quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A DIVINA PROVIDÊNCIA TINHA RAZÃO

Reconhecer autoridade sobre si

 é um sinal de superior humanidade.

(Hugo Hofmannsthal)

 

 

A DIVINA PROVIDÊNCIA TINHA RAZÃO

 

Ganharam “todos”. Ainda bem. “Ninguém” ficou zangado ou descontente.

Fartei-me de rir ao ouvir as dissertações dos diversos perdedores da corredura à preferência dos portugueses para a Presidência da República. Todos ganharam. É bestial e retumbante! Fiquei satisfeito(íssimo). Os portugueses também ficaram a ganhar. A Divina Providência não os abandonou, tendo até na ocasião contribuído com uma modesta melhoria climática para a realização de tão importante ocorrência, cujos resultados eu já havia previsto. Mas… ganharam “todos”!

Dos “tristes e desamparados náufragos” que ficaram a boiar no mar encapelado da frustração, quero lançar a minha bóia de salvação a um, que é, o Tino de Rans, por a sua postura não ter qualquer geminação com os predicados da restante maralha que integrou a “Arca de Noé”, neste diluvioso evento político. É uma pessoa simples, sempre igual a si próprio, mantendo certeiras a picadela e a martelada no paralelo visado, com educação e esmero, sem necessitar de insultar ou denegrir a imagem ou os propósitos de quaisquer dos seus antagonistas. Uma lição de vida para todos nós, e principalmente para aqueles que vaidosamente ostentam os louros uma formatura, que pode(?) ser opulenta em “conhecimento”, contudo, carenciada de formação cívica.

Salvando este, o remanescente era formado por oportunistas genuínos, populistas e reaças raivosos (mas que fogueteavam algumas verdades incomodativas), e assanhadas vendedoras de ganga contrafeita ou fiôco, para se bateram a um lugar, cuja posição bem as dispensava pelo perfil traçado nos eus argumentos.

Aconteceu como eu vaticinei.

Marcelo Rebelo de Sousa, bem poderia ter ficado recatadamente na sua residência, de robe vestido e alpargatas calçadas, desfrutando a quentura do seu lar a saborear antecipadamente um portinho de 1910, porque seria reeleito para a repetência do cargo que ocupava. Mesmo não sendo seu conselheiro (que nada me importava, porque sempre eram mais uns tostões que cairiam), eu o sugeri a tomar essa decisão. Está escrita, divulgada e remetida a Sua Excelência, na altura ainda Presidente da República Portuguesa

Mas que rigor perceptivo teve cá este “santo rapaz” (eu)!

Para a minha antevidência, agarrei nas atitudes de cinco anos da anterior Presidência e nas fantasiosas criações dos novos postulantes, algumas mal amassadas e só com alguns meses ou dias de fermentação, coloquei-as à solta dentro do perímetro da minha consciência, por enquanto não infetada por partidarite, e comparei-as. O resultado foi o acima exposto.

Este “mal” foi o que melhor provou ter servido os portugueses, mesmo com todas as condicionantes impostas pelos braseiros, pela pandemia e consequentes perdas de vidas, e ainda, pelo ciclone gerado pelas diversas facções políticas, cada um com as suas “sardinhas” de ambição, manhosice e agressividade diferentes, a puxarem com férrea vontade a brasa para as que lhe pertenciam.

Dentre os distintos “convivas” para o apetecido magusto presidencial, sobressaiu um, que foi incriminado por dizer o que o povo gosta de ouvir (populismo). Foi apontado e baptizado com terminologias, pouco apropriadas, por elementos da população que se dizem decentes. Foi insultado, denegrido, caluniado, atacado e ameaçado de lhe limparem o sarampo. Mas ele não foi populista, foi sim, realista. Não disse mais do que aquilo que povo sabe, vê, sente e por isso se revolta. Actos de corrupção sem punição, processos emperrados, subsídios atribuídos à balda e carentes de superintendência, a sanguessugas sociais, proliferação da moléstia oligárquica, transação de imóveis do estado ao preço da chuva, impunidade àqueles que meteram a economia portuguesa na banca-rôta, etc. Serão isto mentiras? Será isto, o que em tom depreciativo e condenador, chamam de populismo?

Estou convencido de que não.

Se me questionarem sobre os seus atributos para Presidência da República, direi: a meu ver, não reúne particularidades para tão alto cargo. Fala muito, é agressivo, não é condescendente, e, acima de tudo, mostrou uma tendência não para Presidente da República para Rei de Portugal. E arredores – acrescento.

Quanto ao resto, entendo que povo português, apesar da avantajada abstenção, fez uma boa escolha ao sufragar o Sr. Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa; se não mais, pela sua comprovada SENSATEZ.

   Esta insigne figura reúne todas as capacidades para continuar a ser um óptimo moderador de conflitos – “pondo água na fervura” – e, com a sua peculiar simplicidade e modéstia, continuar indiscutivelmente, a ser um catalisador do povo português e seu mais credível representante perante o Mundo.

Entendo que, certamente não foi fácil o mandato anterior e muito mais difícil vai ser o que agora se segue, porque as limitações a todos os níveis vão agravar-se – é tão certinho como me chamar António.

Mas que isto precisava de uma volta, não o nego. Mas não é ao Presidente da República que compete fazê-lo.

Não obstante, matraqueio alto e em bom som:

- A PROVIDÊNCIA DIVINA TINHA RAZÃO.

E eu, também.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 27/01/2021

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90

 

 

 

 

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