quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A VÀCINA"

 

 

                                             Deus é injusto, pois criou sérios limites à inteligência

dos homens, mas nenhum à sua burrice.

(Konrad Adenauer)

A “VÀCINA”

 


Então vamos lá à dita e gratuita “VÀCINAÇÃO”, contra outra “estirpe”, desta vez linguística, outrora tida como sinete de “cavalgaduras”, “cábulas”, abéculas e “azeiteiros”, agora pugna pelo investimento no assassinato da língua portuguesa. E não me espanta que qualquer dia será adida ao AO90 (a feijoada do Novo Acordo Ortográfico).

“VÀCINA”! Deve ser p’ra rir, “num” é?!

Sempre indulgenciei a ignorância própria, porque ninguém possui a faculdade de se conceber; porém, nunca fui condescendente para com a incultura comprada.   

Não é minha pretensão arvorar-me em purista no que diz respeito à articulação nossa linguagem; mas, que alguns anómalos fazem questão de tagarelar ao arrepio das regras gramaticais, é uma evidência isenta de desculpas e carente de gravativa censura.

É lamentável! Contudo, não é uma ilusão.

Pessoas tidas como estudadas, incumbidas de fazer rebolar as suas palavras, algumas “peroladas” de extremo jejum de sabedoria, e não se coibirem de o fazer… é triste!

Mesmo quando, através das comunicações televisionadas, e sabendo que estão a articular para milhões de portugueses, reincidem constantemente nas mesmas besteiras, onde, entre várias, está incluso o recente vocábulo “VÀCINA”.

Apesar da fraqueza do meu alfabetismo, não consigo ficar silente e quedo sem lhes dar umas marretadas na caixa-dos-pirolitos, para desenraizá-los da indolência que os amortalha e lhes cerceia o brio pessoal e profissional, (que deviam ter), uma vez que transmitem para a sua Nação e para o Mundo. Olho estas fraquezas, ainda que concebidas por irreflectido deslize ou por ignorância, como uma degolação da nossa verdadeira identidade. A LÍNGUA.

É com esta minha “seringa” grafológica, apetrechada de uma agulha “micro-fine” – para não doer muito – que os/as “linguicidas” do nosso idioma vão ficar “VÀCINADOS” contra os erros fonéticos (e não só) com que por vezes nos martelam o nosso sistema auditivo e afectam outros sentidos – espero.

A menos que já hajam sido vacinados com a “VACINA-CINZENTA” e endémica, do AO90, (Novo (des) Acordo Ortográfico), resultando daí a sua confusão.

Que não creio!?

Espero que a minha VACINA vá sortir algum efeito, mesmo que seja a longo prazo.

Então, admitam a vacinação “contr’à” VÀCINA.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 13/01/2021   

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

 

 

 

 

 

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