terça-feira, 1 de março de 2022

“O DESCANSO DO PISTOLEIRO”

 

“O sonho é a satisfação de que o desejo se realize”.

(Sigmund Freud)

 

“O DESCANSO DO PISTOLEIRO”

(Lérias d’um avô “babado”)

 

Achei tanta graça expressão contida nesta fotografia, que vou aqui entabular umas coisitas sobre a “arte equestre, sem cavalgadura”, que ela pode representar dentro da minha visão, para os aficionados (viciados), “equitadores de sonhos” de todo o Mundo.

Repare-se na expressão facial, quando a fantasia ainda lidera a vida e as agruras ainda não bateram à porta. A serenidade de um espírito, por enquanto rudimentar, que na pacatez da sua inocência, está alheio à luta pela sobrevivência que num futuro pouco risonho que se lhe há-de deparar. O pensamento voa!

Enquanto as vacas pastam e os cavalos descansam, o seu espírito voeja no labirinto do infinito por entre musas, desejos e fantasias, que somente ele conhece, sente e talvez compreenda.

Está no período áureo da juventude, certamente com vontade de medrar para ser “grande”, até um dia chegar à conclusão - tardia -, de que seria preferível ser sempre menino.

Que baralhação se passará por dentro da cabeça que aquele chapéu aconchega?

Gostaria eu de adivinhar.

Deve estar a idealizar fantasias “concebíveis”, sem saber do que amanhã o espera se quiser realizá-las; porque, com o andar do tempo, a vida vai apresentar-lhe sempre, caminhos bem diferentes e tem de ser teimoso e persistente para conseguir contorná-los.

Na juventude, a vida apresenta-se com toda a sua resplandecência e há que aproveitá-la, porque a jovialidade não passa segunda vez. Quando se é novo, a sonhar vai-se a qualquer lugar e o caminho é curto e liso. Reconheço isso, porque felizmente já por lá passei. Hoje revivo, ao longe, os bons e maus instantes que atravessei, e, sob impiedosa tensão imposta por uma ânsia irrefreável, tento agarrá-los e não consigo. Resignado, fico quedo, merencório e meditativo!  

No momento em que escrevo estas palavras, em mim, apenas me resta o sentimento de uma realidade vazia das fantasias de quando era jovem.

A saudade!

*Pedrito, continua a “galopar” sobre o corcel das tuas ilusões, e, se ele estacar e tu tombares, não te deixes esmorecer; levanta-te e monta-o de novo, para que as consigas materializar.

Sê persistente, sem deixares de ser ponderado.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 01/03/2022

 http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Obs.:

Procuro não fazer uso do AO90.

 

*O meu neto merece estas palavras.

Aqueles que vivem na fantasia,

também devem lê-las e meditá-las.

 

 

 

 

 

 

2 comentários:

  1. Palavras cheias de sabedoria e entendimento que felizmente a juventude não vislumbra, pois é essa a sua essência: não pensa muito, julga-se eterna e vive intensamente, até em pensamentos...caso contrário, não o seria! O caminho que se lhe segue encarregar-se-á de lhe colocar os pés no chão e lhe trazer à lembrança que afinal ela era única, irrepetível e linda de se viver...

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    1. Creio que a minha sabedoria não será abastada, mas digo o que me vai na alma,
      Muito obrigado.

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