terça-feira, 30 de junho de 2020

O "PRESIDENTE"


O sonho por vezes, dá-nos o
que a realidade nos nega.
(Autor desconhecido)

O “PRESIDENTE”
(Será o sonho de um e uma miragem de alguns?!)

Não vou negar. Nem me sinto na obrigação de o fazer. Para ser honesto com os outros, devo ser verdadeiro comigo mesmo. Se há coisas que evito, é molestar a minha consciência com amorfas emoções de falsidade, quando, a meu ver, é imprescindível expor a verdade daquilo que cogito.
Estas inflamadas vagas de rebeldia anarquista que incendiários “exógenos”, têm vindo a deflagrar no âmago da sociedade portuguesa, - comunidade que os albergou -  sob a tutela alguns cidadãos alucinados e descontentes por terem nascido, têm de levar um travão. Isto assim é que não dá para prosseguir. Nunca a população de uma nacionalidade pode desfrutar de um Estado de Direito em toda a sua plenitude, se não houver respeito pelo próximo. Um Estado de Direito, compreende Direitos e Deveres. Há, no entanto, quem reclame os primeiros e, descarada e abusivamente, cague nos segundos; e ninguém faz nada para que esse “ganguesterismo”, essa rebeldia, sejam refreados. Temos vindo a assistir a montes de manifestações insultuosas, desordeiras, sem razão, e apenas porque parece que se tornou tendência ser anarca.
Até agora, só uma única pessoa se insurgiu contra estes focos caóticos que afectam o sessêgo da nossa comunidade, desestabilizando-a.
Admiro o André Ventura. É evidente que não levo a sério tudo o que diz, mas reconheço-lhe uma certa garra, imbuída de alguma piada.
Suponho que não vai “brutar” do nosso aglomerado colectivo, algum passarôco armado em algoz, para “condenar” a minha preferência, uma vez que considero pertencermos a uma nacionalidade onde existe a liberdade de pensamento e expressão – talvez até, em demasia, porque também os marginais refilam, atacam e desrespeitam as forças da segurança, quando estas são chamadas a repor a ordem, com sacrifício.  
Não quero saber de cromatismos, etnias ou crenças. Há Deveres e Direitos que foram criados para assegurar a paz social; se todos seguissem esses preceitos, seria bom; mas isso não tem vindo a acontecer.
É por isso que me surpreende André Ventura, pela coragem em utilizar a funda, e, com certeira pontaria, catapultar calhoadas às “aves de arribação” (por vezes desestabilizadoras), que vieram para aqui nidificar e encher o papo, e aborígenes de maus fígados, que têm vindo a colocar esta nossa Pátria numa condição achacosa.
Verba límpido, com incisividade e dureza, porém, atafulha algumas coisas pelo meio, que dá a impressão de que “são mais as vozes do que as nozes”. A sua principal imperfeição, não reside nos seus pontos de vista, que considero correctos, creditáveis e autênticos, mas no querer “palrar” muito em pouco espaço de tempo. Pela estilha com que com que discursa, dá a sensação que não diz aquilo que sente. Falta-lhe, o que se chama finura. Como em tudo, a velocidade é inimiga da qualidade. O entusiasmo com que palavreia atamanca-lhe um pouco o discurso, e isso tende a avinagrar e a empobrecer, de algum modo, a confiança na realidade das convicções que pretende manifestar.
É bem capaz de poder vir a ser um bom (?) Primeiro Ministro, porque é do Governo que são emanadas as regras que regem a sociedade em que vivemos.  Como é sabido, normas não são criadas pelo representante do povo, na figura do Presidente da República; a esta figura, apenas cabe a promulgação das mesmas, e ponto final.
Agora, voltando a André Ventura, entendo que ele não desfruta de características para esse cargo, não exceptuando, contudo, que não possua atributos suficientes para poder liderar um estado de governação. Agora, para Presidente da República, já é necessário um condimento chamado diplomacia, do qual, André Ventura não me parece ser portador. Mas também não gostaria que, se porventura, ele atingisse um patamar de governação, não viesse a cair numa situação de desequilíbrio, por “linguarejar” em excesso e conceber com escassez, como quase todos têm feito até agora. Ninguém sabe!?
Não é minha intenção colocar quem eu admiro numa posição indefinível, mas conheço uma frase que por precaução devo aqui registar: “normalmente, um espírito delicado, vem assistido de um “estuário” avantajado. Apesar disso, e elegendo o benefício da dúvida, permanecerei na espectativa, p´ra ver a qualidade do fruto que dali vai abrolhar.
Força, André!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 30/06/2020






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