quarta-feira, 6 de abril de 2022

A HONRA ЧЕСТЬ DIE EHRE

 

Se um dia me chamarem de louco,

entenderei como elogio; é uma honra

 ser diferente nesta sociedade.

(Fábio Varpechowski)

 

A HONRA

ЧЕСТЬ

DIE EHRE

 

    Consiste na relevância que nos é atribuída pela comunidade que nos circunda, mas cabe a nós mesmos, zelar para que essa integridade nunca seja manchada. O mérito dessa respeitabilidade é-nos concedido em função das boas posturas que possamos ter em relação à observação e cumprimento, dos valores tidos como práticas “universalizadas”, na comunidade em que nos encontramos inseridos. Estes pressupostos variam de lugar para lugar, de nação para nação e de continente para continente; daí que, para que essa honorabilidade, seja conquistada será necessário seguir a antiquíssima expressão; “se fores a Roma, faz-te romano”.

É mais do que sabido, que a integridade actualmente está em vias de extinção. Palavra honrada, já não tem o valor de duas patacas. Não quero generalizar, mas observo que, desde as profundezas da mais baixa ralé, passando pelo mais mediano canalha, até ao topo mais alto da nossa fidalguia, o decoro foi riscado da face das pessoas, Já ninguém sente vergonha na face.

Os únicos que conseguem manter a sua “honra imaculada”, são os opulentos - pelo menos, até que a muralha do sofisma desmorone e lá vai tudo p’ró maneta - porque são aqueles que, apesar de à respeitabilidade não terem direito algum, sem peso na consciência, “mercam-na” de qualquer forma, nem que para isso tenham de recorrer ao crime. Entre muitas outras, é umas das configurações em que o crime compensa – pelo menos em Portugal. E de que maneira!?

Mas a honra, a verdadeira honra, não consiste no palácio em que se reside, na grandeza da máquina que se conduz, nem na farpela que se veste; existe sim, nas palavras, nas acções e nos exemplos. Não é um fenómeno; ou ela existe ou não existe; não há meia dignidade.

Mas não deixa de não ser curioso, que a pobreza de juízo a ignorância e a subserviência, são três propriedades peritas na distorção destes valores fundamentais que contribuem para uma completa vivência salutar. É tão essencial na à vivência humana, que devia ser devotamente preservada. Porém, esse estado de conservação, tem vindo a deteriorar-se, mormente por aqueles que pela sua avidez se esquecem de que a sua pureza somente se apresenta se apresenta em dois estados; ou se tem, ou se não tem. Uma vez perdida jamais será recuperada.

Não obstante o conhecimento desta dualidade de critérios ser uma realidade, ela continua a ser cada vez mais, uma pepita de ouro escassa, no universo citadino de indivíduos com as cabeças cheias, apenas de juízos adulterados e vazios de razão.

Posso não ter razão. Mas, apesar de tudo, continuo a acreditar que HONRA, a INTEGRIDADE e o CARÁCTER, - sem servirmos de capacho a ninguém – são a maior fortuna que poderei deixar aos meus descendentes.

Pugnei por isso.


E termino, com o pelágio de um faneco da citação de
Fábio Varpechowski.

 “…é uma honra ser diferente nesta sociedade”.

 

 

António Figueiredo e Silva

 http://antoniofsilva.blogspot.com/

 Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

 

  

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