quarta-feira, 4 de agosto de 2021

A INCÓGNITA

 

Apenas quando somos instruídos pela

realidade, é que podemos mudá-la.

(Bertolt Brecht)

 

Se não formos lerdos da cabeçona,

como é evidente.

(A.   Figueiredo e Silva)

 

A INCÓGNITA

 


Entre os prometimentos e os interesses pessoais, todos sabemos (menos alguns), que os segundos prevalecem sobre os primeiros. Pelo menos tem sido apanágio, não a teoria, mas prática, usada pela generalidade dos nossos políticos.

A verdade da minha ponderada reflexão, que sei não ser absoluta, tem de ser expelida enquanto posso. Primeiro porque estou vivo e atento; segundo, enquanto me é “permitido”; porque sinto a cerca da “democracia”, ardilosamente a fechar-se.

Com imposturas políticas e injeccões de futebol, as récuas portuguesas, continuam a trilhar o mesmo caminho, pouco reactivas – ou quer parecer-me – ao estado calamitoso da nação e ao apodrecimento dos valores da sociedade que integram.

A mentira descarada é uma constante.

O civismo está em acelerada deflacção – ninguém respeita ninguém.

A ordem está desarticulada, desrespeitada e poluída.

A honra da palavra, foi desonrada pela falta de carácter – agora muito na berra.

Na “feira” parlamentar insultam-se, agridem-se vocabularmente – por em quanto!?

A acção protectora, é mais para os incumpridores do que para os obedecem.

Está a ser introduzida uma inversão nas tradições e nos hábitos, que muito repugna, não só a mim, contudo, a generalidade dos portugueses amantes da civilidade.

É evidente, que eu não conheço a fidelidade das intenções e dos projectos de André Ventura, depois de uma ascensão (ainda que distante), à “manjedoura” do poder. Porque as realidades que lhe navegam no proceloso mar dos seus conceitos e susceptíveis e camuflar as suas intenções, transcende a pequena canoa da minha certeza. No entanto, apraz-me dizer e sublinhar, que tudo o que tem dito e apontado, são evidências irrefutáveis; têm lógica, sentem-se, vêm-se e vivem-se.

De uma coisa tenho a convicção: se as suas intervenções tivessem valor rasteiro, nunca ele seria tão atacado como tem vindo a suceder, ao ponto de ser declarado o desejo repelente de ilegalizar o partido que representa; o CHEGA. Isto é de loucos. Porra, chega mesmo! Basta!

Tenho vivido na esperança de que André Ventura, nas suas aguerridas intervenções, pronuncie uma só mentira sobre o estado calamitoso da Nação. Até hoje, tal não ocorreu.

Sinto que a sua sombra aterroriza muitos que vivem à custa de regras obscuras (claras só no papel), que, apesar de desbastardadas, deontologicamente são “ilícitas” e nocivas à moral e aos bons costumes, arrastando também para a causa, a instabilidade económica de Portugal, fomentando a degradação acelerada do tecido empresarial e a consequente falta de emprego, com todo o desespero a estes factos adjacente – além de outras “benesses”, que não são aqui mencionadas, mas que todos os portugueses conhecem e sentem na pele a sua amargura.      

Discutir o ESTADO DA NAÇÃO!? para quê?! Não lobrigo causas para isso, porque esta leiva da Europa, continua cada vez pior. Está tudo roto e repleto de buracos de minhoca e duvidosos trajectos de toupeira.

Não adianta tapar o sol com uma peneira.

A educação, a justiça, a ordem, a segurança, a saúde, disso têm sido exemplos.

Aquele que obstinar a endireitar isto, por férrea vontade que tenha, provavelmente não irá conseguir.

No entanto, depois das cartas baralhadas, em algum naipe temos que nos aventurar, na mira de uma mudança - que não será simples.

É natural sentirmos também, que, mesmo depois do sufrágio, a nossa consciência fique buliçosa, porque realmente os políticos não são de grande confiança, mas…

Conquanto que seja sempre uma incógnita, só conheceremos a realidade depois de, com algum cuidado, nos “aventurarmos”.

Uma sociedade criteriosa, poderá apavorar a oligarquia de uma governação tendenciosa.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 04/08/2021

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

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