terça-feira, 20 de agosto de 2024

MISTÉRIOS DO/s TOMATE/s

 

Os mistérios são como as expressões dos tomates;

embora incompreendidas, alimentam crenças.

(António Figueiredo e Silva)

 

MISTÉRIOS DO/s TOMATE/s

ЗАГАДКИ ПРО ПОМІДОРИ/с

GEHEIMNISSE DER TOMATEN

ТАЙНЫ ПОМИДОРОВ


Quando os tomates arregalam os olhos…

É porque algo não lhes agrada, lhes dá prazer, ou porque as mãos que os tocam ou apalpam os enchem de admiração.

São semelhantes aos seres humanos. Os sentimentos interiores, refletem-se na face, não é?!

Ainda que não acreditem, com estes frutos acontece a mesma coisa, - a foto, isso confirma.

Repare-se na reacção da figura inserida: de olhos esbugalhados, bem assim como a boca aberta, numa mistura de contentamento e ao mesmo tempo, de pasmo e surpresa.

Ninguém, com imaginação saudável, pode afiançar que os frutos podem ver e sentir como gente; no entanto, eu creio, com “profunda” convicção, que os tomates, e outros frutos, são possuidores dessas faculdades naturais. A Natureza não erra – às vezes!?

Só espero que os ledores desta narrativa não interiorizem esta minha conclusão investigatória como verdadeira, e se lancem loucamente por aí, a apalpar os tomates a eito, sobretudo os que não são sua pertença, p´ra certificarem a “certeza fraudulenta” das minhas conjecturas, que, por enquanto, são alicerçadas na desconfiança.

É preferível e menos arriscado, cada um, com carinho e brandura, apalpar os que se encontram na semeadura da sua quinta, ou, com alguma cautela, suplicar a alguém de extrema confiança e mãos sedosas p’ró fazer – devo lembrar que quem labora, deve ser remunerado pelo trabalho realizado.

Como já sei que há laparôtos que acreditam em tudo, devo dizer a esses lunáticos, que todo o cuidado é preciso. Por isso, advirto esses “marmelos”, que, se motivados pelas suas pulsões, tencionarem fazê-lo em talhão alheio, que não o façam sem se precaverem com um capacete, porque estão sujeitos a umas bordoadas na tola. Depois não se lamentem!? Não digam que não foram informados.

É que eu tenho os tomates como um fruto muito melindroso. Devem ser bem tratados, regados e estimados por quem sabe da poda e que tenha mãos delicadas; ou, em caso de incerteza, manuseados pelo próprio dono do tomatal.

É que estes frutos, quando apertados mais do que o devido, podem murchar, ou até, entrarem em acelerada putrefacção.

Bem, no fim desta minha jocosa dissertação sobre o “espírito” e a delicadeza deste fruto, que são os tomates, devo aconselhar que cada dono trate dos seus. Dá trabalho, mas o prazer compensa.

Sei que esta escrituração vai gerar algum peso naqueles que os não têm; por privação de terreno ou infertilidade do mesmo, ou falta força de vontade para trabalhar. Mas isso já são circunstâncias que não pertencem ao meu domínio.

Muito mais haveria p’ra dissertar sobre estes frutos coloridos, polifacetados, variados e encantadores, mas fico por aqui.

Vou, mas é tratar dos meus, que bem carecem. As condições climáticas a isso obrigam.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 20/08/2024

 

Nota:

Não uso o AO90.

 

 

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