quinta-feira, 11 de junho de 2020

TELE-TRABALHO OU TELE-DESCANSO?


Tornou-se chocantemente óbvio, que a nossa
tecnologia excedeu a nossa humanidade.


TELE-TRABALHO OU TELE-DESCANSO?

Pelo que me é dado verificar, existem esses dois “mundos”. Opostos, mas paralelos.  O mundo trabalho e o mundo do descanso; ambos vicejam à sombra um do outro e confundem-se na trama de uma tecelagem muito bem engendrada, onde, não sendo impossível, é, porém, custoso, separar a realidade, da aparência, que se esconde para além da tela do computador. Esta última, sempre bem artilhada pela fertilidade imaginativa, que não faz mais nada do que de dedicar a “laboração” à indolência.
Vem isto à guisa de alguns departamentos da função pública, não estarem a dar o atendimento conveniente ao cidadão, quando este, por vezes em momento atribulador, arranja uma molhada de nervos, por ficar saturado das múltiplas tentativas que faz para contactar alguém que se preste a atendê-lo pelas ditas, vias alternativas ao dispor, uma vez que o caminho personalizado se encontra bloqueado pela maldita PANDEMIA, que já legitima até, a própria preguiça e a negligência.
Agarramos no meio de comunicação mais fácil e menos complicado que é colocado à disposição, e somos confrontados com um rosário numérico de opções, que se multiplicam em números e estes novamente em selecções e assim sucessivamente, para chegarmos ao fim de uns valentes minutos e ninguém nos receber do outro lado do “fio”, ou desligar-nos a comunicação. É ridículo, aborrecido e enervante. Mais: é gozar com o cidadão. E não há ninguém que controle esta “pandemia” desordenada, que assente na virtualidade, consegue obstruir a visão da realidade e muitos problemas ficam por resolver, sendo certo que a responsabilidade será sempre e infalivelmente, adjudicada ao desgraçado do citadino, com recurso a imperativas, porém “amigáveis” notificações pouco lisonjeiras, mas de natureza intimidatório.   
Esta maleita, (COVID-19), não veio só para assassinar; ela surgiu também para justificar e subsidiar muitas funcionalidades, apresentando-se como uma causa real, usada para fazer florir “pandémicas” desculpas, que à priori, sabemos serem fabricadas com recheio falacioso, impróprias para quem necessita dos serviços; contudo, vantajosas para a “Santa Sorna”, padroeira dos mais requintados e maliciosos “artistas, consagrados amantes” da irresponsabilidade e do dever – porque ninguém lhes cai em cima.
No privado, a coisa aí já fia mais fino, porque os lucros têm de ser obtidos por via da laboração, e não existe outra forma de dar a volta ao “texto”; ou laboração, ou desemprego.
É notório, que nem tudo funciona desta maneira, como é lógico; mas que há organismos públicos que deixam muito a desejar, também não é mentira.
Aguardo que aqueles que se encontrem nesse estado de hibernação, sejam forçados a acordar, limparem as ramelas dos olhos e fazerem o que devem, porque isto assim não pode continuar.
A Inteligência Artificial pode ter alguma eficiência a raciocinar, mas não sabe sentir. Porém, essa sensibilidade e as expressões dela resultantes, são fundamentais para uma comunicação mais humanizada e quiçá, mais eficiente. Esta “eficácia” só resultará através dos sentidos da visual, auditivo e da deducional “faladura”. Isto somente é conseguido na forma presencial.
Por isso, a todos os “artistas” que andam a nanar no Teletrabalho… DESPERTEM QUE JÁ É TEMPO A MAIS DEDICADO À “SANTA” SORNA.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 11/06/2020
 Nota:
Procuro não fazer uso do AO90


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