segunda-feira, 25 de abril de 2022

NARRATIVAS DA VIDA

 

Não ser descoberto numa mentira,

é o mesmo que dizer a verdade.

(Aristóteles Onassis)

 

NARRATIVAS DA VIDA

 

Prólogo:

Hoje, por ser o dia 25 de Abril, uma data marcante que deve ser relembrada por ter aberto as portas à liberdade de tudo, (até o direito de roubar sob a protecção da impunidade), deu-me na venêta em articular meia dúzia de termos sobre um dos oportunistas que vagueia no meu pensamento, e que com denodada arte e artimanhas, mais soube usar e abusar dessa liberdade.

Para que não subsistam pensamentos perversos, tendenciosos ou críticas debochativas, apraz-me dizer que a personagem em causa, é característica da fecundidade da minha imaginação.

(O Autor) 


 

O ZÉ

 Não!... Este não é o meu Amigo Zé, a quem de vez em quando escrevo umas pilhérias para desopilar o ânimo, se me sinto esmorecido ou revoltado. Aquele que, com paciência de Jó, atura as minhas lamúrias e birras; também não é o Zé-dos-anzóis!? Esse, coitado, não é mais do que um patranhas; bom rapaz, mas não passa de um poço de ignorância generosa, que se deixa enganar pelas ilusões discursivas atiradas ao ar por qualquer finório, com manias de estadista.  

Este é outro ! Aquele de todos conhecido, que durante anos comeu as papas na cabeça dos portugueses. Sim, é esse mesmo; esse marmanjo muito afamado pelas falcatruas que fez, e que lhe têm permitido levar uma vida de lorde. Caramba, ainda não toparam?! O Zé pedreiro! Aquele que, com as suas artimanhas, mercadejou um curso “d’inginheiria”, porra! E não tenham dúvidas que saiu um óptimo “inginheiro”! Um magnífico mestre em parlapié, fingimento, e vigarice organizada. É que esse gajo, saiu cá um trampolineiro, muito bem capaz de ter provocado inveja a outros trapaceiros, também afamados, e igualmente soberanos na “indústria” da embusteirice. Sim, é desse mesmo que estou a falar. Um “ser” sem carácter, mas imbuído de espírito aventureiro e grande lábia, que se despencou das serranias do interior e veio por aí abaixo à procura de papalvos que acreditassem nos seus enfáticos discursos – e conseguiu.

Mas sempre foi um indivíduo com sorte – deve ter nascido com o cu virado p’rá lua. Teve amigos – ás tantas, da onça – que lhe abonaram – abonaram, salvo-seja!?- dinheiro à fartazana, com o qual pôde dar a volta ao mundo e pernoitar nos melhores hotéis das mais famosas cidades como Paris, por exemplo; ao que se dizia, era um “Sr.” que fazia uma vida gaiteira, à laia de lorde.

Como se não fosse o suficiente, o fadário novamente bateu-lhe à porta, e, de olhos extasiados, o “inginheiro” deparou-se com uma fortuna escondida num buraco da parede que andava a picar na “velha choupana”, (“maternidade” onde veio ao mundo), riqueza essa que foi amealhada por sua mãe – pelo menos ele gabava-se disso -, que durante anos fora vendedora de castanhas assadas, tremoços e azeitonas, para justificar a sua vida airada e despreocupada de “marquês”. 

Porém, segundo ouvi dizer, parece que realmente lhe apareceu um “génio”, chamado mesmo “Marquês”, que, munido de um “bisturi esterilizado” (legalizado), procedeu a uma “cirurgia” investigatória lhe deu cabo da vidinha; porque o Zé era doutorado em mascarar a impostura com a “verdade”. Que chatice, coitado!

Pelo que tem vindo a lume, correu seca e meca, mas, com esta moléstia “covídica”, parece que o caso silenciou. Deixei de ouvir falar do Zé, mai’lo tal “Marquês”; esfumaram-se.

O que será feito deles?!

O Marquês, que se lixe, agora o … aquele que tanto “admirei”, que tanto transpirou a “trabalhar” os portugueses, (para os portugueses, queria dizer), se o virem por aí, por favor digam alguma coisa.

Pelas saudades que sinto(!?), o parágrafo sequente, a ele é dedicado. Pode ser que algum dia o leia, quem sabe!?

Ah, “Grande” Zé!

Bem merecias ser agraciado com a Ordem do Mérito pelos serviços “roubáveis” (neste caso, louváveis), que com descarada lata e cuidada esperteza realizaste, em prol do bem (mal-estar), concernente à sociedade portuguesa. Se até agora nenhuma “chapa” honorífica te foi atribuída, posso considerar uma ingratidão. Outros, senhores de posturas bem piores do que a tua, com ela foram solenemente honorificados.

Como a vida é ingrata, !

Um chi-coração deste “sacanorium” que “muito” te admira.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 25/04/2022

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

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