quinta-feira, 21 de maio de 2020

O PADROEIRO DE PORTUGAL


Agora que cheguei a velho, conclui;
é melhor viver na iliteracia cega,
do que ver as coisas e não poder falar.
Agora já vou tarde!
(António Figueiredo e Silva)

O “PADROEIRO” DE PORTUGAL
(Não, não tem nada a ver com a figura inserida)

Estou a “contemplar” que os “Graúdos” são para emergir faustosamente da caca em que se meteram, enquanto que a “plebe” é para submeter à imersão, numa saponária de sacrifício, por serem forçados a pagar o material de salvamento, que tem sido desviado (o de Tancos, ainda retornou ao local; vá lá, vá lá!?), para entregar aos mais venturosos “desprotegidos”, que com grande “desgosto”, dormem ao relento da nossa incapacidade organizativa e decisória. Tadinhos!
 É triste e revoltante!
Afinal o que vem a ser isto!? A minha alma dói, porra!
Se eu ficar a dever um cêntimo que seja, à AT (Autoridade Tributária), ou a qualquer outro organismo estatal, esse cêntimo será elevado ao quadrado progressivamente, e sujeito a uma série de sofisticadas equações matematicamente “milagrosas”, até atingir alguns euros (às vezes centenas). Se a minha renitência persistir, vêm penhorar-me algo que eu tenha, para satisfazer o saldo da dívida em questão. Se estiver a trabalhar, pelo menos maquiam-me um terço do pelintra salário que recebo, se, entretanto, a “empresa” não fracassar e o patrão não tiver dado à sola, para o gozo de um “merecido” descanso, à sombra do que “amealhou” e dos salários em atraso, que não remunerou.
Não entendo como pode haver tanta disparidade de critérios. Isto não devia acontecer. E muito menos perante a nossa artrítica solvência económica e a pobreza miserável que por cá vagueia, muita dela dissimulada por baixo dos lençóis rôtos, da timidez e da vergonha.
Como é possível, meu Deus!? – Espero que Deus não fique zangado comigo por eu invocar o Seu Santo nome em vão, mas estou apreensivo e exasperado.
Entram, para fazer reviver uma entidade bancária, 850 milhões de euros à “lagarder”, que nem o Primeiro-ministro tinha conhecimento; agora, essa mesma instituição, indulgencia 25 milhões a empresa de tratamento, correcção, restauro e substituição de “matracas”, como “Processo Especial de Revitalização”. Não consigo compreender esta forma como flui a economia.
O que é isto?!
Só biblicamente conheço, que do nada se pode tirar alguma coisa; chama-se Criação. Mas isso humanamente é irrealizável. Nah! Há qualquer coisa aqui, que não bate certo.
Tenho conhecimento de criaturas em completa e complexa situação de miséria, que nada mais têm, a não ser a cooperação da solidariedade (que ainda existe, não só na palavra), comunitária ou familiar.
Se tiverem uma choupana que tenha quatro paredes, ninguém lhes perdoa o IMI (Imposto Municipal de Imóveis), nem o pagamento do gás, da água ou da energia eléctrica. Muitas passam mal e procuram enfrentar com sua desventura, a sociedade e a crítica, com um sorriso na face a mascarar uma descontracção constrangida, que só vê, quem tem aptidão para isso.
Agora aparece na ribalta, um “pobrezinho falido”, a ser distinguido com uma “miserável” vacina de 850 milhões de €uros para levantar a garupa, e que, de “imediato”, se presta a perdoar a outro “teso”, 25 milhões?! Estranho!
Não entendo patavina de transacções económicas, mas, que algo anda mal, ainda eu consigo enchergar; posso é não saber explicar, mas para isso, conto com argúcia dos entendidos “livres”, para o fazerem; não só para mim, mas para que todos possamos perceber os caminhos sinuosos da manha, por onde, do nada, flui dinheiro à fratazana.
Por causa das “trafulhices” e malabarismos económicos, que considero inconcebíveis, veio-me à lembrança uma figura, que foi do tempo do meu avô, e que é pena, hoje somente existir na reminiscência de arcaicas narrativas; seu nome, José Teixeira da Silva. Se ele fosse vivo, poderia ser salvação dos portugueses, como Ministro da Economia e Finanças. Eu não alimento quaisquer dúvidas.
Era a pessoa com força testicular suficiente, para fazer um ancinhamento à plutocracia “séria”, e, após a safra, proceder a uma distribuição pelos mais necessitados, equilibrando a economia e propagando o contentamento em muitos portugueses, que vivem em situações aflitivas e degradantes.
Sabem que foi? O Zé do Telhado”. Ficou para a história como aquele homem sensato e corajoso, que roubava aos mais ricos para distribuir pelos mais pobres.
Se algum dia for canonizado, será justo que o Presidenta da República (na altura), em vez do lhe atribuir uma corriqueira medalhita a título póstumo, o titule de… O PADROEIRO DE PORTUGAL.
Disse. Porém, não o que desejava. Os ledores que o façam por mim.
Ó i Ó ai! Vou “cantigar” p’ra “oitra” ‘squina.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 21/05/2020


Nota:
Não uso o AO90.    

Sem comentários:

Enviar um comentário