terça-feira, 23 de março de 2021

O "SHELTOX"


 

 “O que sabemos é uma gota de água;

o que ignoramos é um oceano.”

(Isaac Newton) 

 

O “SHELTOX”

(Saga ao COVID-19)

 


De maneira alguma é meu anseio imiscuir-me na sêmola legislativa, moída, para salvaguardar a sanidade dos cidadãos - pelo menos a física; sobre a psíquica, que é uma realidade, já nem interessa comentar. Nem tão pouco ouso criticar as tomadas de posição do Governo, ou censurar aqueles que, por dever (cívico, obrigatório ou de compreensão nata), seguem os conselhos dados pelos “entendidos” na engenharia biológica, porque de facto esta moléstia é perigosa – disso não duvido.

Não. Não tenciono também, em face do que vou argumentar, incentivar ao não uso de “escudos” dos protectores e à prática de outros preceitos tidos como adequados para fazer frente à pandemia, que, incólume e serena, contudo, trágica e intransigente, vai fazendo padecentes por este Mundo fora, alguns dos quais, depois de suportarem grande sofrimento, tiveram de restituir um custo alto. A letalidade.

*

Após o prévio prefácio, apraz-me afirmar que a peçonha que deu origem à pandemia COVID-19, ataca transversalmente e não diferencia os altiplanos das planuras, nem quaisquer padrões de vagas, sejam elas de que ordem ou medida, forem. Esta enfermidade entrou para ficar e triunfar, e assim prosseguirá, até que meios eficazes sejam desenvolvidos, com fim à sua irradicação ou isolamento; ou até que o Ser Humano, naturalmente se adapte.

Sabe-se que é um vírus perigoso, face às suas inconsequentes (para nós), mutações, para as quais a ciência ainda não está preparada; apesar do ciclópico esforço para cindir as limitações impostas pela Criação, tem-se limitado a tatear no escuro misterioso à procura de uma nesga que permita com eficácia estancar esta pandemia - que até ao momento, com a absoluta credibilidade, não tem conseguido.

Este vírus, surgiu (ou alguém o fez surgir), mesmo para assassinar. Mas, na “forja” Polar estão outros muito piores do que este, que com ostensiva raiva arreganharão os seus dentes e ferrarão mesmo, tão depressa o degelo se faça, como tem vindo a suceder, por causa do Aquecimento Global. Isto não são ‘stórias, são ocorrências cientificamente comprovadas. Como tal, tidas como certas.

Não estando em desacordo com o confinamento imposto pelas autoridades de todas as nações, embora não deixe de deplorar, ouso questionar: quais serão as alternativas que os diversos órgãos de governação poderão colocar à disposição dos povos, para garantir sua subsistência e desenvolvimento?! Não se me afigura ser simples.

Se tudo continuar como tem vindo a suceder, creio que não haverá nenhuma gestão, por mais gigantesca e austera que seja, que possa resistir a subsidiar todos aqueles que, por causa da clausura, estejam impedidos de arriscar as suas vidas, trabalhando para angariar seu sustento, e ao mesmo tempo, impulsionar a economia do país a que pertencem. Penso que ninguém, em perfeito juízo, se vai esforçar para acreditar nessa ilusão. Sim, porque… ou arrincando, laboram e têm carburante, ou enclausuram-se, e muitos deles falecem por astenia. Só vejo estes dois pressupostos.

Embora possam pensá-lo - é um direito que não contesto - não me tenho por uma pessoa de inspiração fatalista, tão só e apenas, como um “visionário” natural, que se propõe a divulgar o que raciocina poder vir a ocorrer.

Cá p´ra nós, que muitos me lêem mas ninguém me ouve, não devo andar muito distante da realidade, pois não?!

Como é de “todos” sabido, os seres viventes, por força da Criação, são portadores naturais de características que lhes permitem a adaptação ao meio onde foram criados e existem – muitos, nas mais ingratas, perigosas e inimagináveis condições geológicas, que não lembram ao Diabo. Mas germinaram, viveram e vivem; e, para nosso espanto, continuam a existir.

Naturalmente, como está cientificamente provado, não é em meia dúzia de anos que se dão essas aclimatações às mais diversas e adversas condições do seu “habitat”. Isto carece de muitos anos. Muitos séculos. Para não dizer, milhões de anos.

O que daqui depreendo, é que, ou ele, munido de todas as precauções, sai do buraco e arrisca a vida para ter sustento, ou acabará por sucumbir perante larica. Disto, também não alimento quaisquer incertezas.

É esta sujeição inevitável que o ser humano tem pela frente, e da qual se vê impedido de desistir da sua superação. É como estar “entre a espada e a parede”.

Agora vou divulgar porque trouxe à baila o Sheltox.

 Há muitos anos - tantos que a saudade já bloqueia a contagem - havia nas zonas equatoriais, que na altura faziam parte do domínio português, uma “mistela” para pulverizar, chamada Sheltox. Era utilizada na liquidação de mosquitos e outros insectos “aviadores” (e alguns rastejantes), que nos furtavam o repouso nocturno com o seu irritante zumbido, seguido de algumas “agulhadelas” para aviarem a sua sofreguidão de plasma quente e nutritivo.

O referido Sheltox, tinha como “encantador” paleio publicitário: “Sheltox, mata que se farta! Mata e fica a matar”. – Até que dava resultado!? “Mas, por fim, até já os mosquitos se riam”! – Quererá isto dizer alguma coisa?

Diz, certamente. Este vírus, podemos ter a certeza, veio p´ra ficar. E é como o Sheltox; “Mata que se farta! Mata e fica a matar!” Para ele, não existem fronteiras, planaltos, ondas ou temporadas. Esta nanométrica partícula, encontrou as conjunturas propícias para o seu desenvolvimento; venceu a inércia da sua letargia, e agora é só manter o seu movimento multiplicativo, veiculado pelo ser humano, seu preferido meio de transporte.

Cientificamente está provado que é um ácido; só que é um ácido “inteligente”, provido de um genoma que lhe permite” trocar as voltas” aos investigadores, devido às suas inesperadas transformações. Sabe contornar os obstáculos.

Um dia, quando eu já por cá não me encontrar, muitos, ao lerem isto, dirão: este “velho louco”, até tinha razão.

Como os mosquitos, temos de criar defesas próprias para que nos possamos adaptar e sobreviver aos ataques deste “novo” veneno rebelde, chamado CORONAVÍRUS.

Não vislumbro outra saída.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 22/03/2021

 

Nota:

Evito a prática do AO90

 

 

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