Tornou-se
chocantemente óbvio, que a nossa
tecnologia excedeu
a nossa humanidade.
TELE-TRABALHO
OU TELE-DESCANSO?
Pelo
que me é dado verificar, existem esses dois “mundos”. Opostos, mas
paralelos. O mundo trabalho e o mundo do
descanso; ambos vicejam à sombra um do outro e confundem-se na trama de uma
tecelagem muito bem engendrada, onde, não sendo impossível, é, porém, custoso,
separar a realidade, da aparência, que se esconde para além da tela do
computador. Esta última, sempre bem artilhada pela fertilidade imaginativa, que
não faz mais nada do que de dedicar a “laboração” à indolência.
Vem isto à guisa de alguns departamentos
da função pública, não estarem a dar o atendimento conveniente ao cidadão, quando
este, por vezes em momento atribulador, arranja uma molhada de nervos, por
ficar saturado das múltiplas tentativas que faz para contactar alguém que se
preste a atendê-lo pelas ditas, vias alternativas ao dispor, uma vez que o
caminho personalizado se encontra bloqueado pela maldita PANDEMIA, que já
legitima até, a própria preguiça e a negligência.
Agarramos no meio de comunicação mais fácil
e menos complicado que é colocado à disposição, e somos confrontados com um rosário
numérico de opções, que se multiplicam em números e estes novamente em selecções
e assim sucessivamente, para chegarmos ao fim de uns valentes minutos e ninguém
nos receber do outro lado do “fio”, ou desligar-nos a comunicação. É ridículo,
aborrecido e enervante. Mais: é gozar com o cidadão. E não há ninguém que
controle esta “pandemia” desordenada, que assente na virtualidade, consegue
obstruir a visão da realidade e muitos problemas ficam por resolver, sendo
certo que a responsabilidade será sempre e infalivelmente, adjudicada ao
desgraçado do citadino, com recurso a imperativas, porém “amigáveis”
notificações pouco lisonjeiras, mas de natureza intimidatório.
Esta maleita, (COVID-19), não veio só para
assassinar; ela surgiu também para justificar e subsidiar muitas
funcionalidades, apresentando-se como uma causa real, usada para fazer florir
“pandémicas” desculpas, que à priori, sabemos serem fabricadas com recheio
falacioso, impróprias para quem necessita dos serviços; contudo, vantajosas
para a “Santa Sorna”, padroeira dos mais requintados e maliciosos “artistas,
consagrados amantes” da irresponsabilidade e do dever – porque ninguém lhes cai
em cima.
No privado, a coisa aí já fia mais fino,
porque os lucros têm de ser obtidos por via da laboração, e não existe outra
forma de dar a volta ao “texto”; ou laboração, ou desemprego.
É notório, que nem tudo funciona desta
maneira, como é lógico; mas que há organismos públicos que deixam muito a
desejar, também não é mentira.
Aguardo que aqueles que se encontrem nesse
estado de hibernação, sejam forçados a acordar, limparem as ramelas dos olhos e
fazerem o que devem, porque isto assim não pode continuar.
A Inteligência Artificial pode ter alguma
eficiência a raciocinar, mas não sabe sentir. Porém, essa sensibilidade e as
expressões dela resultantes, são fundamentais para uma comunicação mais
humanizada e quiçá, mais eficiente. Esta “eficácia” só resultará através dos
sentidos da visual, auditivo e da deducional “faladura”. Isto somente é
conseguido na forma presencial.
Por isso, a todos os “artistas” que andam
a nanar no Teletrabalho… DESPERTEM QUE JÁ É TEMPO A MAIS DEDICADO À “SANTA”
SORNA.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 11/06/2020
Nota:
Procuro não fazer uso do AO90
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