sábado, 8 de janeiro de 2022

LIÇÃO

  

Eu achava que a política era a segunda profissão mais antiga.

Hoje vejo que ela se parece muito com a primeira.

(Ronald Reagan)

 

LIÇÃO
(A certeza da incerteza, que todos temos)
 


    Não. Esta “aula magna”, que afinal não contém nada de magnificente, não tem como finalidade atingir os princípios doutrinais de quem quer seja. Muito distante de mim, tal parecer. Ela é estendível a todos os políticos, politiqueiros, vendedores de ilusões e de banda-da-cobra, integrados na nossa, (considerada por mim e pelos portugueses em geral), paupérrima aristocracia, que se tem “sacrificado” com indómita destreza e improvisada habilidade, a cabecear (ou a tentar fazê-lo), o já desnutrido úbere da esquelética vaca deste carente País, para escorropichar algumas gotas lácteas que no interior das peles que o protegem, ainda possam existir; enquanto ele, (País), agarrado ao bordão carunchoso da economia falida, mal protegido por velhas chancas já com as cardas desgastadas e chapéu de palha roto, na mão, a muito custo calcorreia os córregos mais agrestes para mendicidade que existem na Europa, esmolando em “incontida, ou quiçá descarada” *pendinchice, num penoso alento, para alforria da sua sobrevivência, actualmente em estado crítico.

 

*(transmontanismo, que se pronuncia pedintchice;

sinónimo de pedir, em tom suplicante).

 

 

Então vamos a isso:

Não acredito em tudo, nem em todos.

Quando dúvidas - ainda que sejam ínfimas – se instalam nas minhas convicções, que são desnudadas de quaisquer florestas cromáticas, prefiro “jogar” com cuidado. Equacionar previamente os prós e os contras sem descurar o princípio da incerteza, e jogar pelo “seguro” - que também pode sair logrado, quem sabe!?

Procuro, no meu entender, separar das solturas de verborreias poluídas e tendenciosas, a pureza da política, decantando-a e desarticulando-a da politiquice, a montada distinta dos politicóides, vulgarmente utilizada na conquista ao sufrágio, protegida por um fingido populismo.

É que a política, nasceu intrinsecamente ligada à ambição, particularidade esta, onde o vício pelo poder é sobejamente manifesto. São precisamente essa pretensão e essa ganância viciantes, (contra as quais devemos batalhar), que deturpam as virtudes essenciais que integram a majestade do espírito da humanidade. Porque a política foi criada ou” inventada”, para unificar o Mundo e pacificá-lo, convertendo-o num lugar onde todos pudéssemos viver em tranquilidade e aberta harmonia sob a égide dos princípios da verdade, da condescendência e da compreensão. Pois… o que essa política tem feito é o desmembramento de todas estas condicionantes, adulterando estes princípios com recurso à desvirtuação da verdade.

A política, ao contrário de governar, tem desgovernado e com o correr dos tempos tem vindo transformar-se numa guerra direccionada à conservação do poder. É daqui que subsistem as oligarquias, análogas a “monarquias fantoche”.

É o que têm conseguido os nossos políticos (não direi todos, mas…).

Como tal, agora que estamos em tempo eleitoral, a reflexão é fundamental para transformar a incerteza numa provável certeza.

Isto tem de mudar.

Sei que não é fácil, todavia, pode conseguir-se.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 08/01/2022

http://antoniofsilva.blogspot.com/

    

Nota:

Procuro não fazer uso do AO90

 

 

 

 

 

 

 

 

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