domingo, 21 de março de 2021

“MORRER POR MORRER…”

 

Pra que lutar tanto com medo da morte

se ela é a única certeza da vida?

(Washington Rocha)

 

 

“MORRER POR MORRER…”

«УМЕРТЬ ЗА УМЕРЬ…»"

«MOURIR POUR MOURIR…»

“DIE FOR DIE…”

 


Circula pr’aí um colossal alvoroço por causa da vacinação contra a COVID-19, como se o Mundo fosse acabar amanhã – o que não deixa de ser verdade, mas não é para todos. Uma algazarra injustificada, descabida, e ao mesmo tempo envolvida numa ignorância extrema.

À margem do bom senso e na obscuridade da compreensão, têm sido exteriorizadas acções que bem demonstram o pavor que o ser humano tem de viajar para o outro mundo.

Este tema veio à guisa do que se tem passado em relação às prioridades na vacinação. O cagaço é tanto, que, sem pensarem em mais nada, todos querem ser os primeiros a levar a “pica”. Coitados!

É que esta maltosa julga que após lhe ter sido inoculada a vacina (ou vàcina, como alguns patetas usam e ousam dizer), ficam isentados de apanhar esta virose. E mais; lá no fundo, até devem pensar que nunca mais morrerão, julgando-se por isso como bons embriões para dar continuidade ao povoamento desta selva planetária. Tadinhos!

Todos sabemos que as cunhas, os geitinhos, os compadrios, com base na posição social que ocupam (várias vezes duvidosa ou mesmo assertiva), são as características geradoras de influências, nada decentes, diga-se, para se safarem a uma negociata com o cangalheiro (que não é o único a lucrar), mas que mais tarde vão ter de o fazer.

A vacinação não certifica de maneira alguma a imunidade absoluta à doença prevista no fármaco, e, principalmente, quando esta é virótica. Daí que qualquer ser está sempre sujeito a ser contaminado, embora se pense, com menos intensidade (?). Contudo, mesmo sob baixa intensidade, nada é garantido que não se possa ter o azar de bater a caçoleta.

Particularmente, até estou algo céptico em relação à inoculação da vacina; estou enfartado de tantos discursos opinativos, sobre os quais têm pairado algumas divergências que colocam em causa a suposta limpidez da verdade. Daqui resulta, que, em meu entender, os governantes e todos os que pertencem à pandilha governativa, deviam ser os primeiros da “bicha” a levarem a seringadela, ficando o resto da maralha, por alguns dias, em nervoso e apreensivo silêncio, à espera das consequências, para depois poder decidir.

Mas, considerando a proeza do “nosso” Primeiro-ministro, que num inegável acto de “coragem, já deu o seu corpinho ao manifesto” (não para ser dos primeiros, porém, para   fazer de “cobaia” pelos portugueses), ainda se encontra vivinho da silva; tendo em conta a afiambrada prelecção, que lhe permitiu, por palavras suas e com um sorriso na face, validar a eficácia – relactiva - da dita vacina; tendo em conta a perigosidade do vírus e o cagaço que todos sentimos,  com receio ou sem ele, independentemente da a entidade “fabriqueira”, mesmo na incerteza, é sempre de “bom” não pensarmos muito e deixarmo-nos injectar – se formos dos primeiros, melhor. Isto porque, mesmo na dúvida, há uma verdade que persiste na mona do ser pensante: “Morrer por morrer, que morra o meu pai que é mais velho”.

As intenções, não passam de mero fingimento.

No final de tudo, é preciso é ter sorte.

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António Figueiredo e Silva

 Coimbra, 21/03/2021

 

 http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

    

 

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