quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

O "dr." ZIG-ZAG

 

No dia em que a política beneficiar as populações,

 e não estiver ao serviço dos interesses de certas classes,

 teremos, não só um país, contudo, um mundo melhor.

(António Figueiredo e Silva)

 

O “dr.” ZIG-ZAG
(Lérias artilhadas para as legislativas 2022)

 


     Nunca passou pela minha vida uma figura – mais figurão do que figura - com tão descarada desenvoltura e falta de carácter como a do dr. ZIG-ZAG. A sua atitude mimética, faz com que ele esteja, não nos dois polos ao mesmo tempo, mas seguindo uma alternância peculiar, porém combalida, que lhe permite estar umas vezes no ZIG e outras no ZAG, consoante o soprar e os movimentos da ventania política que o estimulam.

Umas vezes, obstinadamente recusou-se a negociar com quem quer que fosse (se calhar incluindo o Diabo), argumentando que, se não ganhasse por uma “universalidade” absoluta, demitir-se-ia do cargo de orientador faccioso e certamente iria “apanhar fava-rica para o Algarve” ou, em último salvatério, (digo eu), ”catar chatos p’ra outro lado” – isto quando “erudito” estava na posição ZIG.

No entanto, à semelhança das fases lunares - que não apresentam sempre a mesma aparência, e uma vez que “C” lhe tinha dado duas parelhas de coices de negação,  abriu o baú da sua “corroída, porém maliciosa condescendência” e prontificou-se a entabular uma negociata com “B”, na mira de repartirem entre si, o producto, do “saque”, resultante da presumível conquista do poleiro, menosprezando o resto dos figurantes do abecedário; tidos como incompetentes, porém, seus antagonistas na esgrima - quiçá mais argutos e sabidos, quem sabe!? Neste caso, estava no ZAG.

Ulteriormente, sentindo que a maré estava a apresentar-se bastante procelosa e encapelada e lhe estava a desviar a areia de debaixo dos pés, manhoso, perdeu a cagança (mas não a manigância), e modificou a estratégia, posicionando-se novamente para o ZIG. Passou então a mostrar-se amável, receptivo a negociações com mais alguns dos caracteres do alfabetário, baixando, inconformado, claro, o seu florim, e com ele a sua obstinada e exigente sobranceria e o seu arreigado egocentrismo, cujo gesto foi, manifestamente, a profecia cataclísmica de um inconfortável “perdedor” – penso eu.

O mais espirituoso é que, emocionalmente empobrecido (ilações minhas), ao sentir a corda no gasganete, passou novamente para a orientação ZAG e, implicitamente, num último alento, encetou a suplicar clemência às letras sobrantes do alfabético, propondo-se a mercantilizar com todos os símbolos, menos com um, que é o “X” (?), que ele aparenta “abominar” – que não afianço tal azedume.

Por este deambular, não tardará muito que qualquer dia estará em negociações com alfabeto inteiro, se de tal carecer, para atingir o cume das suas ambições, e, se necessário até, “vender a alma ao Diabo”. Já nada me surpreende as variações das tomadas de posição do “dr.” ZIG- ZAG, dada instabilidade emocional que o tem perseguido.

Como se pode observar, o “dr.” ZI-ZAG, é dotado de uma personalidade de movimentos sinusoidais, que varia ao sabor da mudança de polarização do campo magnético que suporta a sua ganância. Converteu-se num especialista em doutrinas de expectação, que representam tão só, um saco cheio de nada, a ocupar lugar amorfo na cabeça dos “tolos”. Apesar disso, não deixa de não me cheirar a pernicioso.

Esqueceu-se, porém, de um factor se suma importância; que a falta de carácter arruína a honorabilidade, e com esta, a confiança também se dissipa. Porque a classificação do carácter de uma pessoa, é aferida pelas atitudes. E o “dr.” ZIG-ZAG tem tido posturas que isso levam a crer.

Por agorá chega. Vou suspender o espigar de mais verborreia sobre a matéria, porque concluí que já não tem mais ponta por onde se lhe pegue.

Bem, Domingo, mais ou menos à hora da “Missa-do-galo”, será cerimoniosa e festivamente divulgado se ele continuará no ZAG, se mudou para o ZIG, se prosseguirá com o usual “decoro”, em ZIG-ZAG, ou se realmente irá “catar chatos p’ra outro lado” – como costuma o “Zé Povinho” dizer.

Cá estarei p’ra ver – pelo menos, até lá, alimento essa esperança.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 27/01/2022

  http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

Faço por não usar o AO90.

 

  

 

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