O preço que o
homem de bem paga
por não se envolver em política, é ser
governado pelos
mal-intencionados.
(Platão)
Lei n.º 7/93
Consolidado
Diário da República n.º 50/1993, Série I-A de 1993-03-01
Artigo 10.º
Irresponsabilidade
Os Deputados não
respondem civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que
emitirem no exercício das suas funções.
Alterado pelo/a Artigo 1.º do/a Lei n.º 60/2019 - Diário da República n.º 154/2019, Série I de 2019-08-13
(Versão segunda,
actualizada)
Artigo 10.º
Irresponsabilidade
Os Deputados não
respondem civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que
emitirem no exercício das suas funções e por causa delas.
Alterado pelo/a Artigo 1.º do/a Lei n.º 3/2001 - Diário da República n.º 46/2001,
Série I-A de 2001-02-23
(Versão primeira)
(Do estatuto dos deputados)
HERANÇA “CENTENÁRIA”
E, à revelia da vontade popular,
numa “conjurada” finta astuciosa, “juntaram-se os
“três” à esquina, a tocar a concertina, a dançar o sol e dó”, ao sabor do movimento sinusoidal cadenciado
da batuta de um Maestro, que se tem prestado a “promulgar” qualquer musicata,
por mais rasca que seja, não olhando a meios para atingir os fins – que vai
conseguir.
Como eu também
gostaria de estar inserido numa estrutura semelhante, e tutelado por um
estatuto como este, do qual faz parte o Artigo acima mencionado! Já não digo com
todas as cláusulas que com ele poderão estar empacotadas, mas apenas com o
“virtuoso” Artigo no tôpo referenciado, já com a nova
alteração, que não podia ter provido de melhor protecção para a incompetência e
para… mais não digo.
Gerir o que não nos pertence, é substância tão
corriqueira, que está ao alcance de qualquer pito-calçudo, porque a responsabilidade pelas barbaridades que
eventualmente possa cometer, resultantes do exercício das suas funções, (…ou por causa delas), não lhe acarretam
qualquer amolgadura, devido à deificada coroa que o aureoliza e vacina, contra
todas as burricadas e disparates que possam ter sido cometidos.
Dito isto, ser parlamentar, por muita burrice que o
mine, está ao alcance de qualquer badameco, mesmo que dê para lamentar, quando
já é tarde.
Há muitos, muitos, anos, que ouvi contar
esta história: um filho, muito apoquentado com a “debilidade” do pai, e
apreensivo com a suposta delapidação dos bens por este ser doentiamente
perdulário e péssimo gestor, resolveu ter uma conversa com o dito progenitor,
sobre o legado que este eventualmente poderia deixar-lhe; o pai, apesar de
velhote e mau gerente, não coxo da cornadura, pois aparentava ser fino como um
alho e esperto como um rato, assim respondeu:
- “Não te apoquentes, meu filho, que tu
sempre m’herdas, sempre m’herdas”! - Sem de facto confessar qual seria o
montante do espólio, que pretendia manter em absoluto sigilo até bater a caçolêta
– a surpresa viria a seguir, claro.
Isto vem a propósito de que, surpresas
decorrentes de heranças, podem resultar num assombro inebriante ou numa grande
inquietação.
Mesmo que a legislação portuguesa
comtemple o repúdio à herança, para que os herdeiros possam escapar ao
pagamento das dívidas ruinosas quando estas superam o legado, há pelo menos um
caso em que este preceito não funciona, sendo por isso considerado ilegal: a
contribuição compulsiva do povo (como herdeiro), para solvência da dívida
pública, consumada por vários motivos, sendo primordial, a gestão danosa, provocada
por falta de proficiência natural.
E tem sido pela escassez desta essência,
que machamba “democrática” lusitana,
sem regras nem rédeas, se transformou numa encapotada ditadura esclavagista,
sem, contudo, haver responsáveis pela sua decadência, que, sem necessidade,
resultou num esmolante da Europa. Tenho tanta pena!
Aqueles que deviam ser responsabilizados e
“punidos” por isso, ainda são mimoseados com soberanos “tachos”, coroados e
entronizados, como sendo a fina nata de um saber, que, de todo em todo, não
existe.
Pelas razões vindas a público, e não tendo
eu capacidade para compreender toda esta incrível jorda, vêm-me sempre à mente,
as sentenças da “istoriêta”:
Sempre m’herdas, meu filho! Sempre m’herdas!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 28/06/2020
Nota:
Não
faço uso do AO90.
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