sábado, 16 de maio de 2020

PRINCÍPIOS E DOUTRINAS


Alguns ainda entendem como sendo "democracia",
 o direito de retirar a liberdade de escolha dos outros...!

PRINCÍPIOS E DOUTRINAS

De esquerda ou de direita, a política é sempre uma via de tráficos comercias, interesses privados ou conjuntos, maldizeres, corrupção e chafurdice; sendo a ideologia centrista, um campanário de desejos montado na torre que encumeia um carácter inseguro; volta-se para o lado donde melhor lhe sopram os ventos da ambição e da conveniência.
Vivemos uma democracia inquinada e mafiosa que entrou no poder através uma conversão das massas em estado de euforia e loucura, cuja miragem lhes tem saído cara.
Esta democracia, destituída de qualquer pureza, apesar de “promover”, com camuflada condicionalidade, a autonomia da imprensa, liberdade de expressão e afiançar a intimidade do cidadão e o seu direito a julgados e sentenças justos, ao mesmo tempo não deixa de não reconhecer que o poder é um atractivo isco, para pessoas corruptas, sem carácter, sem honra em sem palavra. Isto é pandémico. Poucas democracias se devem afastar desta minha conjectura. Pelos menos, é o que me tem sido dado observar.
Enquanto, com relativa contenção, ladrando ou ganindo, “podemos” refilar, impávida e tranquila, a caravana do insucesso vai continuando o seu caminho rumo ao abismo, arrastando-nos conjuntamente. O resto, são sketchs ou meras peças teatrais com coreografia populista, que se resume em dizer ao “Zé Povinho” as falácias que ele, com o cérebro enrijecido pela secura de serotonina, ouvidos cheios de cerume e palitando o migalhame da dentuça, mais gosta de ouvir.
Uns argumentam sobre a liberdade, enquanto que outros é sobre a igualdade. O mote dos primeiros é acabar com a pobreza, pugnar por uma justiça imparcial com a promoção dos direitos e deveres iguais para todos. O mote dos segundos, é fazer florir (num campo estéril) a igualdade com a decantação do capitalismo para os mais carentes e desprotegidos da sociedade. Está mais do que provado que isto não passam de meras falácias!? É com estes paralogismos que todos os “propagandistas” têm construído solidamente o seu reino, para depois, com recurso a regras rígidas, manipular e sacrificar a plebe e manter assegurada a descendência dinástica, abrangente a todos os elementos da côrte.
É normal na mesma barca democrática, serem permitidas edeologias diferentes; é bom por um lado, mas é mau por outro. É bom, porque muitas verdades são postas ao léu, o que afecta a credibilidade de alguns, mas não lhes faz grande mossa. Não é bom, porque em toda a diversidade doutrinal existe a que é chamada de esquerda, que não é nada tolerante para com as outras ideologias. Só eles se têm como senhores absolutos da razão. O que não é verdade. Apesar de também caucionarem tudo e mais alguma coisa ao povo, são como os restantes; o que garantem é a plena satisfação dos desejos a eles próprios.
O poder e o bem-estar, são ambições comuns todos eles sem excepções edeológicas. Na sua essência são todos iguais ou semelhantes no papagear, com ou sem ou papel à frente, antecipadamente “martelado” para os que não sabem o que dizer duas p´rá caixa, mas têm de grasnar alguma coisa.
No fim, a liberdade que eles consideram para o povo, não será mais do que aquela que eles interiorizam para si próprios, que pode não ser a que as massas desejam, mas sim, a que lhes vagueia no interior da cachola; após alcançarem o seu assento parlamentar, almofadados por bons honorários e protegidos pelo e escudo pela imunidade, podem cometer as barbaridades que quiserem que não são responsabilizados por isso. Estão como o peixe na água! E o povo, imbecilizado e pachorrento, vai amargurando.
Ou sei que a democracia é um estado de governação, no qual uma população também tem – devia ter - poder de decisão. No entanto isso não tem acontecido. Quando muito, somente tem direito ao voto, creditando este sufrágio (na sua boa-fé), num dos vários cabeçudos espertos que, através de bem ataviado disfarce, melhor soube catequizar as massas, seduzindo-as com prometimentos impossíveis, que no fim se reduziram a nada, ou pior do que isso. Depois de serem os donos do Poder, seleccionam os que “entendem”, dentro os “asnos” da récua, desde que estejam na lista de amigos (interesseiros), familiares ou amigos destes, que na sua maioria as populações até desconhecem.
Então, onde é que o povo teve poder de decisão nesta senda comercial?
É o que tem vindo a suceder e ninguém é chamado à pedra. Ou por outra; lá vai um ou outro, como um 48, que acaba por não ter “culpa nenhuma” e apenas contribuiu para pluralizar as “vítimas” do sistema. Coitado/s!
No meio de toda esta trama, que é a política, existem os extremos, tanto de esquerda como de direita, que utilizando meios diferentes, acabam por se tocar nos fins. Logo, ambos são perigosos. São convencidos, autoritários empedernidos, teimosos que nem uma mula e não toleram a ideias daqueles que lhes fazem oposição; afinal, o seu desejo é destruir a liberdade de pensamento e acção de todos quantos lhe façam frente, para a que sua própria liberdade possa vingar e viçar.
Porém, o mais engraçado, (sem piada nenhuma), os extremos, tocam-se. São radicais na sua forma de pensar e servem-se do povo como um meio para atingirem um fim, que é império d’O PODER. O DOMÍNIO - irresponsável, incondicional e absoluto.
De resto, o que existe são DOUTRINAS; contudo, destituídas de PRINCÍPIOS.
Enquanto assim for… não, não há por onde escolher.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 16/05/2020

Nota:
Não faço uso do AO90

Sem comentários:

Enviar um comentário