sexta-feira, 5 de junho de 2020

"TRATAMENTO DEMOCRÁTICO"


Não existe racismo maior do que odiar a ti mesmo.

“TRATAMENTO DEMOCRÁTICO”

Tenho andado bastante azoratado cá da caixa dos pirolitos por andar com um peso na consciência   que me tem rapinado o sono, com a consequente afectação do meu sistema nervoso, que tem capitulado perante a coação de tensa irritabilidade. Há pessoas “corajosas” deviam estar no lugar certo e não se aventuram a isso, porque nesses sítios, o ambiente é tempestuoso e letalmente imprevisível. Quer dizer que, a sua “bravura”, não passa de disfarçada cobardia ataviada de “arrogância”.
É caso do “Mamadu” e outras ppppppp,fffffffffff,pvpvpvpv… fi…figuras, que não se têm poupado a esforços, para institucionalizar a violência na confraria lusitana, que tem sido permeável e complacente para todas as raças, cores e crenças, que se têm amontoado neste Portugal francamente democrático. Não. “Extravagantemente” popular, onde é consentido a qualquer reles carriça, venha ela de onde vier, fazer-nos o ninho atrás das orelhas. Estamos nisto.
Este “ícone” do racismo, um obstinado contestatário às actuações das forças policiais - além de outros figuras enfermas do mesmo mal – está aqui a perder-se em Portugal, quando tem outros caminhos pela frente, em locais que mais dele necessitam e onde terá oportunidade de colocar o seu pescoço à disposição, por uma causa justa, que ela abraça com assolapada paixão, contida entre apertadas aduelas de profundo e revoltado fundamentalismo, que tem demonstrado, ao querer colocar a sua convicção fungosa como uma verdade absoluta. O racismo. Só que, não existem verdades absolutas; todas elas são relativas e obedecem a valores; temporais, geográficos, humanos, religiosos, políticos e muitos outros, que interferem na maneira de pensar e promovem uma luta “sanguinolenta” entre o cérebro que pensa e o cérebro que sente. Habitualmente, quando o cérebro que pensa se deixa dominar pelo cérebro que sente, surge a primavera dos “mamdus” destemidos, que só crescem e se reproduzem quando o “terreno é mole” e as condições “climáticas” estejam de feição para a sua multiplicação.
Mas o racismo, seja ele colorido ou étnico, desfruta do mesmo nexo causal. É uma forma de psicopatia dolosa que fervilha num caldeirão de complexos de inferioridade, salinizados com laivos de inveja à mistura, interiorizada por mentes débeis, que regularmente são sustentadas por intelectos situacionistas e acabam por gerar sérios comportamentos anti-sociais. Fácil, não é?
Mas porquê, aqui, se há tanto campo para desbravar por esse Mundo fora, onde a chaga rácica é bárbara, desapiedada e manifestamente desmiolada? Aí a coragem vacila, não é? Não há escassez de gumes afiados à espera de um gorgomil ou uns balázios “perdidos” à procura de uma cabeça no local errado.
É mais “poreiro” estar por aqui, não é?! - Pois, só chove ameaços. Mesmo no rubro da mais inflamada bandalheira, de antagónica e conflituosa balbúrdia, até é sereninho! Cada um late no tom que mais lhe almeja, no uso, embora por vezes abusivo, do pleno direito ao pregão das suas convicções, ainda que contrárias à ordem e á estabilidade de uma comunidade, que é a nossa; onde todos podemos viver em paz, se não existirem rufiões que se recusem a aceitar os direitos e os deveres nela instaurados, e, por via disso, instigarem à insurreição, à desordem.
Platão, estimado como o patrono da civilização ocidental, assim registou: “Não se pode esperar que a liberdade extrema conduza a algo que não uma mudança para a escravatura extrema” – era bruxo, digo eu.
Resumindo: não posso com isto.
Tem de haver um qualquer “tratamento democrático” para a cura desta complexa moléstia, que tem vindo a contribuir para a instabilidade social interna, e para a dignidade negativa de Portugal no Mundo.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 05/06/2020

Nota:
            Procuro não fazer uso do AO90.


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