sábado, 12 de fevereiro de 2022

FIGURAS P’RA NÃO 'SQUECER

 

                                                                            A notoriedade dilui-se com o atravessar do tempo,

                                                                                            mas, a escritura, cinzela a imortalidade.

Logo, aquele que escreve, é eterno;

nunca passou em vazio por este Mundo.


(A.   Figueiredo e Silva)

 

 

FIGURAS P’RA NÃO ESQUECER 


Um homem robusto, a superar as adversidades de um coração já fatigado.

Conhecem-no? Eu conheço.

É Polybio Serra e Silva; Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina de Coimbra, que fez o obséquio de me dispensar a sua amizade - gentileza pela qual, ainda hoje estou muito grato.

Foi um dos nomes mais sonantes no mundo do ensino, na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, na área de Endocrinologia, Cardiologia outras cátedras referentes â manutenção e preservação da Saúde Humana.

Sempre o conheci como sendo uma pessoa carácter forte e persistente. Respeitador, magnânimo, prudente, simpático, de porte cavalheiresco, alegre e brincalhão, amigo do seu amigo (negócios à parte), e também um grande aficionado da pandega.

À parte do universo científico que com afinco se dedicou e fez por derramar toda a sua erudição, similarmente tem outro filão de ouro na “venêta”, que é a articulação vocabular grafada, que tem vindo a expor com lógica e sabedoria, em poesia ou em palratório, o que no momento, lhe vagueava pelo pensamento – deleite com que sempre ocupou as horas de “ócio” - em vez de ir para o campo caçar borboletas ou apanhar pampilhos.

Sempre foi uma figura interessada na absorção da cultura geral, cuja sede não conseguiu apaziguar até ao presente. Admirável!

Continua a escrevinhar. Prova manifesta de que os seus neurónios estão em plena actividade e os contactores sinápticos, não fracassaram. Creio que o sentimento de glória que interioriza, é fazer meditar os que podem fazê-lo; penso ser este, o elo que o liga à dissertação escrita; porquanto, “palavras leva-as o vento”, e a escrevedura é uma chancela para sempre, que expressa a forma de pensar de um ser, em determinado momento e período temporal definidos. É uma exteriorização do estado de espírito; o escape livre da emoção.

Apesar da sua avançada “juventude”, que se enquadra no período áureo do saber, continua a “trovar”, como jovialmente manifesta poeticamente no livro por si redigido, que hoje, dia 12 de Fevereiro de 2022, foi lançado, sob o tema, “Cantares – Para gostar de envelhecer”.

É daqueles seres obstinados, que alegremente tem travado uma luta despicada por uma existência alegre e perene.  

Faz assomar-se-me à lembrança, uma estrofe de um fado de Coimbra, que deste modo, dolentemente derrama:

 

Ao morrer os olhos dizem,

Para morte, espera aí.

Vida não vás tão depressa

Q’eu’inda te não vivi.

 

E tem levado a sua avante. Oxalá que por muitos anos.

Disse-me, em amena conversa, que o seu próximo livro será lançado quando a sua presença existencial contar um século.

Oxalá que sim – e eu que veja.

Na parte que me diz respeito, leccionou-me muito sobre valores científicos e humanos. Aprender destrinçar o saber da empáfia, e humildade da arrogância.

BEM-HAJA, Professor Polybio.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 12/02/2022

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Obs:

Procuro não fazer uso do AO90.

 

 

 

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