Agora que cheguei
a velho, conclui;
é melhor viver na
iliteracia cega,
do que ver as coisas
e não poder falar.
Agora já vou
tarde!
(António
Figueiredo e Silva)
O
“PADROEIRO” DE PORTUGAL
(Não, não tem nada a ver com a figura
inserida)
Estou
a “contemplar” que os “Graúdos” são para emergir faustosamente da caca em que
se meteram, enquanto que a “plebe” é para submeter à imersão, numa saponária de
sacrifício, por serem forçados a pagar o material de salvamento, que tem sido
desviado (o de Tancos, ainda retornou ao local; vá lá, vá lá!?), para entregar
aos mais venturosos “desprotegidos”, que com grande “desgosto”, dormem ao
relento da nossa incapacidade organizativa e decisória. Tadinhos!
É
triste e revoltante!
Afinal o que vem a ser isto!? A minha alma
dói, porra!
Se eu ficar a dever um cêntimo que seja, à AT (Autoridade Tributária), ou a
qualquer outro organismo estatal, esse cêntimo será elevado ao quadrado
progressivamente, e sujeito a uma série de sofisticadas equações
matematicamente “milagrosas”, até atingir alguns euros (às vezes centenas). Se
a minha renitência persistir, vêm penhorar-me algo que eu tenha, para
satisfazer o saldo da dívida em questão. Se estiver a trabalhar, pelo menos
maquiam-me um terço do pelintra salário que recebo, se, entretanto, a “empresa”
não fracassar e o patrão não tiver dado à sola, para o gozo de um “merecido”
descanso, à sombra do que “amealhou” e dos salários em atraso, que não remunerou.
Não entendo como pode haver tanta
disparidade de critérios. Isto não devia acontecer. E muito menos perante a
nossa artrítica solvência económica e a pobreza miserável que por cá vagueia,
muita dela dissimulada por baixo dos lençóis rôtos, da timidez e da vergonha.
Como é possível, meu Deus!? – Espero que
Deus não fique zangado comigo por eu invocar o Seu Santo nome em vão, mas estou
apreensivo e exasperado.
Entram, para fazer reviver uma entidade
bancária, 850 milhões
de euros à “lagarder”, que nem o
Primeiro-ministro tinha conhecimento; agora, essa mesma instituição, indulgencia
25 milhões a
empresa
de tratamento, correcção, restauro e substituição de “matracas”, como “Processo
Especial de Revitalização”. Não consigo compreender esta forma como flui a
economia.
O que é isto?!
Só biblicamente conheço, que do nada se
pode tirar alguma coisa; chama-se Criação. Mas isso humanamente é irrealizável.
Nah! Há qualquer coisa aqui, que não bate certo.
Tenho conhecimento de criaturas em
completa e complexa situação de miséria, que nada mais têm, a não ser a
cooperação da solidariedade (que ainda existe, não só na palavra), comunitária
ou familiar.
Se tiverem uma choupana que tenha quatro
paredes, ninguém lhes perdoa o IMI (Imposto
Municipal de Imóveis), nem o pagamento do gás, da água ou da energia eléctrica.
Muitas passam mal e procuram enfrentar com sua desventura, a sociedade e a
crítica, com um sorriso na face a mascarar uma descontracção constrangida, que
só vê, quem tem aptidão para isso.
Agora aparece na ribalta, um “pobrezinho
falido”, a ser distinguido com uma “miserável” vacina de 850 milhões de €uros para levantar a garupa, e que, de “imediato”, se
presta a perdoar a outro “teso”, 25
milhões?! Estranho!
Não entendo patavina de transacções económicas,
mas, que algo anda mal, ainda eu consigo enchergar; posso é não saber explicar,
mas para isso, conto com argúcia dos entendidos “livres”, para o fazerem; não só
para mim, mas para que todos possamos perceber os caminhos sinuosos da manha,
por onde, do nada, flui dinheiro à fratazana.
Por causa das “trafulhices” e malabarismos
económicos, que considero inconcebíveis, veio-me à lembrança uma figura, que
foi do tempo do meu avô, e que é pena, hoje somente existir na reminiscência de
arcaicas narrativas; seu nome, José Teixeira da Silva.
Se
ele fosse vivo, poderia ser salvação dos portugueses, como Ministro da Economia
e Finanças. Eu não alimento quaisquer dúvidas.
Era a pessoa com força testicular suficiente,
para fazer um ancinhamento à plutocracia “séria”, e, após a safra, proceder a
uma distribuição pelos mais necessitados, equilibrando a economia e propagando
o contentamento em muitos portugueses, que vivem em situações aflitivas e degradantes.
Sabem que foi? “O Zé
do Telhado”. Ficou para a história
como aquele homem sensato e corajoso, que roubava aos mais ricos para
distribuir pelos mais pobres.
Se algum dia for canonizado, será justo que
o Presidenta da República (na altura), em vez do lhe atribuir uma corriqueira
medalhita a título póstumo, o titule de… O PADROEIRO DE PORTUGAL.
Disse. Porém, não o que desejava. Os
ledores que o façam por mim.
Ó i Ó ai! Vou “cantigar” p’ra “oitra” ‘squina.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 21/05/2020
Nota:
Não
uso o AO90.
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