Se
um dia me chamarem de louco,
entenderei
como elogio; é uma honra
ser diferente nesta sociedade.
(Fábio Varpechowski)
A HONRA
ЧЕСТЬ
DIE EHRE
É
mais do que sabido, que a integridade actualmente está em vias de extinção. Palavra
honrada, já não tem o valor de duas patacas. Não quero generalizar, mas
observo que, desde as profundezas da mais baixa ralé, passando pelo mais
mediano canalha, até ao topo mais alto da nossa fidalguia, o decoro foi riscado
da face das pessoas, Já ninguém sente vergonha na face.
Os
únicos que conseguem manter a sua “honra imaculada”, são os opulentos - pelo
menos, até que a muralha do sofisma desmorone e lá vai tudo p’ró maneta - porque
são aqueles que, apesar de à respeitabilidade não terem direito algum, sem peso
na consciência, “mercam-na” de qualquer forma, nem que para isso tenham de
recorrer ao crime. Entre muitas outras, é umas das configurações em que o crime
compensa – pelo menos em Portugal. E de que maneira!?
Mas
a honra, a verdadeira honra, não consiste no palácio em que se reside, na
grandeza da máquina que se conduz, nem na farpela que se veste; existe sim, nas
palavras, nas acções e nos exemplos. Não é um fenómeno; ou ela existe ou não
existe; não há meia dignidade.
Mas
não deixa de não ser curioso, que a pobreza de juízo a ignorância e a
subserviência, são três propriedades peritas na distorção destes valores fundamentais
que contribuem para uma completa vivência salutar. É tão essencial na à
vivência humana, que devia ser devotamente preservada. Porém, esse estado de
conservação, tem vindo a deteriorar-se, mormente por aqueles que pela sua
avidez se esquecem de que a sua pureza somente se apresenta se apresenta em
dois estados; ou se tem, ou se não tem. Uma vez perdida jamais será recuperada.
Não
obstante o conhecimento desta dualidade de critérios ser uma realidade, ela continua
a ser cada vez mais, uma pepita de ouro escassa, no universo citadino de
indivíduos com as cabeças cheias, apenas de juízos adulterados e vazios de
razão.
Posso
não ter razão. Mas, apesar de tudo, continuo a acreditar que HONRA, a
INTEGRIDADE e o CARÁCTER, - sem servirmos de capacho a ninguém – são a maior
fortuna que poderei deixar aos meus descendentes.
Pugnei por isso.
E
termino, com o pelágio de um faneco da citação de Fábio Varpechowski.
“…é
uma honra ser diferente nesta sociedade”.
António
Figueiredo e Silva
Faço por não usar o AO90
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