quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

RECADO A UM “PORTUGUÊS” TRESMALHADO

 

“Eu tenho um sonho, que os negros e os brancos

andem em irmandade e se sentem

na mesma mesa em paz”.

(Martin Luther King)

 

 

RECADO A UM “PORTUGUÊS” TRESMALHADO

 

“Caro sr.” Mamadu

 



    Já leu o sonho, do extinto Dr. Luther King, e meditou sobre o íntimo da lição nele encaixada?

Se não… leia, releia, reflicta e corrija o seu azimute discriminador.

Não sou racista nem xenófobo. Tenho-o, não como prêto, branco, castanho, amarelo, vermelho, azul-ás-riscas ou pintalgado. Não. Nada disso me interessa.

Observo-o como um cosmopolita. Tem a mania, (porque lhe permitem tê-la), de que o Mundo é seu; visto que, para si não existem princípios a seguir, não há deveres a cumprir nem instituições a respeitar. P’ra si, é tudo anaaarquiiicameeentee, à balda!

O sr., sustenta uma caturrice endémica em expor o que lhe vai na ”real” gana, e, por vezes, nem tudo o que se pensa deve ser dito – nem na mais pura democracia. Entendo que as suas reacções tempestivas, representam partes de uma acumulação de sentimentos e visões, adquiridas ao longo da sua vivência e conservadas no seu subconsciente, em alguidares repletos revolta em marinada biliar, que a mim irritam e me causam hidrofóbica repugnância. Porque eu não sou de pau.

Por outro lado, ao considerar que o sr. é mesmo o tipo “fantástico”, fica justificada a razão de eu “gostar” tanto de si. E se gosto!

Mas não é por isso que vou absolvê-lo e abdicar de dar-lhe umas arrochadas – que bem merece – pela educação rombuda e civismo rasteiro, que tem tido para com os portugueses, principalmente para com as forças de segurança, e até, para com figuras atidas à nossa da nossa governação.

“Sr.” Mamadu.

É indigesto para mim, ter de aguentar, (apesar de o ter como um tipo “engraçado”,) os seus selváticos desmandos há muito empilhados, que têm andado ocultos, a pastar, no lugar mais recôndito dos seus recalcamentos emocionais, dos quais os portugueses não têm culpa. Sim, não têm culpa. Porque você é “português” por “concessão”; é “português” aperfilhado; é “português”, por desacerto na avaliação, antes da sua adoção como tal. Seja como for, o sr. é PORTUGUÊS.

Contudo, se por qualquer motivo este país ou seus cidadãos o desgostam, zarpe e vá acudir ao seu povo, que bem deve estar a necessitar. Nós por cá nos mitigaremos sem a presença da sua triste, porém, complicada e acicatadora figura, que mais não tem feito do que esparrinhar ódio rácico, e estimular à desestabilização da ordem, do respeito e da civilidade, que a cidadania emprestada – que lhe é devida - sem que uma “trela” de contenção lhe seja colocada na carranca.

A sua origem, sr. Mamadu, é d’outra zona geográfica, não é verdade?!

Certamente, por não estar confortável com a situação política, financeira e económica, ou porque não se sentisse seguro se lhe apetecesse “latir” à vontade, tomou a firmeza de dar-à-sola e vir aterrar neste país de ilimitada condescendência, que cegamente o recebeu de braços abertos e lhe deu guarida. É, ou não é verdade?! Pois…

E agora, a sua forma de “retribuição honorífica” dessa regalia, – que eu não teria concedido –, é a derriçar a harmonia e a estabilidade colectivas, num desmedido abuso à “democracia” edificada, para lançar alarvices impregnadas de ódio racial e incontida sublevação.

Depois haver titulado a Polícia de “Bófia”, agora arengou sobre alguns deputados, conotando-os com “suínos” - além de outras “proezas” rancorosas, que não vale a pena chamar à colação, pois não quero ser mixordeiro. Aliás, entendo que já reúne um imenso portfólio de investidas e palavras azêdas, que, pelo seu cariz, não abonam nada a sua imagem - já em si “denegrida”.

A meu ver, o activismo doutrinal que arde no seu íntimo, e que o mobiliza e agita, não é mais do que o ódio rácico em si hospedado, que agora partiu o lacre. Eu, não suporto isso; como tal, também me sinto no direito de “rosnar” e arreganhar os caninos, em sinal de revolta contra a sua postura, que de diplomacia nada tem; está completamente desativada.

P´ra mim, não existe defeito pior do que o da ingratidão; que não tem nada a ver com a cor da pele, porém com a ruindade do íntimo de cada ser humano. Entendeu?

Os portugueses não são culpados de que o espelho onde diariamente se mira, lhe mostre a realidade da cor da pele que o veste e se me afigura o sr. não gostar – habitue-se; são habilidades da Natureza. Mas, olhe que não é por esse motivo que eu o desvalorizo. Faço-o apenas, porque as atitudes que o caracterizam, são nocivas à estabilidade salutar da coerência social do meu (“nosso”), país.

Apesar de católico, nunca fui apologista da filosofia do Pecado Original; “Já que não pagaram os pais, que paguem os filhos”. Entendo que não está certo.

Sabe, sr. Mamadu, há um provérbio popular - não sei se conhece - que assim reza: “Largos anos têm seus dias”!

Dada a grandeza e versatilidade polissémica da língua da minha (“nossa”) Pátria, que, mesmo grafada em letrinhas minúsculas, reserva sempre um espaço infinito para definir a abrangência reticenciada do implícito e gerar pareceres variados, entenda o adágio com a configuração que mais se lhe ajustar à mioleira.

Porém, sr. Mamadu, se não alterar o rumo e a sua agreste postura, creio que o sonho de Martin Luther King, jamais será realizado.

 

Atenciosamente.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 09/02/2022

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

 

 

 

 

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