Eles
não sabem, nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que um homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança.
(António Gedeão/Manuel Freire)
O “TINO” TEM TINO
(Eleições Presidenciais em Portugal)
Jamais eu poderia deixar passar esta temporada de acesa guerrilha, sem dizer nada sobre esta tão característica figura. Se não mais, pela sua coragem em enfrentar, com a maceta defensiva em punho, os supostos doutos da política portuguesa, “experts” em tornear a mentira com verdades quiméricas, construídas com juramentos e compromissos prodigiosos, que sempre acabam por cair no asfalto do nunca.
Vitorino
Francisco da Rocha e Silva, carinhosamente mais conhecido por “Tino
de Rans”, foi uma “pedra de calcário” que penetrou
nas botas de André Ventura, e fez bolhas e arranhões
a outros que o tiveram pela frente. Um homem simples, mas sabe o que quer.
Apesar
das supostas diferenças de erudição, o “Tino”,
com a sua polidez e postura civilizadas, soube muito bem calcetar os trilhos da
sua singela, concisa e compreensível oratória, e murar as investidas do
acelerado e pouco fiel à democracia, André Ventura.
Não
me atrevo a duvidar da inteligência e pertinácia na defesa dos seus pontos de
vista, que não alinham nos ideais de “um só cromatismo”, como como sucede com o
seu antagonista.
A
prová-lo, como se as palavras não chegassem, fez questão em exemplificar: com descontraída paciência, baixa o braço e arranca
meia dúzia de “ovalizados” burgaus de cores diversas, que se encontravam a
chocar na quentura do seu bolso, acalentado pela zona testicular, à espera do
momento certo para “eclodirem”. Calmamente, ao mesmo tempo que assumia uma
expressão reticenciada e algo ritualista, pousa-as em cima da távola e proclama:
“…pedras
que o mar trouxe”; “…mas o mar não traz só pedras; o mar também traz pessoas; e
traz pessoas de todas as cores…”; como
que a querer transmitir: eu, se for eleito Presidente, serei como o mar;
presidente de todos os portugueses, isento de quaisquer diferenciações.
Grande
parábola! Pela expressão de espanto que demonstrou, o “Dr”.
André Ventura não contava com aquele sublime exemplo vindo d’O CALCETEIRO “Tino
de Rans”.
Apesar
do sentido e da rectidão dos ensinamentos sobre a imparcialidade e a moral que
se podem colher da sua “parábola pedregosa”, só acreditarei que não passam de
um sonho, até que a realidade os concretize.
No
entanto, na minha modesta apreciação, se o "Tino", supera Maduro, Bolsonaro ou
Lula, é óbvio que pode vir a ultrapassar “todos” os outros, e, quem sabe,
abichar um lugar de prominência Nacional.
Levem
sempre em conta, que o que eu disse sobre o “Tino de Rans”, sinto-o. Quanto ao
Palácio de Belém lhe franquear a entrada, já considero um devaneio.
Mas,
todos temos o direito de imaginar.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
09/012021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90
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