sexta-feira, 25 de junho de 2021

"COMENTÁRIOS"

 

A estupidez é infinitamente mais fascinante do que a inteligência.

A inteligência tem os seus limites, a estupidez não.

 (Claude Chabrol)

 

“COMENTÁRIOS”

(Concisa, curta e grossa)

 


Alguns, realmente merecem ser lidos, dissecados e até assimilados, como exemplos de mestria, pelos ensinamentos de civismo que deles fluem para a clivagem do nosso comportamento, enquanto membros de uma comunidade; outros, precisam de ser preteridos, pela sua rudeza e brejeirice ou pela puerilidade neles estampada; uns, configuram lições de aprendizagem, que devem ser aproveitadas; outros não passam de gemidos de infelicidade doentia, carentes de bajulação, que, mesmo que seja simulada, serve de “palha” para encher o ego vazio de alguns “comentadores”, que, por serem ridículos, não deixam nada a desejar. Aborrecem, entediam e irritam.

Sim, é isso mesmo. Estou a discorrer sobre alguns comentários, consequentes de respostas e observações postados no Facebook, por alguns garimpeiros de palavreado e apreciações “utilitárias”, por não auto-reconhecerem a sua patética falta de decoro na formação que os embala.

Muitas pessoas sentem-se confortáveis quando são lisonjeadas por uma plateia “amigos virtuais”, que, mesmo cheirando a sua debilidade, se aprontam a dizer, “tu és o maior! És o melhor! És um herói!” E elas ficam exultantes ao receberem tais elogios, e, com intensificada grandiosidade e crédito, contemplam esses enaltecimentos como um brilharete, uma dádiva dos deuses. Não são hábeis para enxergar que, aos seus galanteadores, que a dissimulação lidera, o que lhe apetecia dizer seria o discordante; “tu és um insignificante! És o pior! És um cagarola! Não passas de uma estrumeira”!

A carência de espírito, na realidade não tem fronteiras! É essa pobreza espiritual a nascente de onde jorram os mais caricatos, impróprios e infelizes comentários, em forma de lamentos ou picardias, que por maioria de razão é preferível deixá-los passar ao lado. Acredito que a intenção desses “comentaristas feirantes”, seja a de tentar a trasfega das suas perturbações maleitosas com o propósito de arrastarem os outros para seu decaído nível.

Diariamente observo bátegas deles e fico pasmado de, no século XXI, ainda proliferar tanta burrice, tanta falta de educação, tanta idiotice, tanta inveja, tanto descaramento e tanta debilidade espiritual. Lançam a público todos os sentimentos que em determinado momento lhes povoam a alma, sem olharem ao recheio que os caracteriza, revelando sem saberem, o cerne da sua intimidade própria. Isto é, da sua personalidade e do seu carácter; exibindo assim, as qualidades de um e a fraqueza ou robustez de outro.

Por isso digo: abençoados aqueles que têm coragem e franqueza para galardoar a insolência, a ironia, a ingratidão e a cobiça dos insatisfeitos; esta atitude é uma demonstração clara de que não são infelizes ou pobres de espírito como eles.

Esta é a minha apreciação; concisa, curta e grossa.

Deste cálice, só bebe quem quer.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 25/06/2021

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90



 

 

 

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