(?) A VIDA É UMA RIBALTA LIFE IS A SPOTLIGH DAS LEBEN IST EIN RAMPENLICHT Жизнь — это центр внимания לעבן איז אַ פאָקוס

 

Na escola, tu recebes a lição e depois fazes a prova.

Na vida, fazes a prova e depois recebes a lição.

(?)

A VIDA É UMA RIBALTA

        LIFE IS A SPOTLIGH

DAS LEBEN IST EIN RAMPENLICHT

             Жизнь — это центр внимания

לעבן איז אַ פאָקוס               

           (Fugaz lembrança)

 

Esta é uma nesga do passado que há muitos anos se encontra no meu prelo memorativo, que neste momento de repouso, ouso relembrar!

Que fique para a história.

 Não obstante eu não conhecer o “animal” de lado algum, por causa das suas parvoíces e salamaleques, sacrifiquei-me a escutar alguma da sua verborreia; não descorando, contudo, que aquele “puto” tinha uma tara maior do que a minha; pelo menos, eu penso, (que ainda penso), que antes de bolsar as minhas “verborreias”, pondero sobre as minhas atitudes, a elas subjacentes.

Não obstante as raras conversas, - de circunstância -, que naquele tempo, com aquele “melro” entabulei, a sua peculiar prosápia, granjeou um lugar de distinção na minha memória, pelo seu jeito de ser, pensar e reagir, fora do comum. A meu ver, não ia além de um patético tromba-louceiros, e, pelo que expunha, tudo levava a crer que ele era pecuniariamente abastado, – pelo menos disso se auto-elogiava -, mas, com inclinações de pouca seriedade e aparvalhadas.  As suas articulações verbais e a sua linguagem corporal, no mínimo, eram péssimas e intragáveis, com laivos circenses; como um tocador de concertina, sem o referido instrumento.  

Ainda não consegui justificar a mim mesmo, a razão pela qual, o paleio dele seduzia a minha curiosidade!? Não abdicando ao mesmo tempo, que, no meu interior, se enflorasse um sentimento de repulsão e desapreço por tão bronca e detestável figura. 

Ele era de facto, um “puto” fora do normal; talvez tivesse sido essa a razão.

É notório, que as anormalidades, são os predicados que na sociedade em que vivemos, mais atraem o nosso sentido crítico humanóide.

Talvez porque o habitualismo, não conceda lugar à censura, não sei!? Se é normal, não tem direito a comentários. Mas também é verdade, que assim não atrai ninguém.

O certo é, que, aquele “puto” fora do normal, a quem aturei alguns palratórios, valeu o meu sacrifício, porque foram mais uns pontos a somar aos meus parcos conhecimentos de psicologia.

   O raio do “puto”, era de uma singularidade comportamental detestável; vaidoso, dançarino, obstinado, carrancudo, agressivo, abominável, manipulador, temerário, e, com uma série de defeitos assentes numa convicção doentia, cujo charlatanismo devia ser digno de um meticuloso estudo científico no campo da psiquiatria.

Por uma questão de ética, que lidera a minha consciência, não vou aqui dissertar a matéria do palavreado que entre mim e essa tal figura; até a sua imagem, já se me apresenta distorcida na memória., de tantos anos que já passaram

Lembro-me que em certa ocasião o questionei: olha, depois de tantas ladainhas que já “rezaste”, se não te importas, já agora, gostaria de saber o teu nome.

Trampa – respondeu.

Eu, com alguma estupfacção e um sorriso enlaçado por dissimulada ironia, observei: o quê!? Trampa?! Que nome mais exótico.

Sim – respondeu com notória belicosidade e altivez. Tendo acrescentado, de imediato, com estampada euforia e briosa importância, (sem relevância nenhuma), na face rosada:

- Foi o nome que me puseram; Ronald Trampa.

- Ok, não te assanhes, – respondi.

E, com alguma frialdade, dei por terminada a nossa cavaqueira, cujo silêncio, ao fim de tantos anos passados, ainda dura. Cada um encalçou a sua senda.

O certo é, que, apesar de inúmeras vezes eu haver passado por aquele local do forum, nunca mais voltei a ver tal “figurino” – ou figurão.

Penso que deve ter emigrado, para “defecar” as suas parvoíces noutro sítio qualquer; é possível que tenha encontrado idiotas que o aturassem, seguindo as suas estrambólicas ideias, ou oportunistas inteligentes e manhosos, que das mesmas se serviriam para aumentar o seu já abastado pecúlio.

Peças teatrais da vida!

Podia ter-me dado p’ra pior.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 05/02/2025

https://antoniofsilva.blogspot.com/2025/08/a-vida-e-uma-ribalta-life-is-spotlight.html

 

Nota:

Não uso o AO90   

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