Apenas
quando somos instruídos pela
realidade,
é que podemos mudá-la.
(Bertolt
Brecht)
Se
não formos lerdos da cabeçona,
como
é evidente.
(A. Figueiredo
e Silva)
A INCÓGNITA
Entre os prometimentos e os interesses pessoais, todos sabemos (menos alguns), que os segundos prevalecem sobre os primeiros. Pelo menos tem sido apanágio, não a teoria, mas prática, usada pela generalidade dos nossos políticos.
A
verdade da minha ponderada reflexão, que sei não ser absoluta, tem de ser expelida
enquanto posso. Primeiro porque estou vivo e atento; segundo, enquanto me é
“permitido”; porque sinto a cerca da “democracia”, ardilosamente a fechar-se.
Com
imposturas políticas e injeccões de futebol, as récuas portuguesas, continuam a
trilhar o mesmo caminho, pouco reactivas – ou quer parecer-me – ao estado
calamitoso da nação e ao apodrecimento dos valores da sociedade que integram.
A
mentira descarada é uma constante.
O
civismo está em acelerada deflacção – ninguém respeita ninguém.
A
ordem está desarticulada, desrespeitada e poluída.
A
honra da palavra, foi desonrada pela falta de carácter – agora muito na berra.
Na
“feira” parlamentar insultam-se, agridem-se vocabularmente – por em quanto!?
A
acção protectora, é mais para os incumpridores do que para os obedecem.
Está
a ser introduzida uma inversão nas tradições e nos hábitos, que muito repugna,
não só a mim, contudo, a generalidade dos portugueses amantes da civilidade.
É
evidente, que eu não conheço a fidelidade das intenções e dos projectos de
André Ventura, depois de uma ascensão (ainda que distante), à “manjedoura” do
poder. Porque as realidades que lhe navegam no proceloso mar dos seus conceitos
e susceptíveis e camuflar as suas intenções, transcende a pequena canoa da
minha certeza. No entanto, apraz-me dizer e sublinhar, que tudo o que tem dito
e apontado, são evidências irrefutáveis; têm lógica, sentem-se, vêm-se e
vivem-se.
De
uma coisa tenho a convicção: se as suas intervenções tivessem valor rasteiro,
nunca ele seria tão atacado como tem vindo a suceder, ao ponto de ser declarado
o desejo repelente de ilegalizar o partido que representa; o CHEGA.
Isto é de loucos. Porra, chega mesmo! Basta!
Tenho
vivido na esperança de que André Ventura,
nas suas aguerridas intervenções, pronuncie uma só mentira sobre o estado
calamitoso da Nação. Até hoje, tal não ocorreu.
Sinto
que a sua sombra aterroriza muitos que vivem à custa de regras obscuras (claras
só no papel), que, apesar de desbastardadas, deontologicamente são “ilícitas” e
nocivas à moral e aos bons costumes, arrastando também para a causa, a
instabilidade económica de Portugal, fomentando a degradação acelerada do
tecido empresarial e a consequente falta de emprego, com todo o desespero a
estes factos adjacente – além de outras “benesses”, que não são aqui
mencionadas, mas que todos os portugueses conhecem e sentem na pele a sua amargura.
Discutir
o ESTADO DA NAÇÃO!? para quê?! Não lobrigo causas para isso, porque esta
leiva da Europa, continua cada vez pior. Está tudo roto e repleto de buracos de
minhoca e duvidosos trajectos de toupeira.
Não
adianta tapar o sol com uma peneira.
A
educação, a justiça, a ordem, a segurança, a saúde, disso têm sido exemplos.
Aquele
que obstinar a endireitar isto, por férrea vontade que tenha, provavelmente não
irá conseguir.
No
entanto, depois das cartas baralhadas, em algum naipe temos que nos aventurar,
na mira de uma mudança - que não será simples.
É
natural sentirmos também, que, mesmo depois do sufrágio, a nossa consciência fique
buliçosa, porque realmente os políticos não são de grande confiança, mas…
Conquanto
que seja sempre uma incógnita, só conheceremos a realidade depois de, com algum
cuidado, nos “aventurarmos”.
Uma
sociedade criteriosa, poderá apavorar a oligarquia de uma governação tendenciosa.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
04/08/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço
por não usar o AO90
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