Reconhecer
autoridade sobre si
é um sinal de superior humanidade.
(Hugo
Hofmannsthal)
A
DIVINA PROVIDÊNCIA TINHA RAZÃO
Ganharam “todos”. Ainda bem. “Ninguém” ficou zangado ou descontente.
Fartei-me
de rir ao ouvir as dissertações dos diversos perdedores da corredura à preferência
dos portugueses para a Presidência da República. Todos ganharam. É bestial e
retumbante! Fiquei satisfeito(íssimo). Os portugueses também ficaram a ganhar. A
Divina Providência não os abandonou, tendo até na ocasião contribuído com uma modesta
melhoria climática para a realização de tão importante ocorrência, cujos resultados
eu já havia previsto. Mas… ganharam “todos”!
Dos
“tristes e desamparados náufragos” que ficaram a boiar no mar encapelado da frustração,
quero lançar a minha bóia de salvação a um, que é, o Tino de Rans, por a
sua postura não ter qualquer geminação com os predicados da restante maralha que
integrou a “Arca de Noé”, neste diluvioso evento político. É uma pessoa simples,
sempre igual a si próprio, mantendo certeiras a picadela e a martelada no
paralelo visado, com educação e esmero, sem necessitar de insultar ou denegrir
a imagem ou os propósitos de quaisquer dos seus antagonistas. Uma lição de vida
para todos nós, e principalmente para aqueles que vaidosamente ostentam os
louros uma formatura, que pode(?) ser opulenta em “conhecimento”, contudo,
carenciada de formação cívica.
Salvando
este, o remanescente era formado por oportunistas genuínos, populistas e reaças
raivosos (mas que fogueteavam algumas verdades incomodativas), e assanhadas vendedoras
de ganga contrafeita ou fiôco, para se bateram a um lugar, cuja posição bem as dispensava
pelo perfil traçado nos eus argumentos.
Aconteceu
como eu vaticinei.
Marcelo
Rebelo de Sousa, bem poderia ter ficado recatadamente na
sua residência, de robe vestido e alpargatas calçadas, desfrutando a quentura
do seu lar a saborear antecipadamente um portinho de 1910, porque seria
reeleito para a repetência do cargo que ocupava. Mesmo não sendo seu
conselheiro (que nada me importava, porque sempre eram mais uns tostões que
cairiam), eu o sugeri a tomar essa decisão. Está escrita, divulgada e remetida
a Sua Excelência, na altura ainda Presidente da República Portuguesa
Mas
que rigor perceptivo teve cá este “santo rapaz” (eu)!
Para
a minha antevidência, agarrei nas atitudes de cinco anos da anterior Presidência
e nas fantasiosas criações dos novos postulantes, algumas mal amassadas e só
com alguns meses ou dias de fermentação, coloquei-as à solta dentro do
perímetro da minha consciência, por enquanto não infetada por partidarite, e comparei-as.
O resultado foi o acima exposto.
Este
“mal” foi o que melhor provou ter servido os portugueses, mesmo com todas as
condicionantes impostas pelos braseiros, pela pandemia e consequentes perdas de
vidas, e ainda, pelo ciclone gerado pelas diversas facções políticas, cada um
com as suas “sardinhas” de ambição, manhosice e agressividade diferentes, a
puxarem com férrea vontade a brasa para as que lhe pertenciam.
Dentre
os distintos “convivas” para o apetecido magusto presidencial, sobressaiu um,
que foi incriminado por dizer o que o povo gosta de ouvir (populismo). Foi apontado
e baptizado com terminologias, pouco apropriadas, por elementos da população
que se dizem decentes. Foi insultado, denegrido, caluniado, atacado e ameaçado
de lhe limparem o sarampo. Mas ele não foi populista, foi sim, realista. Não
disse mais do que aquilo que povo sabe, vê, sente e por isso se revolta. Actos
de corrupção sem punição, processos emperrados, subsídios atribuídos à balda e
carentes de superintendência, a sanguessugas sociais, proliferação da moléstia
oligárquica, transação de imóveis do estado ao preço da chuva, impunidade àqueles
que meteram a economia portuguesa na banca-rôta, etc. Serão isto mentiras? Será
isto, o que em tom depreciativo e condenador, chamam de populismo?
Estou
convencido de que não.
Se
me questionarem sobre os seus atributos para Presidência da República, direi: a
meu ver, não reúne particularidades para tão alto cargo. Fala muito, é
agressivo, não é condescendente, e, acima de tudo, mostrou uma tendência não
para Presidente da República para Rei de Portugal. E arredores – acrescento.
Quanto
ao resto, entendo que povo português, apesar da avantajada abstenção, fez uma
boa escolha ao sufragar o Sr. Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa; se não
mais, pela sua comprovada SENSATEZ.
Esta insigne figura reúne todas as capacidades
para continuar a ser um óptimo moderador de conflitos – “pondo água na fervura”
– e, com a sua peculiar simplicidade e modéstia, continuar indiscutivelmente, a
ser um catalisador do povo português e seu mais credível representante perante
o Mundo.
Entendo
que, certamente não foi fácil o mandato anterior e muito mais difícil vai ser o
que agora se segue, porque as limitações a todos os níveis vão agravar-se – é tão
certinho como me chamar António.
Mas
que isto precisava de uma volta, não o nego. Mas não é ao Presidente da
República que compete fazê-lo.
Não
obstante, matraqueio alto e em bom som:
-
A PROVIDÊNCIA DIVINA TINHA RAZÃO.
E
eu, também.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
27/01/2021
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90
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