Educar,
é semear com sabedoria
e
colher com paciência.
PROFESSORES
& “REGURGITADORES”
“NÃO
HÁ PROFESSRES DE PRIMEIRA E
PROFESSORES DE SEGUNDA...”
Reconheço
que esta expressão foi criada com uma finalidade, cuja causa, a razão justifica,
e com a qual concordo.
No
entanto, apreciei tanto da citação, que me propus a usá-la, embora por motivos
diferentes, que há muito me andam a dançaricar na mona.
Melhor
dizendo: uma expressão que me serviu de tema.
Ora
bem.
Retirando
o objetivo para o qual o seu criador a concebeu, e tomando em linha de conta
somente a essência e não o que dela se possa subentender, muito gostaria de
subscrever a afirmação real nela contida. Porém, na minha boa-fé e perante tudo
o que hei constatado ao longo do itinerário da minha “curta” duração, algo me
diz que não devo concordar.
Por
isso, não concordo.
Há
professores de primeira e professores de segunda, sim; outros, nem professores
deviam ser. Estes últimos, são apenas veículos de transmissão de conteúdos
absorvidos, todavia, não compreendidos, para posteriormente serem regurgitados
ou recitados, como os escritos de uma cartilha, sem qualquer evolução
científica, a uma pequena ou grande capoeira de “frangos” aprendizes, que
chegam ao fim, sem perceberem patavina do que lhes foi “cacarejado”; a sua
utilidade serviu apenas entupir-lhes o pio e a mente – que se lixem, aprendam
em casa. Será isto mentira?
Ser
Professor,
não é “enxada” para qualquer patego, que resolveu fazer do ensino uma leira de
cultivo, com o obectivo alimentar a sua sobrevivência física, sem perceber que
a anímica não corresponde a realidade.
Ser
docente é uma profissão que requer muita dedicação. Só que, para que essa
virtude se manifeste com a resplandecência que lhe é devida, torna-se
indispensável a colaboração genética; quem não nasceu com esse assopro, jamais na
vida será um verdadeiro Mestre. Manifesta-se apenas
como um reles simulacro à mestria; um imprestável diluidor de tempo, que é subsidiado
para palrar – coisa que qualquer papagaio faz. Mas isso não é ser professor.
É
fundamental muita paciência e muita competência para conseguir adaptar os seus
ensinamentos – não vomitanços – por forma a que eles penetrem na compreensão
dos alunos. É semear-lhes o conhecimento na alma e incutir-lhes o gosto pelos
seus fundamentos. Com isto, pretendo referir-me àquela “insignificante coisita”
rebentada na alma, chamada pedagogia.
Esta é a componente principal, além de outras, obviamente, que realiza um bom Professor.
Pode
aparecer na ribalta da ciência o mais proeminente entendido em determinada
matéria; se ele não conseguir transmitir as suas erudições, o valor do seu
saber, não terá validade alguma.
Nos
sistemas de ensino, como em todos os sistemas (e há que compreender isso), é
natural que haja bons e maus educandos; contudo, essas realidades não podem ser
somente atribuídas aos aprendizes; porque muitas vezes, quem administra os
ensinamentos, não o sabe fazer; ou pela carência do saber, ou pela ausência da
dita pedagogia, que consiste no saber transmitir o conhecimento. Assim, como
não é mentira haver estudantes portadores de insuficiência no raciocínio, também
entendo não subsistirem dúvidas, quanto à existência de professores virtuais;
estes, não deixam de encorpar uma realidade e não uma aparência.
Logo,
há professores de primeira e professores de segunda - e outros.
Não
quero de maneira alguma denegrir a imagem do PROFESSOR,
figura que sempre venerei e pela qual nutro grande estima.
Por
ele tenho sempre presente que o mais alto sinal de gratidão (de que tenho
conhecimento), atribuído ao MESTRE, foi no Celeste Império (China); era a única
pessoa desobrigada de se curvar perante a “deificada” figura do Imperador.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
14/03/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço
por não usar o AO90
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