sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

PENSAMENTOS DE UM "PICA-MIOLOS"

 


“O abuso de promessas é uma confissão implícita

 da insuficiência moral humana”

(Nicolas Boileau)

 

 Por via disso, “cautela e caldos de galinha,

nunca fizeram mal a ninguém”.

(Ditado popular)

 

PENSAMENTO DE “PICA-MIOLOS”

(Esta é para iniciar o Novo Ano)

 


Sinto-me incapaz de suportar o frenesim que bole comigo, se nada mais “comentar” sobre as eleições presidenciais. O “queijo” que muitos ratos espertos ambicionam “rilhar”.

A pequena redacção que aqui vou lavrar, apenas se enlaça à minha opinião pessoal. Mesmo suceptível de discordâncias, concordarei, como é óbvio, mas não mudarei o azimute ao meu raciocínio.

Para inaugurar a dissertação sobre tão importante matéria, para mim, e penso, para os portugueses, vou começar por alguns predicados   que para o cargo devem ser requeridos.

Antes de continuar com a ladainha, quero dizer que, meu ver, não é o lugar apropriado para nenhum dos “novos” concorrentes, visto que, para exercer tal função, são exigidas particularidades que alguma da “pardalada” não tem, apesar de se julgar como tal – mas, certo; errar é humano, e em proveito próprio, mais certo ainda.

Porque, para a realização deste tão alto e nobre exercício, que é a função presidencial, não é simples; são necessárias algumas características, cujas diferenças salientam um dos de mais concorrentes, entre as quais, inteligência aguçada, requinte, ponderação e diplomacia. Além de incluir uma boa capacidade psicanalítica e amplo conhecimento social e económico que lhe possibilite tomar decisões em face do estado da nação que se propõe representar, porque ele vai ser o Chefe.

As as suas decisões, criteriosas ou inconscientes, afectam sempre o povo que representa, para o bem ou para o mal. Exigem, por isso, uma grande virtude, que não está ao alcance de todos: a ponderação.

No concerne à substância deliberativa, deve ser pragmático e sensato, sem deixar de ser corajoso. Acredito, não ser uma tarefa fácil.  

Deve ser uma figura que prima por colocar a Nação acima dos seus interesses pessoais. Amar o que faz, mesmo que para isso tenha de fazer sacrifícios.

Estar sempre pronto a receber pareceres, sem, contudo, abdicar da sua própria intuição sem dela duvidar, por forma a que esses juízos não embaralhem a sua apreciação pessoal, formada pelos factos que se lhe deparam e pelo seu próprio instinto de imparcialidade.   

É indispensável ser portador de uma apurada dicção, que lhe permita ser um bom e agradável comunicador e um catalisador da simpatia dos eleitores.

É condição essencial não padecer do “veneno da partidarite”, e não prometer coisas, que à partida, não podem ser feitas. Claro que é de ter sempre em mente, que o Presidente da República, não legisla; apenas lhe compete promulgar ou vetar princípios que estejam de acordo com a filosofia “decantada” nos estatutos da Constituição da República Portuguesa.

Com todos estes atributos, não subsistam dúvidas, de que teríamos um bom presidente da nossa República – plagiando: não ignoro que é profundamente trabalhoso encantar os gregos e deliciar os troianos.

Mas por tudo o que tenho observado nas reacções dos “ciclistas novatos”, candidatos nesta corrida às presidenciais, nenhum deles aparenta que vá lá das canetas.

POR MUITO QUE ARENGUEM OS NOVOS POSTULANTES, NÃO PREENCHEM, NEM A PENUMBRA DESTES REQTUISITOS. Por isso… berimbau!?

Cabe a nós o saber seleccionar, não qual é o bom e qual é o mau, (são todos “bons”, cada um à sua maneira), todavia, dos “males”, qual é o mal menor.

Ouçam-me! Entendo ser melhor não mudarmos de “moleiro”. Apesar de todas as “imperfeições” que lhe desejam imputar, tem sido o “moageiro” mais fiel nos princípios e nos valores, e mais prudente na maquiagem.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 01/01/2021

 

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Obs:

Sou contra a usança do AO90.

  

 

 

 

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