? - Desculpe-me, Sr. Dr. Juiz - se a lei o consentir.

Então… para lá encafuar toda a família, “as velhas e fracas” viaturas que tem, os “cães”, os papagaios - e outra “passarada” que eventualmente por lá possa pousar para bebericar entre gorjeios e arrulhos -, as pulgas dos “cães” que agora o perseguem, lhe aguilhoam a mioleira e lhe roubam o sossêgo.

Devido à “pequenez” do espaço, é natural que até lá albergue algumas obras de arte, que, talvez por terem sido conseguidas em noites de lua nova, ainda não viram o raiar do sol nascente, nem a sombra negra e implacável da AT (Autoridade Tributária), por norma bastante sagaz para com os necessitados – que deve ser o caso do cidadão “alvejado” pelo critério lógico de V. Exa, em face dos factos que apurou e em conformidade com a lei.

Para ser franco, o que mexe comigo é o homenzinho garantir, com todo o pragmatismo (lírico, quem sabe), e descontraída simplicidade de ratazana, que não deve nada a ninguém.

Acredito na pertinência das minhas observações, porque, Meritíssimo Juiz, deixe-me que lhe diga; para atribuir uma “abonadela” de cinco milhões de euros para o “pássaro” (ou passarão,) usufruir de alforria para “aboar”, ainda que somente à volta do ninho, o “barraco”, “versus”, garagem, deve ter um valor superior a esse montante, não é?! Pelo menos é essa a concepção que cá dentro canta.

Bem, mas à parte disso, como o “pobrezinho” foi uma figura de grande influência, é natural que tenha alguns amigos-do-coração que o socorram nesta “refrega”, como teve o “nosso amigo” (salvo-seja) José Sócrates, (por mim, “muito admirado”) que, graças a isso, ainda anda por aí a passarinhar descontraidamente e a exibir a alvura da sua dentição.

Se por acaso for traído nessas amizades – a ingratidão por vezes a isso coage -, venho suplicar aos portugueses em geral, que vão deixando alguns euros no seu desgastado boné que no chão estende e que outrora foi abrigo de ratos, para o ajudar a conservar a sua liberdade fora da gaiola – seja ela vidrada ou gradeada.

Sr. Dr. Juiz, isto não se faz “ó Tio Joe”, bolas!?

Mas… dura lex sed lex.

Apoiado.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra,05/07/2021

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

            Nota:

Faço por não usar o AO90.

 

 

   

 

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