domingo, 10 de maio de 2020

...QUE NÃO SABIA?! ... NEM EU!?


A política... há muito tempo deixou de ser ciência
 do bom governo e, em vez disso, tornou-se arte da
conquista e da conservação do poder.

…QUE NÃO SABIA?! ...NEM EU!?
(Opúsculo ao Sr. Primeiro-ministro de Portugal)

850 MILHÕES de “patacas”, é, evidentemente, uma irrelevante mixaria susceptível de trespassar as malhas do mais apertado controlo e escapulir sem deixar esteira; isto é, obviamente, se cada “pataca” não tiver a equivalência de 1 €uro. A estopada é que, neste caso, cada “mísera pataca”, tem, na realidade, essa equipolência.
Portanto, OITOCENTOS E CIQUENTA MILHÕES de €UROS, é uma dinheirama do caraças, Sr. Archiministro! E o Sr. diz que desconhecia. Queira escusar-me, mas eu gostaria de acreditar em si, e é coisa que não consigo. Não duvido das suas “honoráveis” palavras, quanto à intenção, mas o meu siso não consegue credenciá-las por muito esforço que eu aplique, a não ser que seja coagido a patranhar, que não é meu hábito; queira ter a resignação de saber, por mim, que não pertenço à tribuna da política.
Eu até compreendo, e louvo-o pela “coraige” e descontraída frontalidade, com que assumiu o quiproquo, da transferência “patacal”, concretizada à revelia do seu magnificente conhecimento; realmente, usou de uma ínclita coragem para pedir desculpa ao BE (Bloco de Esquerda). Sim senhor, foi um gesto de grande hombridade para com um partido referenciado, mas não perante os portugueses; porque, é meu dever lembra-lhe, que o BE, não representa os portugueses; como tal, penso – se nesta pseudo-democracia me é permitido cogitar - que, logicamente devia ter sido aos portugueses que as remições de V. Exa. deviam ter sido dirigidas, ainda que o problema principal, não se configure com as desculpas, mas com os valores materiais, referentes ao pilim, que vai sair dos bolsos dos cidadãos, já mais repletos de cotão do que de “patacas”, para pagar as quantias mal geridas, por pessoas, mentalmente incapacitadas para esse fim.
O Sr., como Primeiro–ministro da nação, desconhecia uma coisa de tão alto vulto?! Estranho!? É que não se trata de míseras migalhas, porém, de um balúrdio, que todos os portugueses vão ser obrigados de solver, sem terem tido culpas no cartório.
É natural V. Exa. entenda que isso está certo, e tal não contesto; mas p´ra mim, que sou o ZÉ, o “MEXILHÃO”, entendo que não está correcto.
Bem, reconheço que não passo de um rústico que mal sabe assinar o nome, contudo, gostaria que de saber, se para isso tiver tempo, qual é o papel de um Primeiro–ministro, que se preze de sê-lo, mesmo que tenha sido “eleito”, não por sufrágio universal, porém com recurso a composturas híbridas, com interesses oligárquicos a temperar o caldinho.
Sr. Primeiro-ministro, olhe que 800 milhões de €uros, é muita fruta! Acredito que Sr. não sabia e ninguém é responsável pelo acto consumado à revelia do excelso conhecimento de V. Exa. Lamento! Posso lamentar, não posso?! –Agora já nem sei.
Mas, para lhe ser franco, sinto uma grande dificuldade em atinar com a filosofia estructurada na doutrina de onde emergem as regras que fundamentam os nossos princípios legislativos, pela simples razão, para mim incompreensível, de que deve ser o lesado – neste caso, os lesados - a pagar os prejuízos consequentes da incompetência irresponsável do criminoso.
Julgo que a argumentação se desvia das linhas que confinam espaço da ética, da moral e do bom senso.
Não lhe quer parecer?!
Quanto ao resto, o Sr. não sabia?! – Pronto, está certo.
Nem eu!?
Mas gostaria de vir a saber, sem ter de esperar pelas sínteses da História, porque nessa altura já terei mudado de residência por não pagar a renda ao senhorio, por causa da pandemia, e não farei parte dos vivos, para gritar de contentamento e dizer… EUREKA!!! (Ανακάλυψα!!!)
Atentamente.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 10/05/2020
Nota:
Não prático as normas do AO90.

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