“Eu
tenho um sonho, que os negros e os brancos
andem
em irmandade e se sentem
na
mesma mesa em paz”.
(Martin
Luther King)
RECADO A UM “PORTUGUÊS” TRESMALHADO
“Caro
sr.” Mamadu
Se
não… leia, releia, reflicta e corrija o seu azimute discriminador.
Não
sou racista nem xenófobo. Tenho-o, não como prêto, branco, castanho, amarelo,
vermelho, azul-ás-riscas ou pintalgado. Não. Nada disso me interessa.
Observo-o
como um cosmopolita. Tem a mania, (porque lhe permitem tê-la), de que o Mundo é
seu; visto que, para si não existem princípios a seguir, não há deveres a
cumprir nem instituições a respeitar. P’ra si, é tudo anaaarquiiicameeentee,
à balda!
O
sr.,
sustenta
uma caturrice endémica em expor o que lhe vai na ”real” gana, e, por vezes, nem
tudo o que se pensa deve ser dito – nem na mais pura democracia. Entendo que as
suas reacções tempestivas, representam partes de uma acumulação de sentimentos
e visões, adquiridas ao longo da sua vivência e conservadas no seu
subconsciente, em alguidares repletos revolta em marinada biliar, que a mim
irritam e me causam hidrofóbica repugnância. Porque eu não sou de pau.
Por
outro lado, ao considerar que o sr.
é mesmo o tipo “fantástico”, fica justificada a razão de eu “gostar” tanto de
si. E se gosto!
Mas
não é por isso que vou absolvê-lo e abdicar de dar-lhe umas arrochadas – que bem
merece – pela educação rombuda e civismo rasteiro, que tem tido para com os
portugueses, principalmente para com as forças de segurança, e até, para com
figuras atidas à nossa da nossa governação.
“Sr.”
Mamadu.
É
indigesto para mim, ter de aguentar, (apesar de o ter como um tipo “engraçado”,)
os seus selváticos desmandos há muito empilhados, que têm andado ocultos, a
pastar, no lugar mais recôndito dos seus recalcamentos emocionais, dos quais os
portugueses não têm culpa. Sim, não têm culpa. Porque você é “português”
por “concessão”; é “português” aperfilhado; é “português”, por desacerto na
avaliação, antes da sua adoção como tal. Seja como for, o sr. é
PORTUGUÊS.
Contudo,
se por qualquer motivo este país ou seus cidadãos o desgostam, zarpe e vá
acudir ao seu povo, que bem deve estar a necessitar. Nós por cá nos mitigaremos
sem a presença da sua triste, porém, complicada e acicatadora figura, que mais
não tem feito do que esparrinhar ódio rácico, e estimular à desestabilização da
ordem, do respeito e da civilidade, que a cidadania emprestada – que lhe é
devida - sem que uma “trela” de contenção lhe seja colocada na carranca.
A
sua origem, sr. Mamadu,
é d’outra zona geográfica, não é verdade?!
Certamente,
por não estar confortável com a situação política, financeira e económica, ou
porque não se sentisse seguro se lhe apetecesse “latir” à vontade, tomou a
firmeza de dar-à-sola e vir aterrar neste país de ilimitada condescendência,
que cegamente o recebeu de braços abertos e lhe deu guarida. É, ou não é
verdade?! Pois…
E
agora, a sua forma de “retribuição honorífica” dessa regalia, – que eu não
teria concedido –, é a derriçar a harmonia e a estabilidade colectivas, num
desmedido abuso à “democracia” edificada, para lançar alarvices impregnadas de
ódio racial e incontida sublevação.
Depois
haver titulado a Polícia de “Bófia”,
agora arengou sobre alguns deputados, conotando-os com “suínos”
- além de outras “proezas” rancorosas, que não vale a pena chamar à colação,
pois não quero ser mixordeiro. Aliás, entendo que já reúne um imenso portfólio
de investidas e palavras azêdas, que, pelo seu cariz, não abonam nada a sua
imagem - já em si “denegrida”.
A
meu ver, o activismo doutrinal que arde no seu íntimo, e que o mobiliza e agita,
não é mais do que o ódio rácico em si hospedado, que agora partiu o lacre. Eu,
não suporto isso; como tal, também me sinto no direito de “rosnar” e arreganhar
os caninos, em sinal de revolta contra a sua postura, que de diplomacia nada
tem; está completamente desativada.
P´ra
mim, não existe defeito pior do que o da ingratidão; que não tem nada a ver com
a cor da pele, porém com a ruindade do íntimo de cada ser humano. Entendeu?
Os
portugueses não são culpados de que o espelho onde diariamente se mira, lhe mostre
a realidade da cor da pele que o veste e se me afigura o sr.
não
gostar – habitue-se; são habilidades da Natureza. Mas, olhe que não é por esse
motivo que eu o desvalorizo. Faço-o apenas, porque as atitudes que o
caracterizam, são nocivas à estabilidade salutar da coerência social do meu
(“nosso”), país.
Apesar
de católico, nunca fui apologista da filosofia do Pecado Original;
“Já que não pagaram os pais, que paguem os filhos”. Entendo
que não está certo.
Sabe,
sr.
Mamadu, há um provérbio popular - não sei se conhece - que
assim reza: “Largos anos têm seus dias”!
Dada
a grandeza e versatilidade polissémica da língua da minha
(“nossa”) Pátria, que, mesmo grafada em letrinhas
minúsculas, reserva sempre um espaço infinito para definir a abrangência
reticenciada do implícito
e gerar pareceres variados, entenda o adágio com a configuração que mais se lhe
ajustar à mioleira.
Porém,
sr. Mamadu, se não alterar o rumo e a sua agreste
postura, creio que o sonho de Martin Luther
King, jamais será realizado.
Atenciosamente.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
09/02/2022
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90
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