sábado, 9 de janeiro de 2021

O “TINO” TEM TINO

 

Eles não sabem, nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que um homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança.

 (António Gedeão/Manuel Freire)

 

O “TINO” TEM TINO

(Eleições Presidenciais em Portugal)

 


Jamais eu poderia deixar passar esta temporada de acesa guerrilha, sem dizer nada sobre esta tão característica figura. Se não mais, pela sua coragem em enfrentar, com a maceta defensiva em punho, os supostos doutos da política portuguesa, “experts” em tornear a mentira com verdades quiméricas, construídas com juramentos e compromissos prodigiosos, que sempre acabam por cair no asfalto do nunca.

Vitorino Francisco da Rocha e Silva, carinhosamente mais conhecido por “Tino de Rans”, foi uma “pedra de calcário” que penetrou nas botas de André Ventura, e fez bolhas e arranhões a outros que o tiveram pela frente. Um homem simples, mas sabe o que quer.

Apesar das supostas diferenças de erudição, o “Tino”, com a sua polidez e postura civilizadas, soube muito bem calcetar os trilhos da sua singela, concisa e compreensível oratória, e murar as investidas do acelerado e pouco fiel à democracia, André Ventura.

Não me atrevo a duvidar da inteligência e pertinácia na defesa dos seus pontos de vista, que não alinham nos ideais de “um só cromatismo”, como como sucede com o seu antagonista.

A prová-lo, como se as palavras não chegassem, fez questão em exemplificar:  com descontraída paciência, baixa o braço e arranca meia dúzia de “ovalizados” burgaus de cores diversas, que se encontravam a chocar na quentura do seu bolso, acalentado pela zona testicular, à espera do momento certo para “eclodirem”. Calmamente, ao mesmo tempo que assumia uma expressão reticenciada e algo ritualista, pousa-as em cima da távola e proclama: …pedras que o mar trouxe”; “…mas o mar não traz só pedras; o mar também traz pessoas; e traz pessoas de todas as cores…”; como que a querer transmitir: eu, se for eleito Presidente, serei como o mar; presidente de todos os portugueses, isento de quaisquer diferenciações.

Grande parábola! Pela expressão de espanto que demonstrou, o “Dr”. André Ventura não contava com aquele sublime exemplo vindo d’O CALCETEIROTino de Rans”.

Apesar do sentido e da rectidão dos ensinamentos sobre a imparcialidade e a moral que se podem colher da sua “parábola pedregosa”, só acreditarei que não passam de um sonho, até que a realidade os concretize.

No entanto, na minha modesta apreciação, se o "Tino", supera Maduro, Bolsonaro ou Lula, é óbvio que pode vir a ultrapassar “todos” os outros, e, quem sabe, abichar um lugar de prominência Nacional.

Levem sempre em conta, que o que eu disse sobre o “Tino de Rans”, sinto-o. Quanto ao Palácio de Belém lhe franquear a entrada, já considero um devaneio.

Mas, todos temos o direito de imaginar.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 09/012021

http://antoniofsilva.blogspot.com/

 

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

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